Um outro sentido da cidadania

10/02/2017 07h48

Qua, 29 de Junho de 2011

Brasília Tátil
Com o objetivo de tornar o prédio do Congresso Nacional mais compreensível para pessoas com deficiência visual, a Câmara dos Deputados está recebendo, desde o dia 25 de maio, a visita de integrantes do projeto Brasília Tátil. Em parceria com a Câmara, o programa educativo, voltado para deficientes visuais e crianças de escolas inclusivas, proporciona a essas pessoas uma experiência diferente: a oportunidade de conhecer a sede do poder legislativo com as próprias mãos. Os grupos do projeto serão recebidos até agosto de 2011.

Criado para suprir a necessidade de ampliar o acesso e, principalmente, de incentivar a sensação de pertencimento de todos os cidadãos à história do País, o projeto Brasília Tátil alia turismo à cidadania, percorrendo diversos monumentos e pontos turísticos da cidade. Na Câmara, a visita ocorre em grupos reduzidos, de cerca de 10 participantes, e perpassa alguns ambientes da Casa, especialmente aqueles que abrigam obras de arte. Os visitante são orientados por guias treinados e atuam em parceria com os coordenadores das escolas e os do próprio projeto.

Outra vertente do Brasília Tátil é feita com alunos de escolas inclusivas: crianças de 10 a 12 anos visitam a Casa com vendas nos olhos, para que as mesmas – que já convivem com colegas com deficiência – consigam se colocar no lugar do outro e vivenciar necessidades e descobertas diferentes oferecidas por essa nova condição.

Antônio Wilson Ribeiro da Silva, participante da iniciativa, disse que as obras de arte que a Câmara possui são “esculturas que nos levam a pensar e entender a forma de expressão do artista, do que estava sentindo”. Visitando a Casa pela décima vez, ele afirmou que aprende coisas novas a cada visita e que pretende voltar outras vezes ao Congresso.

Outro ponto positivo da visita destacado por Silva é a mudança na imagem institucional do Poder Legislativo. “Antes, tinha uma imagem do Congresso só com pessoas corruptas. Sei que tem pessoas erradas sim, mas há pessoas corretas que querem trabalhar para a sociedade”, revelou.

Maria Natália Rodrigues, que visita pela primeira vez a Câmara, achou a proposta da visitação muito interessante e disse que também pretende voltar mais vezes. Ela afirmou, ainda, que as obras do acervo da Casa foram as mais diferentes que já viu e que a de que mais gostou foi “O Anjo”, de Alfredo Ceschiatti. “Peguei em um anjo, pelo menos, de escultura”, brincou.