Brasil pode ajudar agricultura da Zâmbia, diz líder africano

18/11/2010 16h35

Brasil pode ajudar agricultura da Zâmbia, diz líder africano

J. Batista

Em visita ao Congresso, nesta quinta-feira, o presidente da Zâmbia, Rupiah Banda, disse que o país africano pode aprender muito com o Brasil em políticas de saúde, educação, na área legislativa e, principalmente, na agricultura. “O Brasil tem desenvolvido bastante tecnologia na agricultura e, como temos as mesmas condições climáticas, esperamos que essa tecnologia também atenda às nossas necessidades”, disse o líder zambiano.

O vice-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), avalia que a visita do presidente da Zâmbia também é uma oportunidade de incentivar parcerias entre empresas brasileiras e o país africano. Disse ainda que a visita fortalece a política de aproximação do Brasil com países em desenvolvimento iniciada pelo presidente Lula.

Na avaliação de Marco Maia, “todas as visitas de países da África são emocionantes porque consolidam esse processo de aproximação dos países em desenvolvimento. Zâmbia pode se tornar um bom parceiro e pode trazer avanços significativos no comércio e na relação com os demais países africanos”.

Para ele, a aproximação do Brasil com a África também é importante para que o Brasil possa pleitear mais espaço nos organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial do Comércio.

Relações Diplomáticas
Os países mantém relações diplomáticas deste 1970, quando a embaixada do Brasil na Zâmbia foi criada. A representação brasileira foi fechada no final de 1996 e reaberta 11 anos depois, em 2007. A Zâmbia estabeleceu embaixada residente em Brasília em 2006 – única embaixada da Zâmbia na América Latina.

Em 2010, entrou em vigor o primeiro Acordo de Cooperação Técnica assinado entre os dois países, em que os governos se comprometem em criar grupos de trabalho para desenvolver projetos comuns e definir áreas prioritárias de cooperação.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o comércio entre Zâmbia e Brasil aumentou de US$ 1,4 milhões em 2002 para US$ 7,3 milhões em 2009. Em junho, a Vale anunciou um projeto de exploração de cobre com investimentos de US$ 400 milhões no país, em parceria com uma empresa africana.

O presidente Luís Inácio Lula da Silva esteve na capital do Zâmbia, Lusaca, em julho deste ano e assinou dez documentos de cooperação bilateral: seis novos acordos que tratam de facilitação de vistos para diplomatas e trabalho por dependentes de pessoal diplomático; assistência humanitária no combate à fome e à miséria; cooperação esportiva, educacional e cultural.

Também foram assinados ajustes em acordos em vigor para a produção de biocombustíveis; parceria em formação profissional; treinamento de profissionais de saúde; e combate à aids.

Ex-colônia britânica
A República da Zâmbia, ex-colônia Britânica, conquistou a sua independência em 1964. Quando estava sob tutela do Reino Unido, foi conhecida como Rodésia do Norte e também fez parte da Federação da Rodésia e Niassalândia, junto com os territórios atuais do Zimbábue e do Malauí.

O país faz parte da África Austral. Faz fronteira no norte com a República Democrática do Congo e Tanzânia; no sul com o Moçambique, Zimbábue e Namíbia; ao leste com o Malauí: e a oeste com Angola. A capital é Lusaca, localizada no sudeste do país.

O carro-chefe da economia da Zâmbia é a exploração de cobre e de outros minerais como zinco e cobalto. O país também tem reservas de esmeraldas, ouro e prata, além de grande potencial hidrelétrico. Os principais problemas sociais são a epidemia de aids e malária e os refugiados da guerra civil angolana.

Reportagem - Carol Siqueira (Agência Câmara)
Edição - Newton Araújo