Qua, 25 de Maio de 2011

"Aqui é a casa do povo". Foi assim que o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marco Maia (PT-RS), recebeu, nesta terça-feira (25), no Salão Negro, integrantes das principais organizações sindicais brasileiras. O ato pelas 40 horas semanais tem como objetivo ampliar a discussão em torno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95, que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial. Durante a revindicação, os participantes destacaram que a redução da carga de trabalho possibilita a melhoria da qualidade, mais tempo para o trabalhador se especializar, além de gerar novos postos de trabalho.

O presidente destacou a importância das centrais sindicais no fortalecimento da economia brasileira e o contentamento por participar da solenidade. "Minha satisfação em recebê-los aqui é enorme. Se tenho um orgulho na minha vida foi de ter sido diligente sindical, metalúrgico, um trabalhador como vocês. Esse tapete que recebe autoridades do mundo inteiro também está aqui para receber os trabalhadores desse Brasil", afirmou Marco Maia.

O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) parabenizou a recepção da Câmara aos trabalhadores. "É uma vitória estar no salão nobre desta Casa e ser recebido pelo tapete vermelho. Depois de 16 anos de luta, temos muita esperança de que votaremos essa proposta definitivamente", acrescentou.

Esmeralda Brasil dos Santos está aposentada há quatro anos, mas ainda assim achou importante comparecer ao Ato. "É maravilhoso ter alguém que se interesse por nós", alegrou-se.

O sindicalista da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) Sérgio Golçalves da Silva veio de Goiás para participar. "Estarmos aqui hoje já é uma vitória da luta dos trabalhadores que nesses 16 anos de espera não desistiram dos seus objetivos. Mas a luta não termina aqui, não estamos aqui para conseguir alguma coisa, estamos aqui até conseguir o que queremos", declarou.

Mas a solenidade não foi um ato isolado. A diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Leninha Nogueira, ressaltou que, a partir dessa manifestação, toda semana delegações de centrais sindicais de todo Brasil estarão na Câmara conversando com os parlamentares para promover a causa.

A proposta
A Proposta de Emenda Constitucional é de autoria do senador Inácio Arruda, enquanto ainda era deputado federal. A PEC 231/95 propõe a redução da carga máxima semanal da jornada de trabalho de 44 horas, como previsto atualmente no texto constitucional, para 40 horas e aumentar o valor da hora extra de 50% do valor normal para 75%. A proposta mantém as demais regras contidas na Constituição: jornada diária máxima de oito horas e possibilidade de compensação de horários e de redução da jornada mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.