Eduardo Cunha discute medidas para a crise política e econômica em reunião na Fiesp
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou nesta segunda-feira (16), em reunião na Federação das Indústria de São Paulo (Fiesp), que é necessário um esforço conjugado de todos os setores para viabilizar uma saída para crise política que o País vive hoje. Ele argumentou que é primordial garantir estabilidade política para que a crise econômica não se agrave e acabe se tornando um prejuízo irreparável para todos – empresários e trabalhadores.
Ele lembrou que a reunião ganhou um simbolismo importante, porque ocorreu no dia seguinte às manifestações de protesto que reuniram milhares de pessoas em várias cidades brasileiras neste domingo. Eduardo Cunha advertiu que o ajuste fiscal precisa ser feito com urgência, sob o risco de o País perder grau de investimento, o que provocaria uma fuga de capitais de fundos de investimentos governamentais, que seriam obrigados a deixar o Brasil. “Não podemos deixar que esse risco se transforme em fato”.
A atuação do Legislativo, segundo o presidente da Câmara, deve ser independente, mas precisa ser harmônica para assegurar a estabilidade política e, consequentemente, um ambiente econômico favorável à retomada do crescimento. “Utilizar a política para desestabilizar a economia trará prejuízos para todos”. Ele disse que é preciso responsabilidade para discutir medidas que provoquem menor impacto na economia.
“É preciso previsibilidade nas decisões. O ajuste fiscal tem que ser feito, mas em negociação com o setor produtivo”, afirmou Eduardo Cunha. Ele ainda assinalou que não deve haver temas proibidos, e os problemas precisam ser enfrentados. “Vamos votar o projeto sobre terceirização no dia 7 de abril; precisamos votar os ajustes no Supersimples; vamos instalar comissão para rediscutir o pacto federativo”.
Ele disse aos empresários que, além das medidas emergenciais, é indispensável se discutir políticas de médio e longo prazo para restabelecer a estabilidade econômica e viabilizar a retomada da capacidade de investimento em todos os setores nas áreas pública e privada. “Ou discutimos de verdade o que deve ser feito ou vamos apequenar o País”.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, apresentou ao presidente da Câmara uma série de temas considerados prioritários para o setor empresarial, mas afirmou que, embora a pauta da entidade esteja focada nos entraves enfrentados pela indústria, a preocupação dos empresários é como o futuro do País. “É preciso discutir uma travessia que prejudique menos o emprego e os investimentos”.
Ele disse que as medidas para recuperar a economia devem envolver a redução da carga tributária, dos gastos do governo e da taxa de juros. Skaf explicou que esse tripé é quase um consenso entre todos os agentes econômicos. O presidente da Fiesp citou, entre as principais preocupações com propostas em discussão no Congresso, a reforma do PIS/Cofins, as medidas provisórias 664/14 (muda regras para pensão por morte) e 665/14 (altera regras para concessão do seguro-desemprego), a ampliação do Supersimples e o projeto que regulamenta a terceirização.