Plenarinho promove bate-papo sobre igualdade racial

06/02/2017 15h28

Ter, 22 de Novembro de 2011

Na semana de comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado no domingo (20), a Câmara dos Deputados proporcionou, na tarde dessa terça-feira (22), um bate-papo sobre igualdade racial entre 11 estudantes do Colégio SESI, de Ceilândia, e a deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP). Além de temas como o preconceito racial, sistema de cotas para negros e respeito a religiões de matriz africana, a conversa também envolveu detalhes sobre a vida e a trajetória política da parlamentar.

“Foi muito além do que eu esperava”. A fala da estudante do 7º ano Marta dos Santos parece resumir a experiência que ela e outros dez colegas vivenciaram na tarde de ontem. Ao invés do costumeiro giz e quadro negro, os alunos tiveram uma aula um pouco diferente. Representantes de turmas no Colégio SESI, de Ceilândia, os estudantes conheceram um pouco sobre a vida e o trabalho de uma outra representante, a parlamentar Janete Rocha Pietá (PT-SP).

Perguntada pelas crianças, a deputada contou detalhes sobre sua vida escolar, seus primeiros passos na política e, ainda, explicou o funcionamento do Poder Legislativo. “Na idade de vocês, queria fazer medicina, mas logo depois já comecei a me envolver com a política, participando do grêmio estudantil da minha escola”, contou. Apesar de ter nascido e morado boa parte da vida no Rio de Janeiro, foi em São Paulo que a deputada ganhou maior projeção na política, sendo uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores.

Deixando um pouco de lado a atividade parlamentar, a deputada relembrou seus tempos de professora de História dando uma aula sobre a questão racial no Brasil. Buscou na colonização do Brasil e na forma como se deu a abolição dos negros os elementos para entender a condição dos afrodescendentes na sociedade brasileira. Pietá destacou que, hoje, mais de cem anos após a abolição da escravatura, negros e brancos ainda não são tratados de forma igualitária, como prega a Constituição da República de 1988.“ O Estatuto da Igualdade Racial foi aprovado para tentar reverter esse quadro”, disse.

Ao final do bate-papo, Janete Pietá aprovou o debate com as crianças e avaliou como fundamental a introdução da questão de raça no sistema educacional brasileiro. “É muito importante esse diálogo com os jovens porque é com eles que se inicia o processo de combate aos preconceitos e promoção de uma mudança de postura”, afirmou.

Se depender do estudante do 6º ano Gabriel Cavalcante, esse assunto vai fazer parte das discussões em sua escola. “Pude conhecer o outro lado, o lado do negro, e quero levar essa discussão para a escola”, prometeu.