Câmara dos Deputados recebe seminário LGBT

10/02/2017 08h28

Qua, 18 de Maio de 2011

"Quem ama tem o direito de se casar”. Esse é o slogan do 8º Seminário LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros - realizado nessa terça-feira (17), no Congresso Nacional. Participantes do movimento e simpatizantes da causa homossexual lotaram o auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados para discutir temas como direitos civis e políticas públicas para a comunidade LGBT.

O seminário foi organizado pela frente parlamentar e pelas comissões de Legislação Participativa; de Educação e Cultura; e de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. O coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT, deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), está coletando assinaturas para presentar esta PEC, de sua autoria, que prevê o casamento de pessoas do mesmo sexo.

Durante todo o dia, foram abordados assuntos como o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, a criminalização da homofobia, a garantia de direitos humanos que não são assegurados aos homossexuais, Políticas Públicas de saúde e educação específicas, entre outros.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP), que abriu a mesa sobre Políticas Públicas, ressaltou a importância de ações já firmadas pelo governo federal, mas, segundo ela, é preciso uma participação muito maior dos estados e municípios. O deputado estadual Fábio Novo (PT-PI) trouxe uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que comprova que as administrações estaduais e municipais estão pouco envolvidas nas questões de direitos humanos para gays.

Para João Ferreira Leite, coordenador do Coletivo de Gays de Mirindiba do Piauí, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheceu, no início deste mês, a união estável em relacionamentos homoafetivos trouxe maior visibilidade para o evento. “O seminário acontece há oito anos, mas pela primeira vez a imprensa está presente em massa. Essa é uma vitória do movimento”, afirma.

David Moreira veio do Piauí para participar do seminário. Na sua opinião, a participação de artistas como as cantoras Preta Gil e Wanessa Camargo fortalecem ainda mais a causa. “Adorei a participação da Preta Gil. Ouvi delas coisas que não sabia, principalmente sobre os preconceitos que ela sofreu por ser negra e bissexual”, revela.

“Temos de nos unir para lutar pela nossa causa, por isso é muito importante essa parceria com o governo, especialmente com o Senado e a Câmara”, defende a piauiense Laura Leáh. Já para Leonardo Bastos, representante do governo do Mato Grosso do Sul, a ocupação dos espaços públicos ainda é simbólica. “Precisamos de mais eventos deliberativos, mas informar e dialogar é importante”, concorda.

Márcia Vargas, representante da prefeitura de Canoas (RS), destacou a participação do Congresso Nacional nas questões do movimento LGBT. “O grande apoio de deputados que estão à frente dessa luta, defendendo os direitos LGBT, colocando a sua imagem em prol da causa, tem um significado muito maior do que as manifestações contrárias”, reforça.