17 de fevereiro de 2005
DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO
NÚCLEO DE REDAÇÃO FINAL EM COMISSÕES
TEXTO COM REDAÇÃO FINAL
CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR
EVENTO: Reunião
DATA: 17/2/2005 - INÍCIO: 10h45min - TÉRMINO: 13h47min
SUMÁRIO: Tomada de depoimentos.
DEPOENTE/CONVIDADO — QUALIFICAÇÃO
JOSÉ DIVINO - Deputado Federal.
ODILON DA SILVA REIS - Advogado.
DELMA CÂNDIDA TRINDADE — Testemunha.
MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Testemunha.
NILO ALVES DA COSTA — Testemunha.
FÁBIO SOUZA BATISTA — Testemunha.
OBSERVAÇÕES: Há intervenção inaudível; Há termos ininteligíveis; Há oradores não identificados; A reunião foi suspensa e reaberta.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Havendo número regimental, declaro aberta a reunião, que tem por finalidade a produção de prova testemunhal. O procedimento é o descrito no art. 12 do Regulamento deste Conselho. Assim, em relação às testemunhas, cumpre esclarecer o seguinte: a testemunha prestará compromissos e falará somente sobre o que lhe for perguntado, sendo-lhe defeso qualquer explanação ou consideração inicial. Ao Sr. Relator será facultado inquirir a testemunha no início do depoimento e a qualquer momento que entender necessário. Após a inquirição inicial, será dada a palavra ao representado.
A chamada para que os Deputados inquiram a testemunha será feita de acordo com a lista de inscrição. Falarão primeiramente os membros deste Conselho e, a seguir, os demais Deputados. Cada membro terá o prazo de até 10 minutos, improrrogáveis, para formular perguntas e o tempo máximo de 3 minutos para a réplica. Aos Deputados que não integram o Conselho de Ética será concedida a metade do tempo dos seus membros, ou seja, 5 minutos para as perguntas e um minuto e meio para a réplica. O Deputado inquiridor não será aparteado e a testemunha não será interrompida, exceto pelo Presidente ou pelo Relator. Quando a testemunha se fizer acompanhada de advogado, este não poderá intervir de qualquer modo nas perguntas e respostas, sendo-lhe permitido consignar protesto ao Presidente do Conselho, em caso de abuso ou violação de direito. As testemunhas que prestarão depoimento hoje são: Deputado José Divino, Delma Cândida Trindade, Maria da Conceição Rodrigues Santos Silva, Fábio Souza Batista e Nilo Alves da Costa.
Depois de prestarem compromisso individualmente, nós concederemos a palavra ao ilustre Relator. (Pausa.)
Suspenderemos a reunião por alguns minutos, até que o Deputado José Divino possa chegar a este recinto.
(A reunião é suspensa.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Estão reabertos os trabalhos.
Convido o Deputado José Divino para prestar compromisso, nos termos do art. 12, Inciso I do Regulamento do Conselho de Ética.
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Termo de Compromisso. Nos termos do art. 12, inciso I, do Regulamento do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, presto o compromisso de falar somente a verdade sobre o que for perguntado acerca dos fatos relativos ao Processo nº 01/04, Representação nº 25/04, da Mesa da Câmara dos Deputados, movido contra o Deputado André Luiz (17/02/2005, Deputado José Divino).
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Pela ordem.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - O advogado do investigado está presente. Ontem, eu queria dizer isso, mas me esqueci. Submeto à reflexão de V.Exa. se não seria o caso de convidá-lo para...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Nós, ontem, já fizemos o convite. O advogado deve se sentir à vontade, caso queira se sentar à mesa, ao lado da...
O SR. ODILON DA SILVA REIS - (Intervenção inaudível.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Como V.Sa. quiser.
Com a palavra o Deputado Gustavo Fruet, nosso Relator.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, Deputado José Divino, V.Exa. foi indicado como testemunha do Deputado André Luiz, que está sendo processado por uma denúncia publicada originalmente na revista Veja: tentativa de extorsão, no valor de 4 milhões de reais, para influenciar o relatório e os trabalhos da CPI da LOTERJ, realizada na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. V.Exa. tem conhecimento desses episódios? Tem conhecimento da participação do Deputado André Luiz nessa denúncia?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Posso lhe afirmar que o único conhecimento que eu tenho é o mesmo que V.Exa. tem: aquilo que foi publicado pela imprensa falada, escrita, televisiva. Nada mais além disso.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - V.Exa. sabe da razão de ter sido indicado como testemunha da Defesa? É com respeito aos fatos denunciados ou ao passado histórico do Deputado André Luiz?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Acredito que seja em função de nós sermos Parlamentares do mesmo Estado, do mesmo partido. Quando ele foi Deputado Estadual, num mandato anterior a este, eu também exerci o mandato de Deputado Estadual. Ele era meu Vice-Líder na bancada do PMDB do Estado do Rio de Janeiro. Nós temos um projeto em comum, que tramita nesta Casa. O Deputado André Luiz tem sua base eleitoral no antigo Estado da Guanabara e eu tenho no antigo Estado do Rio de Janeiro. Trata-se do projeto de decreto legislativo que propõe a desfusão do Rio de Janeiro com a Guanabara — ele assinou em conjunto comigo esse projeto; então, há um relacionamento político, partidário — e também de um projeto que nós queremos que venha ser reparado, que foi feito pela ditadura: a imposição de uma fusão. Nós temos trabalhado politicamente para que isso possa ser debatido, discutido. Acredito que, por essa convivência política, partidária e até por esse objetivo dessa desfusão, ele possa ter-me citado como testemunha dele.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - V.Exa. tem conhecimento de algum fato de envolvimento do Deputado André Luiz, alguma denúncia com relação à participação dele em CPIs ou como Parlamentar, na tentativa de influenciar relatórios das CPIs na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Olha, nunca soube de nenhum tipo de denúncia, a não ser isso que vem sendo falado pela imprensa. Uma coisa é denúncia da imprensa. Denúncia é uma coisa, verdade é outra questão. Acredito que esta Comissão busque a verdade. A imprensa tem o papel de divulgar — muitas vezes, até de forma inconseqüente e irresponsável. Sei que é preponderante o papel da imprensa de informar, mas sem tendenciar. Ela tem de noticiar o fato, na minha opinião. Essa é a minha posição.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - V.Exa. tem alguma informação sobre os fatos diferentes ou que não foram publicados nessas matérias a que V.Exa. se refere, em relação à participação do Deputado André Luiz?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Não, nenhuma, a não ser aquilo que é do conhecimento geral de todos, da própria Comissão, que são os fatos veiculados na revista, no jornal, na televisão. Nada além disso.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente, da minha parte, estou satisfeito.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Consulto o digno advogado do Deputado André Luiz se deseja inquirir a testemunha.
O SR. ODILON DA SILVA REIS - Excelência, gostaria de saber se a testemunha freqüentava a casa, em Brasília, do Deputado André Luiz.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Deputado José Divino, V.Exa. freqüentava a casa do Deputado André Luiz aqui em Brasília?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Sim, por várias vezes nós estivemos reunidos. Fui indicado como um dos membros da coordenação da bancada do Estado do Rio de Janeiro no Orçamento. E, como o PMDB tem a maior bancada parlamentar do Estado, foi necessário que a bancada do PMDB se mobilizasse e apresentasse meu nome. Então, muitas vezes eu tratei desse assunto com o Deputado André, já que ele havia exercido a Vice-Liderança do PMDB no Rio e até conhece muito mais os Deputados do Rio do que eu mesmo — eu sou de Campos e ele é da Capital. Tratamos de orçamento, de questões políticas e também dessa questão desse projeto que tramita nesta Casa, da desfusão. Muitas vezes, tratamos desse assunto na casa dele, para que ele pudesse trabalhar na área dele ou na minha área. Almocei algumas vezes na casa dele. Uma vez ou outra participamos de questões políticas com respeito a projetos que têm em comum a questão da desfusão do Rio.
O SR. ODILON DA SILVA REIS - A testemunha sabe se o Deputado recebia outros Parlamentares, assessores, motoristas dos Parlamentares na casa dele também?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - V.Exa. tem conhecimento de que o Deputado André Luiz, além de receber Deputados, recebia na residência dele, em Brasília, assessores de Parlamentares, motoristas de Parlamentares e outras pessoas em geral?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Sim, eu mesmo fui a um almoço — acho que era um churrasco —, e esteve lá o pessoal da JPMDB, da juventude do partido. Estava presente também a uma dessas reuniões a ex-Deputada Maria Lúcia, hoje Prefeita de Belford Roxo, outros companheiros do PMDB e de agremiações diferentes, que se relacionam politicamente, que são do Rio ou que não são, mas que, uma vez ou outra, eram convidados também e participavam desses churrascos que aconteceram uma ou outra vez.
O SR. ODILON DA SILVA REIS - Nesses eventos — churrasco, almoço ou café da manhã —, ele viu o Bispo Rodrigues e um assessor dele freqüentando também a casa dele?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - V.Exa. tem conhecimento de que o Bispo Rodrigues, em uma dessas oportunidades em que V.Exa. esteve lá, também se fez presente, acompanhado de um de seus assessores ou de alguma outra pessoa?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Sim, eu me recordo de tê-lo visto. Agora, se é assessor ou não... Havia pessoas... Como eu já fui com o meu motorista, outro Parlamentar ia com motorista ou com assessor. E até na pergunta que ele fez, se o assessor tinha acesso à casa, tinha. Às vezes, algum Deputado almoçava, e o motorista ou assessor que estivesse também participava, almoçava, sem nenhum tipo de restrição.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Então, V.Exa. se recorda de ter visto o Bispo Rodrigues acompanhado de uma pessoa que não sabe se era ou não assessor dele?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Mas acompanhado de uma pessoa?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Sim.
O SR. ODILON DA SILVA REIS - Pergunto se essa pessoa que acompanhava o Bispo Rodrigues chamava-se Jairo.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - V.Exa. sabe o nome dessa pessoa que acompanhava o Bispo Rodrigues?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Sim, é Jairo. Agora, se é assessor ou não, isso eu não sei.
O SR. ODILON DA SILVA REIS - Ele chegou a presenciar alguma conversa acerca de uma negociação sobre a compra de um cinema, entre o Jairo e o Bispo Rodrigues, no momento em que esteve presente na casa do Deputado?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - V.Exa. presenciou algum diálogo entre o Deputado André Luiz, o Bispo Rodrigues e o Jairo sobre eventual venda de uma propriedade, de um prédio, que era um cinema, de propriedade do Deputado André Luiz, propondo uma negociação com o Bispo Rodrigues?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Sim, é verdade. Parece-me que ele era ou é proprietário de um cinema — parece-me que em Bangu ou coisa assim —, e propôs vender isso à instituição Igreja Universal. Ele fez um contato com o Deputado Carlos Rodrigues, que era, à época, Bispo da Igreja — hoje está afastado. Na mesma época, o Deputado Carlos Rodrigues estava até, recordo-me agora, construindo uma casa em Brasília, estava em obra. Ele chegou a oferecer também o imóvel dele, em construção, ao Deputado André Luiz, mas me parece que não foi adiante. Parece-me que o atual Prefeito do Rio, César Maia — eu acho que por decreto ou alguma coisa —, desapropriou ou tombou esse cinema. Parece-me que não pôde ter sido concretizado o negócio por essa questão jurídica. E não houve, pelo que eu saiba, a conclusão de nenhum dos 2 negócios. Parece-me que um negócio dependeria do outro, e não houve fechamento do negócio em função... Eu não tenho convicção, mas me recordo de que, posteriormente, não houve avanço, porque me parece que o cinema foi tombado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Então, V.Exa. estava presente quando...
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Estava presente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - ...o Bispo Rodrigues e o Deputado André Luiz discutiam eventual transação dessa natureza?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Sem dúvida.
O SR. ODILON DA SILVA REIS - A testemunha pode declinar valores dessa transação?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - V.Exa. se recorda?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Não, não me recordo. Já faz tanto tempo... Eu me recordo de que se ofereceu um cinema e ele ofereceu essa obra em construção. Não me recordo do valor. Disso eu não me lembro.
O SR. ODILON DA SILVA REIS - Sem mais perguntas, Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Muito obrigado.
Alguma pergunta, Srs. Deputados?
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Deputado José Divino, pelo jeito, V.Exa. lembra bem que o Deputado Bispo Rodrigues esteve várias vezes na residência do Deputado André Luiz. Até agora eu não vi a relevância disso. Nessa linha de defesa, é claro que isso é objeto da investigação, e à frente veremos se isso terá ou não relevância, em relação ao caso que está sendo objeto de investigação. Mesmo porque nós aguardamos ainda o depoimento do Sr. Jairo Martins. Seria uma das pessoas ou a pessoa responsável pelas gravações que deram origem a essa denúncia. Mas, já que V.Exa. se lembra de que o Deputado Bispo Rodrigues esteve várias vezes na residência do Deputado André Luiz, esteve com assessores ou com o assessor, que esse assessor se chama Jairo, V.Exa. se lembra desse diálogo em relação à compra do imóvel? V.Exa. tem conhecimento de outras conversas entre o Bispo Rodrigues e o Deputado André Luiz?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Eu me recordo dessa questão do imóvel e da questão do encaminhamento político, de discutir a questão de emenda para o Estado do Rio de Janeiro. O PL foi um dos partidos que apoiaram o meu nome para que eu pudesse fazer parte da coordenação da bancada do Rio. E essa articulação foi feita em uma dessas reuniões. Estavam lá o PL, integrantes do PMDB e demais articulações feitas nessa Casa. Realmente culminou com a minha indicação, e hoje eu sou vice. Eu e o Deputado Luiz Sérgio, do PT, fomos eleitos coordenadores da bancada do Rio no Orçamento.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - V.Exa. lembra se nessas ocasiões estava presente o Deputado Alessandro Calazans?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Não me recordo. Não me recordo. Deputado Alessandro Calazans... Eu sei que fui Deputado Estadual com ele no mandato passado. Até o Deputado Chico Alencar também era Deputado Estadual, era meu companheiro lá. Eu não me lembro. Havia tanta gente! Havia o pessoal da JMDB. Uma das vezes estava o pessoal da Padre Miguel, do samba, lá. Até fiquei, acho, só 5 minutos nesse dia. Sempre havia muita gente. A casa dele sempre foi muito freqüentada — pessoas diversas, que eu conhecia e que eu não conhecia.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, V.Exa. lembra que estava o Bispo Rodrigues, mas não sabe se o Deputado Calazans estava também na residência.
