Conheça a história de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho

Escultor, entalhador e arquiteto, Aleijadinho é hoje considerado um dos grandes nomes da arte barroca mineira
27/08/2021 10h17

Antônio Francisco Lisboa nasceu na cidade de Vila Rica (MG), conhecida hoje como Ouro Preto, na primeira metade do século XIII. O ano exato de seu nascimento ainda é incerto, pois não existem documentos que comprovem a data. Acredita-se, no entanto, que o artista tenha nascido por volta de 1738. 

 

Filho do arquiteto português Manuel Francisco Lisboa com a escravizada Isabel. Durante a infância, gostava de passar tempo na oficina de seu pai e foi com ele que aprendeu sobre arquitetura, desenho e ornamentos. Historiadores especulam ainda que o pintor João Gomes Batista tenha sido também seu mentor. Contudo, apesar do talento que já demonstrava desde cedo, não foi fácil para Antonio se estabelecer como artista. Primeiro, porque era considerado um filho legítimo. Depois, pelo fato de ser um homem negro. 

 

Mas Minas Gerais tinha muito ouro e era centro de mineração do Brasil. Essa prosperidade permitiu o investimento na construção de igrejas em várias cidades. Antônio começou a trabalhar como artesão e a prestar serviços nessas obras e depois de um tempo, seu trabalho passou a ser bastante disputado! 

 

A partir de 1760, ele já era considerado entalhador e escultor mestre. A Igreja de São Francisco de Assis tornou-se um de seus projetos mais relevantes. Ele trabalhava sob encomenda - quando uma associação religiosa fazia um pedido, ele atendia - e com o aumento das demandas abriu sua própria oficina. O material que mais usava era a pedra-sabão, presente em diversos trabalhos do artista.

 

Mas em 1777, ele foi diagnosticado com uma doença grave que deformou seu corpo e seus membros, principalmente as mãos. Perdeu também os dedos do pé e para se locomover era preciso andar de joelhos. Por isso, Antônio Lisboa passou a ser conhecido como Aleijadinho. 

 

Apesar da doença, o artista continuou a trabalhar. Contam que ele amarrava ferramentas em seu pulso para terminar as encomendas. Em 1796 concluiu o conjunto de estátuas que representam cenas da Paixão de Cristo para o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo (MG). Para esta mesma igreja, finalizou em meados de 1800, um de seus trabalhos mais celebrados: as 12 esculturas dos profetas.

 

Até hoje críticos e historiadores de arte debatem o legado de Aleijadinho, símbolo da arquitetura e escultura barroca mineira no país. Suas obras podem ser encontradas em locais como Ouro Preto, São João del-Rei, Sarabá entre outras cidades mineiras. 

 

A Rádio Câmara, em parceria com a Rádio da Universidade Federal de Ouro Preto, produziu uma série que retrata a vida e obra de Antônio Francisco Lisboa. Quer conhecer mais sobre a trajetória de Aleijadinho? Então, ouça o primeiro capítulo do programa! É só clicar aqui: https://bit.ly/3kvgIGI

 

Fonte: Rádio Câmara, Memória EBC, Itaú Cultural, Educação Uol