Câmara e Senado criam frente para promover a adoção

10/02/2017 07h57

Ter, 14 de Junho de 2011

Nessa segunda-feira (13), foi lançada a Frente Parlamentar Mista Intersetorial em Defesa das Políticas Públicas de Adoção e Convivência Familiar e Comunitária, que vai discutir e formular propostas sobre adoção no país. Pais adotivos, grupos de apoio à adoção, juízes, promotores e parlamentares participaram do evento.

O deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), que presidiu a mesa durante o evento, afirmou que a criação da frente é o primeiro passo para um trabalho de fundamental importância. “Temos um caminho longo, tanto na esfera do legislativo para criar leis que amparem melhor o processo adotivo, quanto na educação da sociedade.” E destacou a necessidade de informar quem pretende acolher um filho: “Criança não é um brinquedo que se quer num momento e depois não quer mais”.

Os membros falaram sobre a necessidade de aproximar o Congresso da sociedade. “Temos que voltar a tratar de questões reais, próximas das pessoas, e trazer para as nossas discussões as experiências pessoais da comunidade”, comentou o senador Aécio Neves (PSDB–MG). “Estamos aqui para aprender e discutir o tema com quem vive essa situação”, reiterou o senador Lindbergh Farias (PT–RJ).

Um dos pontos apontados pelo deputado Reguffe (PDT-DF) é a importância de observar exemplos internacionais e adaptá-los ao Brasil. “A burocracia não pode atrapalhar como atrapalha hoje, mas também não podemos perder o foco no cuidado com essas crianças. A educação e a formação moral delas deve ser nossa prioridade”, sustentou.

Maria Bárbara Toledo, da Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, apontou o fato de que pela primeira vez a adoção é colocada à frente da convivência familiar. “É fundamental que as pessoas entendam isso, não há convivência familiar sem uma adoção afetiva, até mesmo na família biológica”. E comparou esse momento ao fim da escravatura. “Na época, eles lutavam para que os negros deixassem de ser vistos como coisas, nós lutamos para que a criança não seja um objeto, uma propriedade da família biológica”, explicou.

Mãe adotiva de uma criança portadora da Síndrome de Down, Fabiana Gadelha chamou a atenção dos candidatos a pais: “As famílias precisam perceber que os filhos que elas buscam podem estar atrás de estereótipos, de crianças negras, de uma doença, de um grupo de irmãos. Toda criança tem o direito de ser chamada de filho”. O padre Fábio de Melo, convidado especial da Frente, falou da adoção como uma oportunidade para aqueles que querem amar.

Segundo dados apresentados pela Frente, existem de 27 mil a 80 mil crianças em abrigos do país, mas apenas 4 mil delas constam do Cadastro Nacional de Adoção, e, por isso, estão em condições legais de serem adotadas.