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Eu não me recordo de... Eu sei quem é o Calazans. Eu tive um conhecimento político com ele. Sei até que ele é de Nilópolis. Agora, não me recordo, no momento, se ele estava ou não estava. Eu pouco tenho visto o Calazans, porque vim para Brasília e ele é Estadual. Se estava ou não estava, eu não me recordo.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente, estou satisfeito.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Deputado José Divino, por quantas vezes V.Exa. encontrou o Sr. Jairo na casa do Deputado André Luiz?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Eu não me recordo. Eu sei que foi uma ou duas vezes, pelo menos. Pelo menos uma ou duas vezes.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - V.Exa. encontrou o Sr. Jairo outras vezes aqui nesta Casa?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Já o vi aqui nos corredores. Uma vez, pelo menos, já passei por ele aqui.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - V.Exa. tinha alguma relação com ele ou só o conheceu através do Deputado Bispo Rodrigues?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Conheci através do Deputado Bispo Rodrigues.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Foi o Deputado que lhe apresentou?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Sim, ele foi lá na casa do... Eu o conheci, inclusive, parece-me que foi até, se não faz... Olha, acho até que foi na casa do Deputado André Luiz mesmo.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Apresentado pelo Deputado Bispo Rodrigues?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Mas não foi apresentado como assessor, não. Apresentou como uma pessoa que estava com ele. Se é assessor, não é do meu conhecimento.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - A questão é: quem lhe apresentou foi o Bispo Rodrigues.
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Quer dizer, V.Exa. deve tê-lo visto duas ou três vezes na casa do Deputado André Luiz.
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Exato.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - E V.Exa. memorizou bem a fisionomia dele? Recorda-se bem dele?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Recordo.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - V.Exa. foi Deputado Estadual junto com o Deputado André Luiz, com o Deputado Chico Alencar, com o Deputado Alessandro Calazans.
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Isso.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - V.Exa. não se recorda de ter visto o Deputado Alessandro Calazans na casa do Deputado André Luiz, embora tenha tido com ele uma convivência de, no mínimo, 4 anos na Assembléia Legislativa?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Não me recordo, no momento. A casa dele era freqüentada por muitos Deputados, por muitas pessoas que também não são políticas. E é uma pessoa de muitas amizades. Se esteve, eu não me recordo no momento.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - V.Exa. participou de alguma CPI junto com o Deputado André Luiz, quando Deputado Estadual, no Rio de Janeiro?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - A única CPI de que participei no Estado do Rio de Janeiro foi a que investigou a questão da publicidade do Governo Marcello Alencar, que convocou o Duda Mendonça... Foi a única CPI de que participei.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - E o Deputado André Luiz também participou ou não?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Não era membro da CPI.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Não era membro?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Que eu me recorde, não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Tem a palavra o nobre Deputado Chico Alencar.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Deputado José Divino, com quem convivi na Assembléia Legislativa, V.Exa. sempre foi do mesmo partido do Deputado André Luiz?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Eu fui filiado ao PMDB em 27 de março de 1985; portanto, há 20 anos. Houve um período, quando éramos Deputados, de alguns meses, que eu migrei para o Partido Liberal. Depois retornei à minha origem partidária, política, de mais de 20 anos, que é o PMDB.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - E o Deputado André Luiz no PMDB esse período todo, não?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Só que é bom registrar que eu sou sul-mato-grossense, radicado no Estado do Rio de Janeiro. Minha filiação foi no antigo MDB, de Ulysses Guimarães, em Mato Grosso do Sul, após a divisão de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Então, eu tenho mais tempo de MDB de Mato Grosso do Sul do que de MDB do Rio de Janeiro.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Mas no caso da convivência no partido, no Rio de Janeiro, no exercício do mandato naquela Legislatura que compartilhamos, V.Exa. percebeu alguma rixa, alguma característica específica, algum tipo de problema na relação do Deputado André Luiz com outros eminentes colegas e colegas de partido, como o Deputado Sérgio Cabral, o Deputado Picciani, o Deputado Paulo Melo, que eram as lideranças mais destacadas?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Sim, eu me recordo de que havia certa divergência política do Deputado André Luiz com o Deputado Paulo Melo. O Deputado Paulo Melo era Líder da bancada e o André era Vice-Líder. Em algum momento ele até articulou para destituir o Paulo Melo, para que pudesse ser o Líder. Então, houve, sim, algumas divergências político-partidárias entre os 2. Sempre houve. Eles nunca foram, no meu entendimento político, de convívio muito harmônico, porque sempre houve uma disputa dentro do partido.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Mas com os outros que eu citei aqui não? As relações do Deputado André Luiz com os outros Deputados era normal, tranqüila, sem problemas?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Pela minha avaliação, era harmônica.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Indago se o depoente, Deputado José Divino, avistou-se alguma vez com o Deputado Calazans, em Brasília, independentemente de ser ou não na casa do Deputado André Luiz.
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Não me recordo. Sei que, quando o ex-Governador Anthony Garotinho veio para o PMDB, veio praticamente toda a delegação política do Rio de Janeiro, de diferentes partidos. Mas era um dia em que havia muita gente nesta Casa, de diferentes partidos do Rio de Janeiro. Posso tê-lo visto ou não. Eu não me recordo, porque estavam aqui praticamente quase que... Tirando os Deputados da Oposição, do PT, os demais vieram prestigiar a filiação dele ao PMDB. Eu não me recordo se ele veio ou não veio. Acho que já faz mais de 1 ano que aconteceu essa filiação. Então, seria difícil afirmar com precisão, mas acredito que eu o tenha encontrado uma vez ou outra nesta Casa, até nesses corredores. Acho que foi nesse período, mas não tenho convicção de data. Seria impreciso afirmar.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Caso V.Exa. tenha se encontrado com ele, foi nesse período de aproximadamente 1 ano atrás?
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - É. Eu me lembro de que, quando o Garotinho veio para o PMDB, praticamente os políticos do Estado do Rio vieram prestigiar, porque ele foi Governador de Estado, aquela coisa, a mulher dele é Governadora. Houve uma presença maciça da classe política fluminense aqui.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Deputado José Divino, agradecemos a V.Exa. a colaboração.
V.Exa. está dispensado do depoimento, mas, se quiser permanecer, é um prazer tê-lo aqui no plenário.
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIVINO - Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Convidamos para prestar depoimento a Sra. Delma Cândida Trindade.
Sra. Delma Cândida Trindade, a senhora foi arrolada como testemunha no Processo nº 001, de 2004, Representação nº 25, de 2004, contra o Deputado André Luiz. A senhora tem o compromisso, nos termos do art. 12, inciso I, do Regulamento do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, de falar somente a verdade sobre o que lhe for perguntado, sob pena de, não falando a verdade, responder por falso testemunho. Então, peço-lhe que leia e assine o termo de compromisso. (Pausa.)
Prestado o compromisso, concedo a palavra ao Deputado Gustavo Fruet, Relator desse processo.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Nesta primeira intervenção, Sr. Presidente, pergunto à Sra. Delma se tem conhecimento das denúncias que foram feitas contra o Deputado André Luiz e o que pode nos informar em relação ao fato de ele estar sendo processado pela tentativa de extorsão de dinheiro de empresário ligado ao jogo para influenciar na CPI da Assembléia do Rio de Janeiro.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - O que eu tenho a declarar é que estou convivendo com o Deputado há mais ou menos 2 anos, que há um ano e pouco estamos vivendo juntos e que muita coisa eu não sei, porque tem pouco tempo que estou convivendo dentro da casa dele. Mas o que tenho presenciado é que, pelo que ele está sendo acusado, não vejo nada que seja verdade, entendeu? Acho que eles estão usando de uma forma... que ele não deveria estar pagando por isso.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora tem conhecimento de que foram feitas as gravações dentro da casa do Deputado André Luiz?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não tenho conhecimento.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora conhece o Deputado Alessandro Calazans, do Rio de Janeiro?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Eu conheço alguns Deputados. Só que assim por nome não sei quem é. Se ele estivesse aqui, eu poderia falar se o conheço ou não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Se nós lhe mostrarmos uma foto dele, a senhora acha que o reconhecerá através dela?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Pode mostrar, sim. Pode mostrar.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Pois não. Solicito à Assessoria que providencie uma foto do Deputado Alessandro Calazans, por gentileza.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Uma das denúncias é que teria sido feita uma gravação no dia 16 de setembro e outra no dia 6 de outubro. A senhora tem alguma informação... Tem lembrança desses dias? Onde a senhora estava? E o Deputado André Luiz?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Dia 16 de setembro, inclusive, nós estávamos em Minas Gerais. Inclusive, eu sou de Lagamar, entendeu? Nós viajamos para a casa dos meus país. Como ele estava apoiando um Prefeito de lá... Ele estava apoiando um Prefeito lá. E nesses dias que eles estão acusando que realmente foram feitas gravações, eu não sei por que, porque nós não estávamos presentes em Brasília.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - No dia 16, a senhora lembra. E no dia 6 de outubro? Também foi denunciada uma gravação nesse dia. A senhora lembra onde estavam?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Pela data, não me recordo bem da data certa, entendeu? Pela convivência que eu tenho com ele, eu não vi... Estou sempre na casa dele, eu não vi nenhum tipo de pessoas lá. As pessoas que estiveram lá foram o Bispo Rodrigues e o Jairo. Realmente estavam sempre lá, entendeu? Juntos.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Só para... Mas, no dia 16 de setembro, a senhora lembra que não estava em Brasília. Estava em Lagamar, em Minas Gerais.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Estava.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E no dia 6 de outubro?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Nós viajamos no dia 15 à noite, ficamos no dia 16 e retornamos no dia 17.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E no dia 6 de outubro? Também foi feita uma gravação nesse dia. O Deputado André Luiz estava onde?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não me recordo, porque a gente está sempre viajando. Inclusive, na época, nós estávamos apoiando vários candidatos. Agora eu não me recordo.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Sr. Presidente, eu estava aqui fazendo algumas anotações, mas não percebi que V.Exa. tenha advertido a testemunha antes do depoimento. Se isso não foi feito efetivamente, gostaria que V.Exa. procedesse na forma do Regimento, na forma da lei, advertindo a testemunha de que, se ela falta com a verdade, pratica crime.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Deputado Antonio Carlos Biscaia, nós fizemos a advertência. Além disso, pedi à testemunha que lesse o termo de compromisso e o assinasse. Então, a testemunha foi advertida de que está sob o compromisso de falar a verdade. Se porventura faltar com a verdade, responderá por crime de falso testemunho.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Pois não, Excelência.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET — Fica, então, caracterizado que no dia 16 de setembro lembra que não estava em Brasília. Mas não lembra sobre o dia 6 de outubro, apesar de já ter passado, inclusive, o primeiro turno das eleições.
Pergunto também para a testemunha, que lembra bem que o Bispo Rodrigues e uma pessoa chamada Jairo estavam ou estiveram várias vezes na residência do Deputado André Luiz: a senhora se lembra de outros Parlamentares que também estiveram na residência do Deputado André Luiz?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Lembro-me sim de alguns: do Renato Cozzolino, da Deputada — não estou lembrando o nome agora — que foi eleita Prefeita. Assim, eu presenciei vários Deputados na casa dele, estive com vários. Mas de nome, assim... Primeiro porque eu não tinha liberdade para chegar e ficar perguntando, conversando. Sempre fiquei na minha.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E esse Jairo que a senhora mencionou, quem era?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Ele é assessor do Bispo Rodrigues.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas assessor porque ele lhe foi apresentado como assessor ou...
