Conheça o Maracatu, tradição afro-brasileira

Esta manifestação cultural é um dos ritmos mais populares e importantes do Nordeste, que surgiu em meados de XVIII no estado de Pernambuco durante o período colonial
02/08/2021 13h57

O Maracatu é um dos ritmos populares mais importantes do Nordeste. Surgiu em meados de XVIII no estado de Pernambuco durante o período em que pessoas negras ainda eram escravizadas. É um movimento da cultura popular que envolve música, dança e história - além de figurinos extravagantes, que remetem à cultura africana, indígena e portuguesa.

Desde 2018, foi instituído pela Câmara dos Deputados o dia 1º de agosto como Dia Nacional do Maracatu. A data comemorativa já é celebrada em Pernambuco desde 1997 em homenagem ao nascimento do Mestre Luiz de França, que comandou o Maracatu Leão Coroado por 40 anos. Ao tornar a data nacional, o objetivo é fortalecer os elementos desta manifestação cultural presente em quase todos os estados brasileiros.

Você sabe como é formado o maracatu pernambucano? Existem duas diferentes formas de celebrar: o Maracatu Nação e o Maracatu Rural, ambos com características muito próprias, que diferem tanto nos personagens, quanto na estética e musicalidade.

Maracatu Rural

Celebrado durante o Carnaval e o período de Páscoa, o Maracatu Rural - também conhecido como Maracatu de Baque Solto - tem como personagem central o Caboclo de Lança. As primeiras brincadeiras aconteciam em engenhos, tocadas por trabalhadores rurais no final do século XIX. A tradição é forte por toda Zona da Mata Norte de Pernambuco e configura-se numa fusão de diversos folguedos populares das áreas canavieiras no interior do Estado como o Pastoril, o Bumba-Meu-Boi e o Reisado. Nas apresentações, o instrumental da brincadeira é comandado pelo mestre que entoa loas, sambas e galope acompanhados do terno (orquestras de sopro e percussão).

 

Maracatu Nação

Conhecido também como Maracatu de Baque Virado, esta manifestação cultural é composta por grupos musicais percussivos que se concentram nas comunidades de bairros periféricos da cidade do Recife. Os conjuntos apresentam-se um cortejo real, em trajes de seda, veludos, bordados e com pedrarias, que desfilam nas ruas evocando as antigas coroações de reis e rainhas do Congo africano. A celebração faz parte dos festejos carnavalescos. À frente do cortejo vem o Porta-Estandarte e logo atrás segue a Dama do Paço, que conduz a Calunga – uma protetora ligada ao Candomblé, religião de origem africana. Já a orquestra é composta de caixas, taróis, gonguês e alfaias (tambores confeccionados com madeira).

Fonte: Governo do Estado de Pernambuco, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)