Inclusão Social em debate

05/05/2017 14h25

Seg, 21 de Março de 2011

21 de março, Dia Internacional da Síndrome de Down. Após a sessão solene realizada na última semana, a Câmara deu seguimento nesta segunda-feira (21) às comemorações com o Ato Comemorativo ao Dia Internacional da Síndrome de Down. Reunidos no auditório Nereu Ramos, no Anexo II, parlamentares, especialistas e portadores da síndrome discutiram temas como a discriminação e o mercado de trabalho para pessoas com a anomalia genética.

Com uma série de atividades, entre palestras, mesas redondas e espetáculos culturais, o evento, mediado pela primeira jornalista com Síndrome de Down, Fernanda Honorato, teve como objetivo discutir a consolidação de mecanismos de inclusão social e de superação do preconceito contra pessoas portadoras da síndrome. Ilustrando a linha defendida nos debates, uma exposição de telas pintadas por cinco artistas com Síndrome de Down e apresentações musicais e de dança deram um tom festivo à solenidade.

O deputado Romário de Souza Faria, autor da proposta de realização do ato, afirmou que o tema ainda precisa receber mais atenção no país. Pai de uma menina com Down, Ivy Bittencourt, que participou do evento, Romário afirmou que a iniciativa servirá para dar mais visibilidade à questão, conferir apoio às famílias, combater o preconceito e “disseminar boas iniciativas”. “Uma coisa que o nascimento da minha filha me ensinou é que a grande deficiência é a ignorância e o preconceito”, refletiu.

Houve, ainda, um depoimento de Rodrigo Marinho de Noronha, primeiro down a ser assessor parlamentar da Câmara dos Deputados, há 8 anos. "Foi difícil. Eu sofri muitos preconceitos, mas falei para mim: Rodrigo, você é muito especial, acaba com esses preconceitos da vida. Aprendi muito mesmo. Hoje eu me sinto um vitorioso." Ele acrescentou: "quero declarar para as pessoas que têm a Síndrome de Down, iguais a mim, que não desistam do futuro, continuem firme no seu potencial para irem à luta também!"

Aplicação das leis

Para a coordenadora de Saúde e Bem Estar da Apae do Distrito Federal, Cecília Amorim, eventos desse tipo são importantes porque levam o tema até a sociedade, fazendo com que as pessoas pensem sobre o assunto e mudem de atitude - o que é o principal, já que as proteções legais são suficientes. "Existem leis relacionadas à educação e ao trabalho que garantem o espaço deles. Então, em termos de lei, a gente já está muito bem. O problema são as barreiras sociais, as dificuldades em conviver, enxergar as pessoas com Síndrome de Down, ou com outro tipo de deficiência, como pessoa e não como deficiência."

Responsabilidade Social

A importância da inserção social e profissional dos indivíduos com Down inspirou a Casa a contratar pessoas atendidas pela Apae do Distrito Federal. O convênio foi firmando em novembro de 2009 e envolve nove pessoas (uma professora e oito alunos) que trabalham com a restauração e conservação de documentos no Centro de Documentação e Informação da Câmara.