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Foi apresentado.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E ele estava acompanhado de outras pessoas? O Deputado Rodrigues?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não. Sempre que eles estavam na casa do Deputado, estavam sempre os 2 juntos. Sempre os 2 acompanhados.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E eles tratavam de que assuntos?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Olha, as vezes em que ele esteve lá, que eu presenciei, ele estava vendendo uma casa para o Deputado André Luiz, no Park Way, e a intenção dele realmente era fazer negócio com ele. A casa era no valor de um milhão e meio, a casa que ele estava vendendo. Inclusive, eu fui nessa casa. Ele me levou à casa, com o Deputado André. Mostrou-me a casa, perguntou o que eu tinha achado. Até conversou comigo e pediu que eu desse opinião para ele. Ele estava realmente a fim de fazer negócio.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora se lembra de conversas referentes à CPI do Rio de Janeiro?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, isso não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora já ouviu falar do nome de Carlinhos Cachoeira?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Vi falar agora, porque está em todos os jornais.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E a senhora lembra outras conversas que o Bispo Rodrigues e outros Deputados tiveram com o Deputado André Luiz na sua residência?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, porque as vezes em que eu chegava na casa dele, eu sempre chegava tarde, porque eu estava estudando. Então, eu chegava às 11h, e eles já estavam lá há mais tempo. Então, eu chegava, ficava ali, conversava e ia para casa. A gente estava só namorando.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, eu entendo que, da minha parte, por hora vou parar. Mas está claro o seguinte... Vamos ser muito objetivos aqui, sem hipocrisia. É evidente que é uma memória seletiva. E me parece que essa vai ser a conduta de todas as testemunhas de defesa. Respeitando a estratégia da Defesa, a orientação dos advogados, é impressionante que só se lembram do dia 16 de setembro. E só se lembram dos encontros com o Deputado Bispo Rodrigues, e com detalhes impressionantes em relação ao diálogo de compra de uma residência de um templo no Rio de Janeiro. Há um esquecimento brutal em relação à presença de outros Deputados, a outros assuntos. E sempre há a menção do assessor Jairo, que terá a oportunidade de ser ouvido pela CPI. Eu também não estou aqui para brincadeira. Acho que nenhum de nós. Terei a maior boa vontade de ouvir todas as testemunhas. Agora, é um roteiro anunciado... É evidente que há uma memória seletiva. Então, da minha parte, estou satisfeito e concedo a palavra ao advogado de defesa.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Só para esclarecer e clarear, a Sra. Delma disse inicialmente que está convivendo com o Deputado André Luiz há um ano e meio. Depois, a senhora mesmo disse que estava só namorando-o, que chega tarde. A senhora pode nos esclarecer há quanto tempo está convivendo com o Deputado André Luiz na mesma casa?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Na mesma casa, estou convivendo com ele há uns 9 meses mais ou menos.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Nove meses.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Morando junto com ele.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Morando junto com ele. Antes de morarem juntos, a senhora o namorou?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Eu tinha a minha residência.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Mas freqüentava diariamente...
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Freqüentava sim.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Por quanto tempo aconteceu...
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - A gente namorou uns 8 meses mais ou menos.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Oito meses. Nesse período de 8 meses, a senhora freqüentava a casa do Deputado André Luiz. Como a senhora disse — vou usar o mesmo termo —, não participava das conversas, ficava na sua. E só participou das conversas com o Deputado Bispo Rodrigues.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Por quê? Porque o Bispo, as vezes que ele chegou a conversar comigo e até a pedir a minha opinião a respeito do que eu achava de o André fazer o negócio na casa... Então, ele sempre pedia ao André que me chamasse. Por isso, estou questionando que foram as vezes que eu realmente estive com ele.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Certo. E todas as vezes em que a senhora esteve com o Bispo Rodrigues o Sr. Jairo estava junto?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Estava, todas as vezes.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - E também a senhora conversou com o Sr. Jairo? Ou o Sr. Jairo não falava, só acompanhava?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, não tive intimidade de conversar com ele.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Quer dizer, todas as vezes iam o Bispo Rodrigues, o Sr. Jairo. A senhora conversava com o Bispo Rodrigues, mas com o Jairo não.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - As únicas vezes em que eu conversei com o Bispo Rodrigues foi em relação à venda da casa, que ele pediu a minha opinião.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Sim, e o Sr. Jairo estava junto?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Presente. Inclusive, ele esteve na casa com a gente, no dia em que ele foi mostrá-la.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - E ele não falava?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, não falava. Ele não... Eu o achei até na dele, entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Ele também estava na dele? Muito bem.
O doutor...
(Não identificado) - Sem perguntas.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Os Deputados Ann Pontes, Carlos Sampaio, Chico Alencar... Desculpe-me, Biscaia, eu não o tinha visto aqui.
Com a palavra o Deputado Antonio Carlos Biscaia.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Sr. Presidente, nós vamos manter o sistema dos depoimentos de ontem?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Sem dúvida. Fique à vontade, Deputado.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Eu gostaria que a testemunha Delma Cândida Trindade... Ela mencionou rapidamente... Pela informação e pelo esclarecimento, houve um namoro de 8 meses e mais 9 meses, agora, de convívio marital, totalizando 17 meses.
Com base em que a senhora fez duas afirmações, que já estão gravadas? "Pelo que eu vejo, o que está sendo divulgado não é verdade". "Ele, André Luiz, não deveria estar pagando por isso". Como a senhora pode fazer essas afirmações? Tudo o que está divulgado em relação a ele não é verdade e ele não deveria estar pagando por isso. Por que a senhora chegou a essas conclusões?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Pelo pouco da minha convivência, inclusive eu já falei anteriormente, eu não vejo...
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Sr. Presidente, pela ordem. O microfone da testemunha.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Pelo pouco que ele já conversou comigo, como eu questionei, eu não vejo por que ele está sendo acusado, porque, na verdade, o que deu a entender foi que o Bispo Rodrigues queria realmente fechar negócio com ele e não conseguiu.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Mas não é isso. Ele está sendo acusado de manter contato com pessoas que têm ligações a atividades empresariais de jogo, quer dizer, que estão sendo investigadas por uma CPI no Rio de Janeiro. E ele afirmou que teria influência e solicitou vantagens financeiras para influir nessa CPI. Pode-se dizer que isso é um achaque ou uma extorsão. Como a senhora pode afirmar que isso não é verdade? É porque ele lhe falou?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Na verdade, as acusações que estão sendo feitas contra ele são coisas de um tempo atrás. Eu não o conhecia. O que estou afirmando é pelo tempo que estou com ele.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Antes desse período de 9 meses, julho do ano passado, convívio marital. Antes disso, qual era o período que a senhora permanecia na residência do Deputado em Brasília? Em que horário a senhora permanecia?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Sempre à noite, porque eu trabalho no Governo também. Eu trabalho na assessoria da Administração do Guará. Então, durante o dia eu estou trabalhando. E à noite eu estava estudando. E sempre depois da aula é que eu ia à residência dele. Eu tenho o meu carro. Eu ia sozinha.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - No dia 10 de dezembro do ano passado, 10 de dezembro de 2004, em que local a senhora se encontrava?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Agora... Datas, assim, não tenho como lembrar agora, no momento. Dez de dezembro? Eu tenho que...
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Não, 10 de dezembro de 2004. A senhora estava em Brasília, trabalhou normalmente ou foi visitar seus pais em Lagamar? É uma data que eu estou lhe apresentando.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, eu visitei meus pais em Lagamar no dia 7 de setembro e no dia 16, que foi quando o Deputado foi trabalhar na campanha para o Prefeito.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Em sua companhia. Mas de outras datas a senhora não se recorda? A senhora se recorda apenas dessas duas? De 10 de dezembro a senhora não se recorda? É mais próximo do que...
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - V.Exa. está falando 10 de dezembro deste ano?
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Não, deste ano não.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, de 2004?
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - É, 10 de dezembro de 2004. A senhora também foi a Lagamar, estava aqui em Brasília ou não?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Provavelmente, eu acho que... Não tenho certeza, mas acho que eu estava em Brasília. Não tenho certeza.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Então, nada mais, Sr. Presidente. Muito obrigado.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Sr. Presidente, pela ordem. Perdoe-me.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Pela ordem.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Eu só quero que V.Exa. me esclareça se a testemunha está prestando... Eu estava lá fora. Ela está compromissada?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Está devidamente compromissada, já advertida por duas vezes.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Um momento, Sr. Presidente. A testemunha... Perdoe-me, mas eu estava lá fora e é preciso esclarecer isso aqui.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Pois não.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - A testemunha disse que é companheira do Deputado André Luiz. É isso?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Isso, há 9 meses.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Tem com ele um relacionamento marital, portanto.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Tenho, sim.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Há 9 meses. Sr. Presidente, eu submeto à reflexão de V.Exa., e aqui o faço com uma preocupação... A testemunha tem laços muito próximos com o Deputado. Naturalmente, ela... É o amor da vida dela, afinal de contas. Portanto, ela não pode ter isenção, porque amigado com fé casado é. Então, eu submeto... Ela pode, de repente...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Indago-lhe se V.Exa. está contraditando a testemunha. No início do depoimento isso era possível, pela aplicação analógica das regras processuais penais.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Veja, a minha dúvida é se ela deveria ser ouvida como informante e portanto...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Deputada, quero esclarecer que quem arrolou a testemunha foi o próprio André Luiz. Ela está acompanhada por 2 advogados do Deputado André Luiz. Portanto, esta Comissão se reserva... na oitiva do depoimento, nos termos requeridos e solicitados.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Como testemunha?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Como testemunha. Assim foi a solicitação por parte da Defesa.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Então, eu ofereço a contradita, Sr. Presidente, porque o depoimento — e ofereço as razões — de uma companheira daquele que está sendo acusado... Evidentemente que ela não pode dizer aqui, embora possa achar e possa ter até participado, que ele vai... Como é que ela vai fazer? Vai chegar lá à noite e dormir na casa dele? Como é que vai fazer? Deita na cama e diz: "Eu falei contra você". Não pode! Então, eu ofereço contradita. A testemunha não é isenta. É o que eu estou fazendo aqui, agora. Ofereço a contradita por esse motivo. Registre-se.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Registrado.
O SR.ODILON DA SILVA REIS - Pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Pela ordem.
O SR.ODILON DA SILVA REIS - A contradita teria de ser oferecida antes do depoimento dela, de acordo com a norma processual vigente de aplicação subsidiária. Então, se for o caso, gostaria que ficasse consignado.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Eu não estava presente. E eu sou uma juíza aqui, porque sou Deputada Federal. O processo é completamente anômalo. Usa-se subsidiariamente, doutor, o Código Penal. De forma que assim que o Deputado chegou — no caso, eu sou Deputada e represento aqui 400 mil eleitores do meu Estado do Rio de Janeiro, cheguei, deparei com a testemunha e fiz uma questão de ordem. E ofereci imediatamente a contradita a ela.
(Não identificado) - Não lhe dá o direito de atropelar a norma processual, mesmo sendo juíza e Parlamentar.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - A contradita está registrada e o protesto do nobre advogado consignado.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Diga-se mais, Sr. Presidente, eu estou até protegendo a testemunha. O advogado que falou é advogado de quem?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Do Deputado André Luiz.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Então, desculpe-me, mas eu não entendi muito bem. Estou até em proteção da testemunha, até em uma atitude de magistrada e protegendo a testemunha. Ela, sem um compromisso, estaria mais confortável. Agora, se a própria defesa joga a testemunha dentro desse caldeirão, Deus me livre, deixe eu ir embora.
(Não identificado) - Deputada Juíza Denise Frossard, até em benefício...
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Eu não tenho perguntas a qualquer das testemunhas.
(Não identificado) - Não, se V.Exa. tivesse até ouvido... Porque está ficando claro o seguinte, está uma memória seletiva, e aqui, com todo respeito, é a estratégia da defesa. Agora, nós não sabíamos, é bom consignar — e aqui eu chamo a atenção do Deputado André Luiz e da sua defesa —, que ela era companheira ou cônjuge. Ontem, perguntei ao Deputado André Luiz , e ele omitiu essa informação, se ele freqüentava o gabinete do Deputada Eliana Ribeiro. Todos deve lembrar que ele disse que há 3 anos, não formalmente, mas que não convive com a Deputada Eliana Ribeiro. Em momento algum fez qualquer comentário em relação a sua companheira. E quando foi apresentada a testemunha de defesa, deveria ter sido avisado a este Conselho e a mim que ela é a companheira e convive junto com o Deputado André Luiz. Então, que fique bem claro aqui que isso não nos foi comunicado. A senhora, oportunamente, ofereceu essa contradita, fica o registro, mas, evidentemente, que recebemos o protesto também do advogado, mas ninguém ofereceu a contradita, nem poderia. Porque ninguém sabia que a testemunha era companheira ou vive junto com o Deputado André Luiz. Nós fomos informados hoje por ela, quando já havia começado o seu depoimento. Então, vamos deixar bem claro aqui as informações de que este Conselho dispõe. Mas pode ter certeza de que o testemunho, mesmo sem a contradita, com todo respeito, aqui não é um prejulgamento, mas ficou evidente também que é uma memória seletiva. Eu me disse satisfeito com relação a uma série de questionamentos e pedi para que se abrisse a palavra aos Parlamentares.
A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD - Pois não, Sr. Presidente, Sr. Relator, perfeito, são dois juristas aqui à Mesa. Da. Delma, funcionei como sua advogada de defesa, embora os advogados do seu marido tenham jogado a senhora no caldeirão. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Consulto o Deputado Chico Alencar se deseja fazer uso da palavra.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Sra. ou Srta. Delma, a senhora afirma que no dia 15 viajou com o Deputado André Luiz à noite.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Sim.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - A senhora se recorda que dia da semana era?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Uma quinta-feira.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Uma quinta à noite.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, foi em uma quarta-feira.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Quarta-feira. A senhora não trabalhava, nessa ocasião, na Prefeitura de Guará.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Trabalhava, sim.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Conseguiu dispensa do trabalho?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - O meu serviço é externo. E quando eu trabalho final de semana, geralmente, é abonado dois dias de trabalho.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Então, a senhora teve um abono, que certamente a Prefeitura pode comprovar...
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Pode sim.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - ... para os dias 16 e 17?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Inclusive pode ser meu chefe imediato, entendeu? Ele é chefe do Gabinete da Administração.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - A senhora tem essa documentação aqui da dispensa do trabalho na quinta e sexta-feira, dias 16 e 17?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Comigo não. Mas vocês podem ter, se vocês quiserem.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Eu solicito que se peça essa documentação. E a senhora...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Só a título de informes para solicitar a informação. A senhora ocupa cargo em comissão, cargo de confiança ou é concursada?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Eu não sou concursada, cargo de confiança. Sou contratada pelo Instituto Candango de Solidariedade.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - A senhora trabalha em que setor?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - No Gabinete da Administração do Guará.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Gabinete de Administração.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - A senhora viajou em companhia do Deputado André Luiz?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Viajei.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Só os dois?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, teve outra pessoa.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Quem era?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Meu cunhado Johnson.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Sim.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Ele também estava ajudando a gente na campanha.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - A senhora se recorda a que horas foi a viagem?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Foi no final da tarde, provavelmente depois de 6 horas. O horário eu não...
