Em visita ao Chile, onde apresenta as experiências brasileiras para ampliar a transparência do Poder Legislativo, o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, afirmou que medidas nesse sentido devem ser baseadas “na incorporação de novas tecnologias de informação”.

Maranhão chefia uma delegação brasileira que troca experiências sobre o assunto. A visita serve também como preparativo para a realização do 1º Hackathon Legislativo Mundial, um evento que reúne hackers, programadores, desenvolvedores e inventores para criar projetos que transformem informações de interesse público em soluções digitais. O evento está previsto para ocorrer entre 28 e 30 de junho, em Valparaíso, no Chile.

Em discurso feito no Congresso chileno, Maranhão destacou que a Câmara dos Deputados deu início a esse processo “muito antes” da promulgação da Lei de Acesso à Informação (12.527/11).

“O esforço da Câmara dos Deputados no sentido de ampliar a transparência e de oferecer à sociedade informações sobre suas atividades e procedimentos tem-se baseado na incorporação de novas tecnologias de informação”, declarou o presidente. “Nesse sentido, o portal da Câmara na internet foi concebido como uma ferramenta tecnológica destinada a modernizar a atuação Parlamentar e, sobretudo, aumentar a sua transparência, promovendo a interação do Parlamento com a sociedade”, acrescentou.

Maranhão lembrou que o portal da Câmara recebe quase 37 milhões de visitas ao ano, a maioria das quais destinadas à busca de notícias sobre as atividades da Câmara, à pesquisa de conteúdo e de tramitação de proposições.

Durante a vista ao Parlamento chileno, a comitiva brasileira, entre outras atividades, se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados do Chile, Osvaldo Andrade Lara. No encontro, Maranhão convidou Lara para participar de um seminário, no Brasil, para discutir a atualização do Mercosul.

Waldir Maranhão considera que a experiência chilena em acordos bilaterais está abrindo novas perspectivas na economia do país e poderia ser aplicada no Brasil. O Chile tem 52 acordos bilaterais firmados, enquanto o Brasil tem essa possibilidade dificultada por uma cláusula do Mercosul. Maranhão disse ainda que pretende se reunir com o ministro interino de Relações Exteriores, José Serra, para tratar do tema.

A comitiva brasileira também se reuniu com representantes do Conselho de Transparência do governo chileno para trocar experiências de combate à corrupção.

Segundo Maranhão, uma das “bandeiras” de sua gestão "é ampliar a transparência das atividades dos deputados e aperfeiçoar o trabalho de fiscalização e combate à corrupção". O nível de corrupção no Chile é considerado um dos menores da América Latina, e a comitiva brasileira assinou um acordo de cooperação no setor.