Empresários gaúchos pedem adiamento da discussão sobre jornada

Empresários de vários setores produtivos do Rio Grande do Sul foram recebidos pelo presidente da Câmara na manhã desta quarta-feira (17/03). Eles defenderam que a votação da Proposta de Emenda à Constituição da redução da jornada de trabalho seja adiada para o próximo ano.
17/03/2010 15h25

Empresários gaúchos pedem adiamento da discussão sobre jornada

Luiz Cruvinel

O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB/SP), recebeu na manhã desta quarta-feira (17/03) empresários de diversos setores do estado do Rio Grande do Sul. Eles solicitaram que a Câmara não vote este ano a redução da jornada de trabalho das atuais 44 horas para 40 horas semanais. Segundo Paulo Fernandes Tigre, presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), o assunto não pode ser decidido em ano eleitoral. "Não achamos que a solução para a criação de empregos deva ser a redução feita por uma medida impositiva, em um processo emocional", afirmou Tigre.

Segundo os empresários, a aprovação da PEC reduziria a competitividade dos produtos brasileiros no cenário mundial. "Nós vivemos em um mundo em que os nossos competidores dispõe de mão de obra mais barata, como é o caso da China", disse o representante da Fiergs.

Temer explicou aos empresários a demanda das centrais sindicais pela inclusão do assunto na pauta do plenário, lembrou da realização de uma comissão geral pela Câmara para a discussão aprofundada da proposta e da sugestão que fez de uma saída intermediária. "Sugeri a redução gradual de 44 para 42 horas, sendo 43 em 2011 e 42 em 2013, sem o aumento nos valores das horas extras", lembrou o presidente.

O Colégio de Líderes, informou Temer, decidiu paralisar a análise de mudanças à Constituição por três semanas. O presidente da Câmara disse aos empresários que caberá aos representantes partidários a decisão sobre quais propostas serão votadas ainda este semestre. "E é por isso que eu recomendo aos senhores que procurem os líderes para a defesa dessa posição", declarou Temer.