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Mas ainda era dia?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, já estava ficando noite. Eu cheguei lá por volta de 2 horas da manhã.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - E Lagamar, é Lagamar, não é? Seu Município de nascimento?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - É. Meus pais moram lá.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Fica a 400 km daqui. Solicito também, Sr. Presidente, que verifique nesse dia, quarta-feira, que é um dia de intenso trabalho legislativo, a presença do Deputado André em eventual votação, se for o caso.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Com licença. Nós tivemos, nós viajamos depois que ele teve votação, provavelmente. Foi à noite.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - A senhora se recorda de ele ter vindo à Câmara nesse dia?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não tenho certeza, mas acho que veio, sim. Eu estava trabalhando durante o dia.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - E, nessa viagem, vocês se hospedaram em algum hotel?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, não nos hospedamos, ficamos na residência do meu pai.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - É porque o Deputado André Luiz, ontem, aqui, abrindo seu depoimento, disse que tinha como comprovar, através de notas de serviços, os hotéis, essa sua ausência de Brasília nesse dia. Está gravado.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Hotéis, não, porque seria até uma desfeita eu ir para a casa da minha família e não ficar lá, entendeu?
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não, estou me reportando ao que o Deputado falou no seu primeiro depoimento. Depois, é verdade, ele disse que ficou hospedado na casa da menina. Eu suponho que é um elogio amoroso a V.Sa.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não sei.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Pode ser outra pessoa, então?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, pode ser, não. (Risos.) Ele estava comigo.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Ele pode ter se hospedado em outro lugar?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, ele estava comigo.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Na casa dos seus pais.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - É, dos meus pais.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Com endereço fixo conhecido.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Com tudo.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Que podem comprovar...
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Inclusive, nós temos nota de abastecimento, nós almoçamos em restaurantes também.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Nota no nome dele?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - No nome dele, porque ele sempre pega nota, em todo lugar que ele compra ou almoça, posto de gasolina em que ele abastece.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Poderia informar o endereço da residência dos seus familiares? Ou você não sabe?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Olha, há 10 anos mudei de lá. Eu... O meu pai mudou, ele mora na rua Goiás...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Rua Goiás...
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Eu não sei o número, sei que ele morava no início da rua e, agora, ele mudou para o final da rua. Tem uns 6 meses que ele comprou essa casa.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - É no centro de Lagamar?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - É, é num bairro, num bairro.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Como é o nome do bairro?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Agora eu não me recordo. Sei que é na mesma rua, só que...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Têm telefone seus pais? Você faz contato com sua família por telefone?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Claro, faço, sim.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Qual é o número?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - É 812... É 3812, tem um 3, 1694, e tem o celular da minha mãe, que é...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Não, só da residência. É rua Goiás, não é? O bairro você não se recorda?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Se não me engano, é Cruzeiro, alguma coisa assim. Não estou lembrada, não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - E, Sra. Delma, essa hospedagem, lá, então, também foi um tanto inaugural da nova casa, já que ele adquiriu.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Você já conhecia essa residência?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Já, no feriado do dia 7 de setembro, nós já estávamos lá.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Porque setembro são 6 meses atrás. A senhora acabou de dizer que ele se mudou há 6 meses.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Foi.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Mas, antes dos 6 meses... Então, são mais do que 6 meses essa nova casa.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Olha, eu já não convivo com meus pais há 10 anos, entendeu? Então, eu não ligo, lá, todo dia, para saber o que está acontecendo. O que eu soube é que ele vendeu a outra casa que ele tinha e comprou uma casa mais nova.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Mas foi a primeira vez que vocês se hospedaram lá?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, a segunda vez. É a segunda vez que o Deputado estava indo à casa da minha família.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - E a primeira vez, você tem idéia de quando foi?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Foi no 7 de Setembro.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - No 7 de Setembro, então, logo uma semana depois, vocês foram de novo.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Foi. Foi, em 7 de setembro, ele conheceu o Prefeito, que é do mesmo partido dele, entendeu, pediu apoio a ele e nós voltamos no dia 16.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - E que atividades vocês desenvolveram? Ficaram lá nos dias 16 e 17?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Foi. Voltamos dia 17, à noite.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Lá, como você não tinha o dia de trabalho e a noite de estudos, pôde conviver mais com o Deputado? Eu quero saber, obviamente, do ponto de vista objetivo, que atividade você se recorda que ele desenvolveu lá?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - O que me recordo é que ele deu entrevista para a Rádio Terra...
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Rádio Terra.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Isso, tem gravado, e que nós fizemos uma carreata, paramos em um bar, ele pagou bebida ao pessoal, refrigerante, cigarro para os eleitores, e demos apoio ao Prefeito, ele ajudou o Prefeito lá.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Eu só não entendi bem. Refrigerantes e cigarros, ele pagou para os eleitores? É isso que a senhora disse?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Falo assim, não, ele comprou. O que eu digo é assim: o pessoal, ele deu uma ajuda, entendeu, porque estava tendo uma carreata realmente.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - A senhora é estudante de?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, eu não estou estudando no momento, mas eu fazia Jornalismo. Tranquei minha faculdade.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - A imprensa divulga sempre a vigência da Lei nº 9.840, segundo a qual, comprar qualquer objeto para induzir o voto, cigarro, refrigerante, é crime eleitoral.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não induzir votos, é, não induzir votos.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Sim.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Eu não digo induzir votos. Ele estava fazendo... Ele é uma pessoa muito caridosa, gosta de ajudar as pessoas, eu não vejo nada demais nisso.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - A senhora teve ciência, pela imprensa, de que, no dia 16 de setembro, quando a senhora disse que estava na companhia do Deputado André Luiz, em Lagamar, a 400 km daqui, foi feita uma gravação naquela que já, então, é sua residência. A senhora suspeita de quem possa ter feito essa gravação, que o Deputado reconheceu como com uma voz muito semelhante à dele?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Quem poderia ter instalado...?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Na gravação, eu não estive com ele. Eu fiquei na casa, com minha mãe.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não, não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Só para esclarecer à depoente, o Deputado está perguntando, agora, a senhora está vivendo com o Deputado André Luiz.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Ah, sim.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - E foram feitas gravações dentro da casa do Deputado André Luiz, que é o motivo das acusações.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Ah, sei. Das acusações.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - A senhora tem alguma suspeita de quem poderia ter feito essas gravações aqui na casa do Deputado André Luiz, não uma gravação de programa, não.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Ah, certo. Não tenho, não tenho, porque eu tenho certeza de que não foi feita nenhuma gravação.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Ah, então, a senhora tem certeza de que não houve nenhuma gravação na sua residência?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Como houve gravação se ele estava viajando comigo?
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Sim. E ele nem a senhora estavam na casa. A senhora já mora há 9 meses nessa casa, aqui, do Deputado com ele. A senhora conhece uma sala da televisão, do térreo, creio eu?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Conheço, eu convivo lá. (Risos.)
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Tem algum objeto ali que a senhora possa descrever, que chame a atenção? A senhora conhece um tapete com cara de urso?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não conheço.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não existe esse tapete? Nunca viu?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Tem vários tapetes na sala, mas, com cara de urso, não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Mas esse. Está certo. (Risos.) O ser humano tem uma imaginação tão fértil, isso é um alento para a humanidade.
A senhora disse que, no dia 10 de dezembro, a partir da indagação do Deputado Biscaia, achava estar em Brasília. Sendo 10 de dezembro uma sexta-feira, a senhora não pode afirmar se estava ou não?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não posso.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não pode?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não posso, não posso afirmar porque não tenho certeza. Não me recordo dos dias. Eu sei que o Natal passei em Brasília.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Mas a senhora afirma, com toda convicção, que saiu de Brasília no dia 15 de setembro, ao anoitecer, que chegou em Lagamar, às 2 da manhã, e, já numa data tão mais próxima, que eu até contribuo, porque, de fato, a gente não sabe o que acontece a cada dia, que era uma sexta-feira, 10 de setembro, a senhora tendo vínculos empregatícios, então, a senhora não lembra se estaria trabalhando ou passeando?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Provavelmente eu estava trabalhando. Provavelmente. Agora, eu confirmo que, nos dias 15, 16 e no correr do dia 17, eu não estava aqui, porque nós fizemos um trabalho de apoiar o Prefeito. Então, a gente estava com aquela expectativa de fazer camiseta para apoiá-lo. Então, é uma coisa que marcou. Agora, eu não sou, eu acho que, eu até peço ao senhor que não me julgue porque eu não sou obrigada a lembrar onde estou todos os dias.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não, não estou julgando, absolutamente, só estou fazendo algumas indagações para, aí, sim, nós, Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, formarmos nosso juízo sobre essa questão. A senhora não está em julgamento, está aqui como testemunha de defesa do colega acusado, e estou querendo formar meu juízo a partir do maior número de elementos possíveis.
E, por isso, já me dou por satisfeito. Muito obrigado.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente, eu tenho uma observação. Até para deixar bem claro que não tínhamos informação da sua convivência com o Deputado André Luiz. Eu pedi para levantar, na gravação de ontem, quando ele disse que viajou com a senhora para Lagamar, ele falou que viajou com uma pessoa de estima. Por que ele não afirmou que convive com a senhora, já, nesse período?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Eu não posso informar. No caso, vocês têm de perguntar a ele. Desculpem-me.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Só mais uma observação, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Pois não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora viajou naquele dia, quem foi dirigindo?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Ele mesmo. Ele e meu cunhado.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Ah, tinha mais uma pessoa no carro?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Tinha, sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Que carro era?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Uma Pajero.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A placa é daqui de Brasília?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Do Rio.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E eu insisto em dizer que a senhora tem uma memória muito impressionante sobre o dia 16, mas, do dia 6 de outubro, a senhora não lembra onde estava? E nem do dia 10 de dezembro?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não é que eu tenha uma memória impressionante do dia 16.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - É que a senhora conta com tanto detalhe.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - É porque estou falando a verdade o que aconteceu. Agora não sou obrigada, igual já acabei de relatar, a lembrar todos os dias do ano o que eu fiz.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente, eu vou insistir nisso. É que estou tomando um cuidado muito grande também, porque não é um confronto com a testemunha, e a gente não quer partir para um processo de desmoralização. Ao contrário da análise que vai ser feita no relatório, e já adianto que será muito dura, porque tanto o depoimento da Sra. Delma, quanto o depoimento do Pastor Divino, com todo respeito aos depoentes, mas é uma memória seletiva, acho até que é um desrespeito ao Conselho. Ao contrário, eu acho que é uma tentativa até de desmoralização do Conselho, então da minha parte estou satisfeito.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Deputada Ann Pontes.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Sra. Delma, só uma questão de confirmar as informações que a senhora está nos passando, para que não haja nenhum tipo de dúvida. Então, a ida a Lagamar foi para o Deputado, especificamente, uma questão política, para a senhora foi a oportunidade de rever os pais. A senhora nos informou que o seu cunhado foi na companhia do casal. O irmão do Deputado também ficou hospedado na sua residência?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não é irmão. É meu cunhado, é casado com a minha irmã.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Casado com a sua irmã, desculpa, ele então não ficou no mesmo local que vocês?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Ficou na mesma casa. Na casa dos meus pais.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Então, ficaram os três.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Ficamos os três.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Além da carreata, da ida à rádio, houve algum outro compromisso político naquele dia? Mais especificamente no dia 16?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Houve reuniões, inclusive reuniões com o Prefeito, que inclusive não foi eleito.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Essas reuniões eram em ambientes fechados ou abertos? Estilo comício?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não sei te informar, não estava presente.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A senhora não o acompanhou?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, não o acompanhei.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Só uma questão. Na carreata a senhora acompanhou?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Acompanhei, sim.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Na carreata e que foi no dia 16.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Foi no dia 16 à tarde.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - À tarde. A senhora não participou das demais atividades...
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - E nem da entrevista na rádio, porque é um local fechado, eu não...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Sim, mas à carreata a senhora foi.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Fui, sim.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A senhora não sabe nos informar se durante esse período houve algum comício do qual o Deputado teria participado?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, houve uma carreata, primeiro porque lá é uma cidade muito pequena, e não teve, houve só essa carreata mesmo.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Não houve comício?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, comício houve mais perto do dia das eleições, e o Deputado estava apoiando os filhos dele no Rio de Janeiro.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Então, está certo. Deixa eu refazer para não gerar dúvidas. No dia específico só houve a carreata, não houve comício do qual o Deputado poderia ter participado — a senhora reafirma isso.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não reafirmo porque eu não estava o dia todo com ele.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Não é essa a questão. Como a senhora acabou de colocar, é uma cidade pequena — eu também venho de uma cidade pequena — e qualquer fato todo mundo fica sabendo, como a senhora ficou sabendo e participou da carreata. O que eu lhe pergunto — a senhora nos informou que teve reuniões políticas, a senhora não sabe nos detalhar, pelo fato de não ter participado —, eu estou lhe perguntando se houve comício aberto à população. A senhora ouviu que tenha havido esse comício?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, eu não posso afirmar que eu não sei.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Certo. Então continuemos. A senhora poderia me descrever a sala de estar da casa do Deputado aqui em Brasília?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Posso sim. É uma sala com três ambientes, aliás quatro ambientes, realmente tem tapetes lá, mas tapetes de uma sala normal.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - As cores da parede? A tinta, clara, escura?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Clara, cor clara, tipo marfim.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A senhora poderia me descrever o piso da sala?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Piso de madeira.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Piso de madeira? Certo. Algum enfeite específico, algum detalhe que lhe chame a atenção na decoração da casa?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, tanto é que a decoração foi feita por ele, eu fui conviver com ele e a casa já estava decorada, não tem nada que seja assim do meu, gosto, é do agrado dele.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Diga uma coisa particularmente, que não é do seu gosto que tenha na casa.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Muita coisa.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Cite só uma.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não. Não tem, ele é uma pessoa espírita ele tem várias, não sei como se diz, várias imagens, eu não sou, sou evangélica.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Quantos carros costumam ficar na garagem do Deputado?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Geralmente o meu e mais dois.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A senhora poderia declinar a marca deles, as cores?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Era uma Mercedes, que agora ele colocou à venda, uma Pajero e o meu carro, que é um Peugeot.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A Pajero de que cor é?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Prata.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - E o Peugeot?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Prata também.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Os dois prata. Com relação às pessoas que trabalham na casa, o Deputado tem muitos empregados domésticos?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Tem três funcionários.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A senhora poderia especificar quantos homens, quantas mulheres?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Um homem e duas mulheres.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - O que eles fazem, como é a distribuição de tarefa lá na casa?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não posso te informar. Essa distribuição de tarefa é com ele, primeiro porque ele já morava sozinho, então acho que ele criou o hábito de administrar. É uma parte que não interfiro.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Certo. A senhora poderia nos informar se algumas dessas pessoas que trabalham, duas mulheres e um homem, é isso? Uma delas é forte, baixa?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, não é forte, é uma pessoa um corpo mais formado, não é tão forte, não.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Um corpo encorpado?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Isso.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A senhora acredita que ela aparenta mais ou menos quantos anos?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Uns 40 anos.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Essa pessoa dorme na residência, a senhora saberia informar se ela fica até mais tarde na residência, para atender o Deputado?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Ela dorme, sim. Essa pessoa vai depor daqui a pouco, acho que seria até viável a senhora perguntar para ela.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Está certo, então. A senhora conhece o Sr. Alexandre Chaves Ribeiro?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - De nome, não. Posso ter visto na casa do Deputado. Inclusive falaram que iam me mostrar a foto, posso ver e confirmar se conheço ou não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Estamos providenciando a foto do Deputado Alessandro Calazans, em seguida vamos...
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A senhora confirma então que ele chegou a freqüentar a casa do Deputado?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Eu não sei nem que é.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Assim que vir a foto tem condições de nos afirmar.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Vou apresentar a foto. (Pausa.)
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não, não conheço.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Não conhece essa pessoa?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Essa pessoa eu já vi em televisão, mas na casa do Deputado, não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Essa aqui?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Essa pessoa.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Estou apresentando a foto do Alexandre.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A senhora já esteve no gabinete?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Só um minutinho, Deputada. (Pausa.)
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Também não conheço.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Acabei de apresentar a foto do Deputado Alessandro Calazans, que ela também não conhece.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A senhora já esteve no gabinete do Deputado André Luiz aqui em Brasília?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Já estive, sim.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Já esteve. A senhora conhece o nome de algum dos assessores do Deputado?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Conheço.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A senhora poderia declinar o nome?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Daqui de Brasília, duas pessoas. O Sr. Nilo e o Sr. (Ininteligível.).
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A senhora poderia me descrever o Sr. Nilo?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - O Sr. Nilo? Um senhor alto, claro, de bigode.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A idade aproximada?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não faço nem idéia quantos anos ele possa ter. Mais de 40.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Mais de 40. Obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - A senhora disse que a casa do Deputado André Luiz tem quatro ambientes na sala, a senhora disse que tem tapetes, o piso é de madeira, as paredes são claras. Tem televisor?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Tem, sim.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Pequeno, grande?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Grande.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Tem quadros, vasos, estátuas.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Tem, como uma sala normal, decorada.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - A senhora se recorda de algum quadro?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Para falar a verdade, eu quase não convivo ali, na sala é um ambiente que eu quase não fico, provavelmente vou para o quarto descansar, desço para jantar, só.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - E a senhora está morando há 9 meses?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Estou.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Deputado Carlos Sampaio, em seguida a Deputada...
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Sra. Delma, a senhora saberia me dizer o nome do Prefeito, candidato a Prefeito que perdeu em Lagamar?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Jota, não sei o sobrenome.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - A senhora poderia me descrever como seria o Jairo?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Pelas vezes que estive com ele, é uma pessoa morena, de bigode e alto.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Satisfeito, muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Com a palavra a Deputada Zelinda Novaes.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - A senhora poderia me apontar algumas características da faixada da residência do Deputado André?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Posso sim. É uma casa, um sobrado baixo, tem até uma decoração na frente, com uns anões, uma casa simples, as portas de madeira. Não tem muito o que falar.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Sim. Nesse ambiente em que a senhora diz que tem a televisão, onde ele geralmente recebia essas visitas, tem alguma mesinha de canto? A senhor se lembra?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Lá tem várias mesas de canto. Eu não sei definir qual a senhora está perguntando.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Nesse ambiente onde geralmente ele recebia essas visitas, os Deputados, os assessores.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não. Lá tem dois ambientes de jantar.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - E esses ambientes eram separados por que tipo de porta?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não entendi.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Que tipo de porta separa esse ambiente?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Porta de madeira e paredes normais.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Só de madeira. Tem alguma porta de vidro? A senhora se lembra?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não. Não.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Em nenhum ambiente?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Estou satisfeita.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Consulto o Sr. Relator se deseja fazer mais alguma indagação.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quero fazer duas observações. A primeira, para que não haja dúvida. Quando eu disse que vou ser duro no relatório, não é prejulgamento. Vou ser duro se forem verificadas contradições, omissões, evidentemente — eu insisto nessa expressão — uma memória seletiva, que já tivemos oportunidade de ouvir nesses dois depoimentos. É uma estratégia da defesa. Eu respeito. E é evidente que a defesa vai aproveitar o depoimento de suas testemunhas para suas razões finais. Mas para constar também, pergunto o seguinte — são detalhes: tem uma porta de vidro que dê para a varanda na casa do Deputado André Luiz?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Tem uma porta de vidro com madeira.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Tem algum mezanino na casa?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Tem, sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Lembra quantas mesas de centro tem na sala principal?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - (Risos.) Ah! Isso não tem como eu... Não... Eu acabei de confirmar que é um ambiente que eu quase não convivo ali com ele, na sala.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E da marca da TV, a senhora lembra qual é?
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Está certo. Era só para constar, Sr. Presidente. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Agradecemos a Sra. Delma Cândida Trindade pelo depoimento. Está dispensada. Muito obrigado.
A SRA. DELMA CÂNDIDA TRINDADE - Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Convocamos a Sra. Maria da Conceição Rodrigues Santos Silva para prestar depoimento. (Pausa.)
Sra. Maria da Conceição Silva, a senhora foi arrolada como testemunha no Processo do Conselho de Ética de nº 01 de 2004, Representação 25/2004, contra o Deputado André Luiz, e a senhora está aqui sob o compromisso de falar a verdade. Se a senhora mentir, responde processo criminal por falso testemunho. Vou ler para a senhora um termo de compromisso que a senhora vai assinar.
"Nos termos do art. 12, inciso I, do Regulamento do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, presto compromisso de falar somente a verdade sobre o que me for perguntado acerca dos fatos relativos ao Processo nº 01/2004, Representação 25/04, da Câmara dos Deputados, movido contra o Deputado André Luiz.
Sala das reuniões, 17 de fevereiro de 2005."
Se a senhora quiser reler e assinar, por gentileza. (Pausa.)
Prestado o compromisso da testemunha, concedo a palavra ao nobre Relator, Deputado Gustavo Fruet, e convido o Deputado Luiz Sérgio a assumir a Presidência dos trabalhos.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - — D. Maria, a senhora trabalha ou alguma relação pessoal com o Deputado André Luiz?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não, só trabalho mesmo.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora, desculpe, trabalha com ele onde?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Como?
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora trabalha com o Deputado André Luiz na Câmara ou na residência?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Na residência.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Há quantos anos?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Vai fazer 2 anos.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora tem alguma informação sobre essa denúncia que está sendo objeto de investigação, ou seja, de que o Deputado André Luiz teria feito reuniões na casa dele para tirar dinheiro de empresários, influenciando o resultado de uma investigação no Estado do Rio de Janeiro?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não, senhor.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora se lembra onde estava o Deputado André Luiz no dia 16 de setembro do ano passado?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ele viajou.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora se lembra para onde?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não. Ele não costuma falar para onde ele vai; simplesmente ele fala que vai viajar.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O Deputado André Luiz é casado?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ele é separado, e agora tem outra esposa.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Faz tempo, não?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Vai fazer 2 anos; 1 ano que ela está morando lá, não é.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E eles têm filhos?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não, ela está grávida.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Nessa viagem, essa atual esposa dele viajou com o Deputado André Luiz.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Viajou.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, no dia 16 de setembro, a senhora tem absoluta certeza e se lembra bem disso?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - No dia 7 de setembro, a senhora lembra onde estava o Deputado André Luiz?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ele viajou com ela também, acho que para a casa dos pais dela.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E no dia 6 de outubro?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - No dia 6 de outubro, não...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - No dia 10 de dezembro?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não lembro também.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, a senhora lembra bem no dia 7 e no dia 16 de setembro, mas não recorda no dia 6...
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - No feriado, ele sempre dá folga para a gente e viaja, não é, por isso eu recordo.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - É que dia 16 não era feriado; dia 7 de setembro era.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não, não é que não era feriado, é porque, sei que ele viajou, não é.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas a senhora lembra do dia 16?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E ele retornou quando?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ele retornou à noite, acho que no dia... ah, não lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Na residência do Deputado André Luiz, a senhora lembra se era freqüentada por muitos Deputados?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Iam vários Deputados lá.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora lembra o nome de alguns?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Lembro. Renato Cozzolino, Maria Lúcia. Os outros iam lá para jantar. Eu não decoro nomes assim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O Deputado André Luiz afirmou que o Deputado Alessandro Calazans, do Rio de Janeiro, esteve, pelo menos, duas vezes na casa dele, participando de um churrasco, a senhora lembra?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Lembra quando foi? A senhora conheceu uma pessoa chamada Alexandre Chaves?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Jairo Martins?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Jairo, conheci, porque ele ia muito lá com o Bispo Rodrigues.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O que eles iam fazer lá, a senhora lembra?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sempre tinha jantares lá e eles iam.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Era freqüente isso?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Era.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E ia mais alguém ou só os dois?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Com eles, só os dois mesmo.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas, nesses jantares, tinha outros Deputados juntos?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Tinha.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora lembra o nome?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não, esses que eu já falei... que eu lembro mesmo que eram esses, Renato Cozzolino, Maria Lúcia, o Pastor Divino; essas pessoas assim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas, junto com o Bispo Rodrigues, só ia o Jairo?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Só.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Então, quer dizer, a senhora lembra, com certeza, que, nesses jantares, só tinha o Bispo Rodrigues e o Jairo.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Só.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E a senhora tem idéia do que eles iam fazer lá, qual era o assunto?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não. Que a gente só trabalha; a gente só serve; a gente não escuta conversa deles.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E a senhora tem conhecimento de algum Deputado do Rio de Janeiro que dormia na casa do Deputado André Luiz quando vinha a Brasília?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Nunca dormiu nenhum Deputado lá; que eu saiba não; só se for na minha folga.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas, normalmente, almoço e jantar era sempre freqüentado.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sempre ia.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente....
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Só para orientar, quer dizer, esclarecer o que o eminente Relator disse. Se a testemunha reside também lá, ou apenas permanece durante o dia, e tem uma residência em outro local.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora reside lá, dona Maria?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não. Eu tenho a minha casa, eu trabalho lá e vou embora.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BICAIA - Diariamente, a senhora retorna para a sua casa; mesmo no dia quando há o jantar, quando termina...
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não. Quando tem o jantar, a gente é solicitado para trabalhar, e a gente trabalha.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Sim, mas se o jantar terminar às 2 horas da madrugada?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Aí eu não vou para casa, aí eu durmo lá e vou no outro dia.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Aí, sim. Agora, e as folgas, normalmente, são quando?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Minha folga é sábado, depois do meio dia. Eu trabalho até o meio dia e vou para casa.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Então, 16 de setembro ele viajou. A senhora tem certeza disso, não é?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Tenho.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - E sabe quando ele voltou?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não lembro, assim, exato.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora saberia, ou lembraria, poderia descrever como é o Sr. Jairo, alto, baixo, gordo ou magro?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - O Sr. Jairo é moreno; ele não é muito alto, se eu não me engano, ele é meio careca, assim; não é tão magro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E o Deputado Bispo Rodrigues, a senhora lembra?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ele é branco, alto; ele não é careca, tem bastante cabelo.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O Deputado Cozzolino?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Renato Cozzolino, também, é branco, alto, meio gordinho.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora poderia dizer se reconhece algumas dessas duas pessoas... Presidente, só encaminhar para ela a foto. Não, não reconhece o Sr. Alexandre Chaves?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Eu não enxergo muito bem. Esse é o Calazans?
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sim, conhece o Deputado Alessandro Calazans, Presidente da Assembléia do Rio de Janeiro. E essa foto? Só para constar.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Do Bispo Rodrigues.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E, por fim, só para consignar. D. Maria, quer dizer, na residência do Deputado André Luiz tem uma varanda e uma porta de vidro que dá acesso para essa varanda?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não entendi.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A informação que nos deram é que tem uma varanda e que tem uma porta de vidro com acesso a essa varanda. A senhora se lembra disso? A senhora confirma?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Tem a varanda lá dos fundos; todas as portas de lá são de vidro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Está bem, Sr. Presidente, sem mais perguntas.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Deputado Chico Alencar.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Sra. Maria da Conceição, a senhora soube das denúncias que uma revista de circulação nacional trouxe contra o seu patrão?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Soube.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Soube como?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - É que a gente escuta na televisão, a gente lê a revista.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Mas nem ele nem a sua companheira, a sua esposa, comentaram...
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Ele não é... nenhum dos dois é dado a comentar esses assuntos com a senhora.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - E como a senhora sabe da gravidez da atual esposa dele. Porque isso não deu no jornal.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - É porque, a gravidez, ela falou que estava grávida.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Ela comentou?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Acho que gravidez não é nenhum...
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Nenhum fato desabonador, evidentemente; é uma benção.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ela pode chegar para mim e contar que está grávida.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - A senhora sabe se ela já estava nessa condição, quando dessa viagem em setembro?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não estava ou não sabe?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não sei.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - E a senhora tem noção de quanto tempo é essa gravidez?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não. Só sei que ela está grávida.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não se lembra quando isso lhe foi informado: há 1 mês, 2 meses, 3 meses...
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não. Que ela informou foi agora; tem 1 mês, que ela chegou para mim e falou que estava grávida.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Perto do Natal já, não é?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - É.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - A senhora se recorda a que horas eles saíram para essa viagem do dia ou 15, ou 16 ou 17 de setembro?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Foi à noite.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Foi à noite; já noite fechada.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sim.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Quem viajou?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Com eles?
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - É. Foi só o casal?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - De lá, foi. Que eu saiba foi.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Saindo da casa, só os dois. E a senhora lembra em que carro?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não. Há mais de 1 carro na casa?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Tem.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não sabe que marca, que tipo de carro.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Eu não entendo de marca de carro; só sei que eles andam de carro.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Carros grandes.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Um instante. Eu pediria a você, por gentileza, para falar mais próximo ao microfone. É que a taquigrafia está comunicando que está ficando o....
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Era um dia de semana essa viagem da qual a senhora se recorda tão bem?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não lembro o dia certo.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não se lembra nem se era um fim de semana, ou início de fim de semana, uma sexta-feira, ou início de semana? Mas, como a senhora disse que, em geral, sai no sábado, após o almoço, pelo que entendi, aqui, não dá para se recordar se a viagem foi no fim de semana, ou no meio da semana?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ah, mas já faz tanto tempo que a gente não vai ficar guardando essas datas assim; ainda mais quando não interessa para a gente.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Sim, mas de algumas outras datas mais próximas a senhora não se recorda; e dessa, que é mais antiga, a senhora se recorda, mesmo fazendo tanto tempo. Então, a senhora, que tem a obrigação, inclusive, como toda pessoa que vem colaborar aqui com essa análise que o Conselho está fazendo, de praticar a verdade, dizer a verdade, assegura que só soube desse problema que envolve o Deputado, a ser verificado por esta Comissão, pelo jornal, pela televisão. Nunca, em momento algum, ele comentou isso; e ele conversou com a senhora quanto ao seu depoimento aqui? O Deputado seu patrão?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não comentou nada? Como a senhora foi convidada para vir aqui; a senhora mesma se ofereceu, quando viu as denúncias?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não. Ele perguntou se eu poderia, eu aceitei. Porque eu trabalho com ele há tanto tempo.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Então, em momento algum, ele a orientou no sentido de reavivar a sua memória em relação a meados de setembro?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não. Eu estou falando só o que eu vi e o que eu sei.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - E ele não comentou para o quê estava viajando, qual era o sentido dessa viagem? A senhora, então, pode asseverar, com toda a fidelidade à verdade, que, no dia 16 de setembro de 2004, não havia ninguém na casa, exceto a senhora e os que lá trabalham?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não pode afirmar isso ou pode afirmar?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não. Posso.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - A senhora pode, em nome da verdade, confirmar que, numa quinta-feira, 16 de setembro, só estava... Quem estava na casa nesse dia?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Eu e meu colega de trabalho, o Fábio.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - A sala da televisão tem sofás, um conjunto de sofás, tapetes?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Tem.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Algum tapete chama a atenção da senhora?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Todos normais?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Todos normais.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - A televisão, o tamanho dela, aproximado, é pequena, grande, média?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Grande.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Está bem. Estou satisfeito, obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Eu gostaria de perguntar ao advogado de defesa, Dr. Clélio, se quer fazer alguma pergunta.
O SR. CLÉLIO TOFFOLI JÚNIOR - Sem pergunta, Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Sem pergunta. Obrigado. Então, com a palavra, Zelinda Novaes.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - A senhora poderia dizer a cor desses tapetes?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - É branco, bege.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Bege. E a cor das paredes?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - As paredes... branca, não é?
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - E que mais outras características a senhora lembra de toda a casa, inclusive da fachada e de todo o ambiente da casa. Como é a frente da casa?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ai, meu Deus, como é a frente da casa?
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Não tem nada que lhe chama a atenção?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Não existe decoração alguma na frente?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Tem plantas, só.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Só plantas?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - É.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Não tem estátuas, não tem nada, outros objetos?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ah, que eu lembre tem muitas plantas, vasos de plantas.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Estátuas, não; nenhum anão. A senhora não se lembra? (Pausa.)
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Tem.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Tem quantos?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ah, isso aí eu não contei.
A SRA. DEPUTADA ZELINDA NOVAES - Não contou. Está o.k. Satisfeita.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Com a palavra a Deputada Ann Pontes.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Sr. Presidente, vou ser bem breve. Só uma questão de confirmar, dona Maria da Conceição, porque a senhora acabou falando tão baixo que eu não consegui escutar. Por gentileza, confirme para a gente a questão da partida, dessa viagem do Deputado, na companhia da atual esposa dele, foi no período da noite ou do dia ?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Da noite.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - No período da noite, muito bem. A senhora confirma que de casa saiu só o casal ou tinha mais alguém na companhia do casal?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Que eu lembre foi só o casal.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Então, a senhora confirma que foi só o casal que saiu de casa?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Foi.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Certo. Quantas pessoas trabalham na casa na qualidade de domésticos?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Na época, nós éramos três; nós somos três.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Certo. Quantos homens, quantas mulheres?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Um homem e duas mulheres.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Um homem e duas mulheres. Qual é a sua atividade na casa?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Eu sou arrumadeira.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Arrumadeira. Dona Maria da Conceição, a senhora costuma servir café, água aos convidados?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Quando estou lá, sim.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Sim. Então, uma das suas atribuições é atender os convidados do Deputado. Alguma vez, a senhora se lembra de ter servido café ou água, alguma coisa do gênero, para o Sr. Alexandre Chaves Ribeiro? Eu gostaria de que o Presidente, novamente, apresentasse a imagem para ajudar a dona Maria da Conceição nesse reconhecimento. A senhora lembra, alguma vez, ter servido água ou café para esse senhor?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Não. Certo. Com relação... A última pergunta. O Deputado tem o hábito de receber assessores na residência dele? A pessoa chega na casa; se identifica: "gostaria de falar com o Deputado, sou assessor, trabalho..." O Deputado recebe assessores na casa dele?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não, o único assessor dele que vai lá é aqui do gabinete, o Sr. Nilo.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Ah, o Sr. Nilo. Eu não conheço o Sr. Nilo. A senhora poderia me dizer como ele é?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - O Sr. Nilo é um senhor alto de cabelo grisalho, barrigudo.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Aparentando mais ou menos qual a idade?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Uns cinqüenta e poucos.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Sra. Maria da Conceição, a senhora reconheceu a fotografia do Deputado Calazans. A senhora saberia dizer quantas vezes o Deputado Calazans esteve na residência do Deputado André Luiz?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Que eu o vi lá foram só duas vezes.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - E ele foi para almoçar ou jantar?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ele foi num jantar lá.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Num jantar. A senhora saberia dizer se a atual companheira do Deputado André Luiz teve contato com o Deputado Calazans. Estiveram juntos?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Eu acho que não, porque ela estudava à noite; geralmente, o jantar era durante a semana, e ela, às vezes, não estava presente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Então, a senhora acha que a atual companheira do André Luiz não teve contato algum com o Deputado Calazans?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Eu não lembro, não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Nem saberia dizer se ela reconheceria o Deputado Calazans ou não?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não sei dizer.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Está bom. Muito obrigado.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente, hoje foi um dia de boas revelações. Soubemos que o Deputado André Luiz casou novamente; que a sua esposa está grávida; que ele viaja para a terra da família da esposa; inclusive faz política em outros Estados. Isso é muito bom; é uma forma nova de política no Brasil; mudança de partido já não causa impacto, agora é mudança de domicílio..
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Ainda chega no bar: bebida por minha conta para todos, não é?
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Só refrigerante e cigarros. Dona Maria, é uma das últimas observações. A senhora lembra bem do assessor do Bispo Rodrigues, de nome Jairo?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E outros Parlamentares que iam na casa também iam com os seus assessores?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Às vezes, iam com o motorista, só.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora lembra o nome desses motoristas?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não. Porque a gente não tinha contato com eles.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, mas com o Sr. Jairo a senhora tinha, lembra bem.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Porque a gente servia ele lá, não é? Por isso que eu lembro dele.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas outros a que a senhora também servia, de cujos nomes a senhora lembra.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Outros o quê?
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Outros assessores ou outros Parlamentares.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - A gente não lembra do nome de todo mundo que vai lá.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, mas do Sr. Jairo e do Bispo a senhora lembra bem?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Lembro, porque eles iam com muita freqüência lá na casa.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Eram os que mais freqüentavam a casa.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Eram.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Os dois?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Durante o dia; à noite, você não consegue lembrar. Mas eles iam lá durante o dia.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas a senhora lembrou que, à noite, o Deputado Calazans foi duas vezes jantar na residência
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Foi.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, então, a senhora lembra bem à noite, quanto o dia também. É isso?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - É.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Então, não tem diferença, a sua memória, quer dizer, a senhora lembra quem foi de dia e quem foi à noite também.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Então, nesses jantares, o Deputado Bispo Rodrigues comparecia também?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ia.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Junto com o assessor Jairo?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sim..
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sempre?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sempre.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas ele era o único assessor que jantava na casa, que a senhora lembra o nome; dos outros assessores e dos outros motoristas, a senhora não lembra?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Porque ele era a única pessoa que conversava com a gente; os outros, não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E a senhora lembra os assuntos que eles tratavam, do que conversavam?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Que conversava com quem?
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Com o Bispo Rodrigues e com o Jairo?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Que ele conversava?
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - É, ou a senhora. A senhora chegou a ouvir alguma vez a questão referente à compra de Igreja?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Nenhum momento. E a senhora chegou a ouvir, alguma vez, de Carlinhos Cachoeira?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - De Jairo, ou de Alexandre Chaves, nessas conversas?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E também a senhora lembra bem que no dia 16 de setembro o Deputado André Luiz viajou?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas não lembra no dia 6 de outubro?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E não lembra no dia 10 de dezembro?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Então, só lembra no dia 16 de setembro? Isso fica muito claro, não? Quer dizer, a sua memória lembra do dia 16 de setembro; dos outros dias, a senhora não lembra onde ele estava. E se ele viajou sempre em companhia da esposa dele?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Foi. Que eu saiba, foi.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora tem lembrança, ou conheceu a Deputada Eliana Ribeiro, do Rio de Janeiro, a antiga esposa?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Quem?
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Eliana Ribeiro, a primeira esposa do Deputado...
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Conheço.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Ela esteve, algumas vezes, na residência?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Nesse período, do ano passado, em 2004, a senhora lembra de ela ter estado lá?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Esteve.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Ou seja, ela esteve ano passado, na residência, em Brasília. Essa informação é muito importante, porque o Deputado André Luiz falou, ontem, que há três anos separou e não mantém contato mais com a Deputada Eliana Ribeiro. Então, é muito importante essa sua afirmação. Quer dizer, ela esteve em Brasília, nesse período?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Isso é muito sério, Sr. Presidente, porque, na verdade, começamos a ver outras contradições. Quantos filhos tem o Deputado André Luiz?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Que eu saiba é só um.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Chamado André também? Desculpe, eu não sei se algum Parlamentar sabe o nome dele.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - O André, filho, foi candidato a Vereador, é o que tenho conhecimento, nas últimas eleições.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E ele esteve em Brasília nesse período, a senhora lembra?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Em qual período?
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Do ano passado, em 2004. Ou nesse período em que o Deputado André Luiz está vivendo com a nova esposa?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mais de uma ocasião?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ele vem aí, sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Ele vinha junto com a mãe?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não, ele vem só.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sempre separado. Só para tentar lembrar também, aproveitando a sua memória: quando a atual esposa do Deputado André Luiz passou a residir na residência do Deputado André Luiz? Em que mês?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - O mês eu não sei; sei que tem já um ano já; que ela mora lá.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, aproximadamente, janeiro, fevereiro do ano passado. É porque surpreende a senhora lembrar do dia 16 de setembro e não lembrar das demais datas. É por isso que insisto na pergunta. A senhora não lembra. E, antes desse período, ela freqüentava a residência, antes do casamento ou antes dessa relação nova?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não. Ela não costuma vir aí, eu estou falando que ela veio essa vez, eu não sei o que ela veio fazer, mas ela veio.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E a senhora tem notícia. Mas, depois que ela já estava residindo na casa, a Deputada Eliana Ribeiro esteve na residência do Deputado André Luiz?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quantas vezes?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Só uma. É o que eu estou falando; uma única vez que ela veio.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E a senhora lembra a data?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E a senhora tem conhecimento de que o Deputado André Luiz e a sua atual esposa estiveram em que cidade no dia 16 de setembro?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Eu acho que foi na casa dos pais dela.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Não, eu perguntei a cidade.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Eu não sei a cidade.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O que impressiona é isso. Quer dizer, a senhora sabe detalhes da viagem do dia 16, inclusive esteve na casa, mas não lembra as demais datas. Alguém lhe pediu para a senhora falar isso?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora está falando de livre espontânea vontade, e de acordo com a sua memória?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Com certeza.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E a senhora sabe onde fica a casa dos pais da esposa do Deputado?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sei que é em Minas. Da cidade não sei o nome.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente, estou satisfeito.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Sr. Presidente, por gentileza, só porque me ocorreu uma última pergunta: a senhora lembra, D. Maria da Conceição, se numa das vindas do filho do Deputado à residência ele estava machucado, em uma das mãos, um dos braços, enfaixado ou engessado? A senhora lembra?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A senhora lembra que ele estava normal, sem nenhum tipo de tipóia no braço?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sim.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Obrigada.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente... Mais recente, para aproveitar sua memória, D. Maria, a senhora tem notícia de o Deputado André Luiz ter sido internado em Brasília, no final do ano passado?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Foi.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Lembra a data?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Lembra quanto tempo ele ficou internado?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Acho que ele ficou uns 3 ou 4 dias, não lembro ao certo.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Três ou quatro dias? A senhora sabe onde?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Acho que no Santa... não sei se é Santa Lúcia ou Santa Helena, um dos dois.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E depois dessa internamento ele retornou à residência em Brasília?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E ficou todo o período em casa?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, é possível afirmar que no mês de dezembro... ele ficou todo o mês de dezembro em Brasília?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Todo o mês de dezembro em Brasília, que fique registrado isso. Então, ele ficou de 3 a 4 dias no hospital ou ficou na residência, no mês de dezembro. É isso?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não entendi.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Ou ele ficou esses 3 ou 4 dias internado, ou ficou na residência dele em Brasília, no mês de dezembro.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Ainda não entendi direito.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - No mês de dezembro o Deputado André Luiz ficou todo o mês em Brasília?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O Natal, a senhora lembra onde ele passou?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - O Natal? Foi aqui, em Brasília.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E a senhora lembra se ele viajou com a esposa dele, com a atual esposa, no mês de dezembro?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - A senhora lembra se ele viajou para o Rio de Janeiro no mês de dezembro?
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Não lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas categoricamente a senhora afirma que ele não ficou mais do que 4 dias no hospital.
A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES SANTOS SILVA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Está certo. Sr. Presidente, isso também é relevante, porque agora nós vamos confrontar isso com as informações que foram enviadas para o hospital, inclusive com as manifestações do Deputado André Luiz, que em uma das manifestações disse ter estado no Estado do Rio de Janeiro no mês de dezembro. Estou satisfeito.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Bom, nós queremos agradecer o seu depoimento, e a senhora está dispensada. Queremos aqui mais uma vez agradecer; a senhora, por favor, está dispensada. (Pausa.) Bom, entre as testemunhas, encontra-se entre nós o Sr. Nilo Alves da Costa, que gostaríamos de convidar para que possa prestar o seu depoimento. Por favor. (Pausa.) Sr. Nilo, queremos aqui agradecer a sua presença neste que é um Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, e, de acordo com o regulamento do Conselho, antes do depoimento faz-se necessária a assinatura de um termo de compromisso, que é: "Nos termos do art. 12, Inciso I, do Regulamento do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, presto o compromisso de falar somente a verdade sobre o que me for perguntado acerca dos fatos relativos ao Processo de nº 01/2004, Representação de nº 25/2004 da Mesa da Câmara dos Deputados, motivados contra o Deputado André Luiz." Então, o que a V.Sa. eu passo aqui para assinar é apenas o compromisso de relatar única e exclusivamente a verdade. (Pausa.)
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente... Sr. Nilo, o senhor conhece essa pessoa? Ela já esteve no gabinete?
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Só peço também, por favor, que antes do depoimento seja esclarecida qual é a condição do depoente. Que fique muito claro, para evitar o problema de ontem, que era a companheira... Quer dizer, nós já sabemos que é Secretário Parlamentar do Deputado, mas é importante que isto fique expresso: que, embora seja Secretário Parlamentar, está prestando o compromisso de dizer a verdade, quer dizer, está qualificado como testemunha. Essa a intervenção que eu queria oferecer ao eminente Relator.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Oportuno. Sr. Nilo, eu pediria a gentileza de o senhor apresentar sua qualificação. O senhor é Secretário Parlamentar há quantos anos na Câmara e do Deputado André Luiz, por gentileza?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu trabalho aqui na Câmara há 22 anos; trabalho há 2 anos com o Deputado André Luiz.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O.k. Sr. Nilo, o senhor conhece essa pessoa da fotografia?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não conheço. Não estou lembrado.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O senhor lembra... O nome dele é Alexandre Chaves. E o senhor lembra de essa pessoa de nome Alexandre Chaves ter estado ou feito contato no gabinete?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não. A gente recebe muitas pessoas no gabinete; então, eu tenho... Não estou lembrado. Não conheço.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O Sr. Jairo Martins o senhor conhece?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Conheço.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Ele já esteve no gabinete?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Já.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quantas vezes? O senhor lembra?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não. Algumas vezes. Não lembro, assim, em detalhes, a quantidade.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Ele estava sozinho ou acompanhava o Deputado Rodrigues?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Ele esteve lá acompanhado do Deputado Rodrigues.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas ele... E na residência do Deputado André Luiz? Ele também a freqüentava?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, na residência eu não lembro, porque vou lá só a trabalho, então eu despacho e volto, entendeu? Não me lembro de ter visto ele lá.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sei, mas o senhor fica todo o dia no gabinete?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Porque esse senhor ontem, Alexandre Chaves, disse que esteve no gabinete em mais de uma ocasião, inclusive no dia 6 de outubro.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Só um minuto. Eu gostaria que o senhor pudesse falar mais direcionado. Pode puxar a cadeira mais para frente. É só para...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Tudo bem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Porque, como está sendo gravado, é preciso que haja nitidez.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Pois não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Reiterando, ele afirmou que esteve... Eu pergunto ao senhor: o senhor está permanentemente no gabinete?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O senhor que é o responsável pela agenda do Deputado?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Ele disse que esteve no gabinete no dia 6, e em outras ocasiões também, falando com o Deputado André Luiz.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu não me lembro. Não conheço esse senhor. Pode ser que... Se esteve lá, é possível; a gente recebe tanta gente no gabinete, então, sinceramente, eu não lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O senhor tem alguma informação sobre as denúncias que estão sendo feitas contra o Deputado André Luiz?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu... Veja, é o seguinte: eu não participo, mas a gente lê.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, o senhor conhece ou já foi feito contato com o Sr. Carlos Cachoeira ou Carlos Ramos?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Alguma vez ele ligou para o gabinete?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Alguma vez do gabinete foi feita alguma ligação para o Dr. Celso D’Ávila?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não o conheço. Não, não lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Foi feita alguma ligação do gabinete para o Sr. Jairo Martins?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim, Jairo Martins, sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O senhor lembra em que época isso?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Ah, algumas... várias vezes, sim. De ligações entre... Ele ligava do gabinete, e daí então...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E o senhor lembra por que ele ligava com tanta freqüência? Ele ligava em nome do...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não, não. Eu faço a ligação e não participo da conversa.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Ele ligava em nome do Bispo Rodrigues?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não em nome do Bispo Rodrigues. Ligava procurando, mas não... eu não participava...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas falava diretamente com o Deputado André Luiz?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso, ligava procurando...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E o Deputado André Luiz também pedia que fossem feitas ligações a esse Sr. Jairo Martins?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E o senhor se lembra de ter recebido ligação ou feito ligações para o Deputado Alessandro Calazans, da Assembléia do Rio de Janeiro ?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Algumas vezes.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O senhor lembra o período disso?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não lembro o período.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O senhor lembra...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - São muitas ligações, então não há como.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - ...de ligações para o Deputado Luiz Paulo, da Assembléia do Rio de Janeiro?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Deputado Paulo Lemos, da Assembléia do Rio de Janeiro?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Também não recorda?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não. Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E o senhor tem conhecimento...
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Pois não.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Minha questão de ordem é que nós temos um problema de gravação e de taquigrafia. Se o depoente não falar diretamente no microfone, a taquigrafia vai perder parte essencial do depoimento.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu estou quase encostado.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Essa é minha questão de ordem, que solicito a V.Exa....
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Nessa posição aqui?
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas até... eu agradeço a sua gentileza, mas o senhor nem precisa ficar olhando para mim, não. Pode ficar numa posição mais direta, aí, direcionado ao microfone. O senhor tem conhecimento de que foram feitas as gravações do Deputado André Luiz, pedindo dinheiro para manipular o resultado da CPI do Rio de Janeiro?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não é do meu conhecimento.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Não é do seu conhecimento?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O senhor freqüentava a casa do Deputado André Luiz?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, eu vou lá só para despacho, para trabalho e... para despachar e... Coisa rápida. Eu ia e voltava.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Nessas visitas, nessas idas, quantas vezes o senhor viu o Deputado Rodrigues lá, ou o seu assessor Jairo?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Algumas. Por exemplo, numa reunião de Deputados, eu lembro de tê-lo visto lá.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O Deputado Bispo Rodrigues?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E ele sempre estava acompanhado desse Sr. Jairo.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não lembro, não me lembro se estava acompanhado.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas o senhor viu ele alguma vez lá?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mais de uma vez?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Mais de uma vez.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - No ano passado?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O senhor não lembra mais ou menos o período?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não. O período, não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas lembra que viu o Bispo Rodrigues e Jairo na residência do Deputado André Luiz.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, com Jairo, não. Não me lembro com o Jairo. Eu me lembro de ver o Bispo Rodrigues lá, numa reunião com os Parlamentares, com vários Parlamentares, mas com ele, não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O Deputado Calazans o senhor lembra de ter encontrado na residência do Deputado André Luiz alguma vez?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não. Na residência, não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E a Deputada Eliana Ribeiro? O senhor recebe ligação dela? O Deputado André Luiz liga para ela, eventualmente?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Às vezes, algumas ligações.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, inclusive no ano passado?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, eles mantêm uma relação, não pessoal, mas mantêm uma relação...
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Sr. Presidente, mais uma vez; o Presidente titular da Comissão já alertou, e eu alerto mais uma vez: a testemunha está virada, nós estamos ouvindo mal e, evidentemente, isso poderá eventualmente prejudicar a gravação.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Está o.k. Então, vou olhar para...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E a Deputado Eliana Ribeiro, ela vem a Brasília? Veio no ano passado? O senhor tem lembrança disso?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Acho que uma vez só. Uma vez só.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O Deputado André Luiz se casou novamente. Quer dizer, separou-se, ele nos disse que se separou de fato e que está vivendo... hoje nós soubemos que ele está vivendo com uma das testemunhas que foram indicadas aqui hoje. O senhor tem conhecimento disso?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Tenho.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Desde quando eles estão...?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Coisa de 1 ano, 1 ano e pouco; eu não me lembro, assim, com certeza total do período.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Eles viajam com freqüência?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Às vezes.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, o senhor também deve lembrar que no dia 16 ele viajou.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - É, ele fez algumas viagens.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - No dia 16 de setembro.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu não lembro, assim, exatamente, a data, mas eu lembro que ele fez uma viagem.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Para onde? O senhor lembra?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Para Minas.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Em que cidade?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Lagamar.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Junto com a esposa dele?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso. Mas não lembro, assim, exatamente, o dia, mas que ele fez, ele fez.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E outras viagens que eles fizeram, o senhor lembra?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Houve uma viagem para o Rio de Janeiro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Em que período?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, o período exato, assim, eu não sei.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas junto com ela? Não? Com a atual companheira?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E no dia 6 de outubro o senhor lembra onde estava o Deputado André Luiz?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Dia 6 de outubro... Eu não me lembro exatamente, mas o Deputado viaja muito nos finais de semana, e tudo...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E no dia 10 de dezembro?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Heim?
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E no dia 10 de dezembro?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não me lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - No ano passado.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não me lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - No ano passado, o Deputado André Luiz foi hospitalizado?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Aqui ou no Rio de Janeiro?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Aqui em Brasília.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Lembra o período, quanto tempo?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, ele está hospitalizado já... Há alguns meses, não me lembro exatamente.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas no mês de dezembro, ele ficou todo o mês em Brasília?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim, geralmente, quase sempre aqui.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Certo. Ou ficava em casa ou ficava no hospital.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas não saiu de Brasília no mês de dezembro?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não me lembro exatamente se ele saiu ou não, mas ele esteve hospitalizado, sim, em dezembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Certo. Então, só para repassar e concluir, o senhor lembra bem que ele viajou para Lagamar, para a residência dos pais da atual companheira...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - ...que foi no mês de setembro, mas não está lembrando se em dezembro ele ficou todo o mês em Brasília. É isso?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, o senhor lembra de setembro, mas não lembra de dezembro? Eu peço que o senhor diga isso. O senhor lembra do mês de setembro, que ele viajou para Lagamar...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim, mas...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas não lembra, no mês de dezembro, se ele viajou para o Rio de Janeiro.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não me lembro a data exata, mas ele fez uma viagem, sim, para Minas.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Certo. O senhor me desculpe falar dessa maneira. Eu estou tomando muito cuidado em respeitar as testemunhas, mas é que nós estamos vendo aqui hoje que todos lembram do dia 16 de setembro; das demais datas há um lapso de memória impressionante. E todos lembram que o Bispo Rodrigues estava sempre com Jairo, mas ninguém lembra os demais Deputados quando foram, e se estavam ou não acompanhados de assessores. Então, há uma impressionante coincidência dos depoimentos que estão sendo prestados. Isso é muito relevante porque — já adianto aqui também, para dar a maior transparência à defesa — está caracterizada uma série de contradições com documentos que já foram encaminhados e já estão em poder desta relatoria. E eu chamo principalmente a atenção do senhor, que é uma pessoa que tem história aqui dentro, conhece talvez muito mais do que todos os Parlamentares a história da Câmara e sabe, às vezes, o que um detalhe pode ocasionar. Então, é para lembrar isso, porque de forma alguma estamos julgando as testemunhas, mas lembramos a responsabilidade dos depoimentos que estão sendo prestados. Quer dizer, o senhor afirmou de forma taxativa que se lembra de setembro, mas se não lembra de dezembro; afirmou de forma taxativa das ligações de Jairo Martins, mas não lembra ou não tem conhecimento de outras ligações que foram realizadas para esses personagens.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - A gente faz muitas ligações; então, fica difícil a gente dizer, assim — entendeu? —, que foi para fulano ou sicrano, porque são várias pessoas.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas de Jairo Martins o senhor se lembra?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Esse chama a atenção?
O SR.NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas por que o senhor se lembra dele? Qual a razão de o Sr. Jairo Martins chamar tanto a atenção?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Ele esteve no gabinete algumas vezes, então, a gente... torna-se uma figura conhecida, não é verdade?
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Certo. Mas o senhor não lembra de outros que eventualmente estiveram lá também, ligados ao Sr. Jairo Martins?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E em algum momento se tratou da CPI do Rio de Janeiro, referente ao jogo?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não. Não participei, não vi, nesse sentido.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente, por ora, estou satisfeito.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Gostaria de perguntar primeiro ao advogado de defesa, o Dr. Clélio, se quer fazer alguma pergunta.
O SR. CLÉLIO TOFFOLI JÚNIOR - Sem perguntas, Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Sem perguntas? Então, passo a palavra ao Deputado Biscaia.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Sr. Nilo, quantas pessoas trabalham no gabinete do Deputado André Luiz em Brasília, além do senhor? O senhor e mais quantas?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Trabalhamos eu e o Sr. Altivo Gomes, hoje, no gabinete.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Apenas 2 pessoas?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso, eu e o Sr. Altivo Gomes.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Qual é... Quais são as suas atribuições no gabinete?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - É um trabalho auxiliar, entendeu? Receber as pessoas, atender a telefonemas e tudo, acompanhar trabalhos e outros, o trabalho de auxiliar de um gabinete.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Qual dos Secretários do Deputado é responsável pela elaboração da agenda que todo Parlamentar tem nesta Casa?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Quando ele chega ao gabinete, ou no dia anterior ou no próprio dia, ele recebe de um dos secretários uma agenda.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Às 9h Comissão de Ética.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Às 10h Comissão de Constituição e Justiça. À tarde, audiência com o Ministro, Plenário.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Não é?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso, esse trabalho, isso.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Todo Deputado tem isso.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Exatamente.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - E quem é o responsável por isso?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sou eu, e também há outra... e o Sr. Altivo também. Nós fazemos juntos.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Nessa condição, como é que o senhor não se recorda das atividades do Parlamentar nesses últimos meses?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Nesses últimos meses o Deputado esteve mais hospitalizado, entendeu? No hospital.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Ele foi hospitalizado quando? Quando é que ocorreu esse acidente de que ele foi vítima?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Ele foi vítima de acidente no dia 26 de outubro, parece, 26 de outubro.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - E ele ficou hospitalizado durante quanto tempo?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - De lá para cá, ele esteve sempre... ele teve vários problemas de saúde, a partir de...
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - De lá para cá? No dia 26 de outubro ele sofreu um acidente?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Ele foi conduzido a um hospital?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Ele deve ter ficado, no período... Não é possível... A pessoa telefona ao gabinete, o senhor responde: "Está hospitalizado", "Está em casa", "Está no Rio de Janeiro", "Viajou com a companheira". Não é possível que alguém que organiza a agenda e é um dos 2 funcionários do gabinete não saiba isso. Então, eu vou insistir na pergunta: o acidente foi no dia 26 de outubro; durante quanto tempo ele permaneceu hospitalizado em Brasília?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - A partir... do dia 26 para cá ele esteve hospitalizado.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Do dia 26 até agora, dia 12 de fevereiro, ou 14?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não, não. Ele estava de licença médica, hospitalizado, depois voltava para fazer exames.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Sim, do dia 26 até quando?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Até... até recentemente, mais ou menos uns 20 dias, uns 15 dias aqui atrás, 20 dias mais ou menos.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Então ele ficou hospitalizado...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu não sei precisar quando ele saiu do hospital.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Não precisa ser exato, mas ele ficou hospitalizado o final de outubro, novembro, dezembro até o final de janeiro?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso. Mais ou menos até o dia 15, dia 20 de dezembro, mais ou menos.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Dia 20 de dezembro.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Mais ou menos, mais ou menos. Eu não tenho a data exata em que terminou o tratamento dele.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Sim, por aí. Por aí. E ele viajou para o Rio de Janeiro nesse final de ano, no Natal ou Ano Novo? Ou permaneceu em Brasília, embora já tendo recebido alta no hospital?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu não lembro se ele viajou, mas ele estava se recuperando dos tratamentos dele, então ele ficou mais aqui em Brasília.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Mas quando ele viaja nesse período, ele libera os funcionários do gabinete? Ele os dispensa de presença ou não?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não dispensa.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - O mês de janeiro, em que era recesso, o senhor comparecia aqui, ou estava liberado pelo Deputado?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu estava aqui.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - No gabinete?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Todos os dias? Bom, à casa dele o senhor disse que ia rapidamente, para despachos. Em que dias da semana isso acontecia? Qual era o tempo que o senhor permanecia lá?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Quando eu era solicitado. Quando ele me chamava para eu ir lá, eu ia.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Sim, mas isso era freqüente?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Às vezes.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Eu pergunto se era freqüente, o senhor responde: "às vezes". Eu estou perguntando se era freqüente. Isso não é resposta. Freqüente! Quer dizer, toda semana o senhor ia à residência dele?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Com certeza, toda semana.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Com certeza, pelo menos uma vez?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso. Uma ou duas vezes. Por isso eu digo às vezes.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Sim. Mas quando o senhor lá comparecia era sempre grande a presença de outros Parlamentares? O senhor trabalha há 20 anos nesta Casa!
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Não?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Quando que o senhor verificou a presença desse Parlamentar lá? Em que ocasiões?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Foi antes... No início de outubro, quando houve uma reunião de Parlamentares; então, estava presente esse Parlamentar, esse Parlamentar a que o senhor se referiu.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Só vou agora para outra: dia 16 de setembro de 2004, onde se encontrava o Deputado André Luiz? Em 16 de setembro de 2004, onde ele estava?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu me lembro de que ele fez uma viagem para Minas, mas não lembro, assim, a data exata. Acredito que seja essa data aí, nesse período, nesse período.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - E no dia 10 de... no dia 10 de dezembro de 2004?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Em 10 de dezembro de 2004 ele estava hospitalizado.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Hospitalizado?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - É.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA - Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - A Deputada quer fazer... Deputada Ann Pontes.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Obrigada, Sr. Presidente. Mais uma vez... Às vezes eu acabo sendo repetitiva, Sr. Nilo, até porque no início do seu depoimento nós não conseguimos de fato ouvi-lo de forma bem clara, perfeita. Então, algumas dessas perguntas acredito que V.Sa. já tenha até respondido. De forma bem clara e objetiva, Sr. Nilo, o senhor confirma que não conhece o Sr. Alexandre Chaves Ribeiro?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Certo. O senhor também nos informou que costumava despachar na residência do Deputado André Luiz. O senhor poderia descrever a sala de estar da casa do Deputado?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - A sala de estar... Uma sala de estar com um sofá, é só isso. E alguns... E o sofá... É isso que a senhora quer saber? Alguns sofás e alguns tapetes. Sofá e o tapete.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Tinha mezanino, portas de vidro, mais algum detalhe que lhe chamou a atenção?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu não estou lembrado. Eu despacho mais com ele lá na outra sala, no escritório.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Ah! O senhor despacha na sala...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Mais no escritório.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A permanência na sala de estar era pouca?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Diga-me uma coisa: o senhor conhece a Sra. Maria da Conceição Rodrigues dos Santos Silva?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Maria da Conceição? Conheço.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - O senhor conhece ela de onde?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Maria da Conceição?
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Isso.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Ela trabalha na residência do Deputado.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Certo. Então, o senhor também deve conhecer a Sra. Delma Cândida Trindade?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Eu não conhecia, e pedi que ela fizesse uma descrição do senhor, e também do Sr. Alexandre Chaves, ontem, e coincidentemente a descrição dada pelas duas bateu com a descrição dada pelo Sr. Alexandre Chaves Ribeiro. Então, constata-se aqui que alguém está mentindo neste depoimento. Quando o senhor entrou, foi exatamente, eu já tinha essa visualização dada pela Sra. Maria da Conceição Rodrigues Santos Silva, por Delma Cândida Trindade e pelo Sr. Alexandre Chaves Ribeiro. Então, mais uma vez, Sr. Nilo, reitero aqui...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Nós recebemos muitas pessoas no gabinete. Como é que eu vou lembrar?
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Pois é, mas foi-lhe mostrada a fotografia. Por isso, faça um esforço.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim, então...
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - De fato, eu reconheço que... de fato, a procura nos gabinetes do Deputado é grande. Para o senhor ter uma idéia, a Irmã Dorothy esteve no meu gabinete no ano passado e todos lembraram. Foi uma única vez. E o Sr. Alexandre Chaves Ribeiro, segundo nos foi informado, ele foi mais de uma vez.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Então, eu não estava no gabinete.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - O senhor não estava? Seria a sua tese? Em momento algum o senhor teria encontrado com esse senhor?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Pois é.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Certo.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não me lembro, não conheço.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Mas o senhor conhece algum filho do Deputado André Luiz?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Conheço.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - O senhor poderia dizer o nome?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - André Luiz...
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Júnior?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - O mesmo nome.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Certo. Ele costuma ir ao gabinete?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Quando vem a Brasília, às vezes. Nem sempre.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Nem sempre? Muito bem. Numa das vindas ao gabinete ele pareceu com algum tipo de tipóia no braço, estava imobilizado, com algum problema em um dos braços?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não. Não me lembro disso. Não lembro.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - O senhor também não se lembra disso?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Então do que efetivamente o senhor se lembra? As vezes em que ele foi no gabinete ele estava perfeito, sem nenhum problema de saúde?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Com certeza.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Com certeza?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - É.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Está certo. Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Só uma pergunta, Sr. Nilo, de ordem pessoal; enfim, o senhor responde se quiser, e não... de forma alguma há nisso uma relação. O senhor é crente, não? Freqüenta a Assembléia de Deus?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Conhece a Palavra: "E a verdade vos libertará", não é?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim, com certeza.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Com a palavra o Deputado Orlando Fantazzini.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Peço desculpas, Sr. Nilo. É Sr. Nilo, não é?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Nilo Alves da Costa?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O senhor é funcionário do gabinete do Deputado André Luiz?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - É a primeira vez que o senhor trabalha na Câmara dos Deputados?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, trabalho aqui há 22 anos...
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Vinte e dois anos?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - ...como Secretário Parlamentar.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Sempre como Secretário Parlamentar?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - É.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - E na atividade em que o senhor está aqui há 22 anos, é a primeira vez que o senhor é arrolado para prestar um depoimento?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Isso nunca aconteceu antes na atividade que o senhor desenvolve como Secretário Parlamentar?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O senhor se define assim, como um bom Secretário Parlamentar? Ou... O senhor mesmo pode dizer.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, é um trabalho normal.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Trabalho normal? No trabalho normal aqui na Casa a média é no mínimo eficiência. Se não for eficiente, não tem condições de permanecer.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - É, a gente faz tudo... A gente tenta fazer o melhor.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - É uma das exigências aqui da Casa, em razão da necessidade do trabalho, o máximo de eficiência possível. E nessa ação que o senhor desenvolve, como o senhor disse para o Deputado Biscaia, o senhor ajuda, ou colabora, ou faz em parceria a agenda com o outro Secretário Parlamentar, de nome...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Altivo Gomes.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Com o Sr. Altivo; quer dizer, vocês fazem um trabalho em equipe?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso. Nós fazemos um trabalho um equipe.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Mas toda a demanda do gabinete recai sobre vocês dois?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Quer dizer, o Deputado, pelo que nós podemos depreender, é um Deputado que tem uma atividade ampla, não é?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Então, tem muito trabalho lá para vocês, e vocês dois conseguem dar conta a contento, não é? Porque senão o Deputado já os teria dispensado. Conseguem dar conta de toda a demanda que por lá percorre. O senhor vai uma ou duas vezes por semana na casa do Deputado?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O senhor se define como alguém, na sua atividade, dentro da média normal? Quer dizer, um Assessor Parlamentar, na média, de um mandato que tem um volume imenso de trabalho, tem de ter uma boa memória, não é? O senhor acha que o senhor é uma pessoa de boa memória ou de uma péssima memória?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Mais ou menos, porque é muita coisa na cabeça da gente, entendeu? É muito trabalho, muita gente, muitos papéis.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Pois é, mas, mais ou menos, na média, o senhor tem uma memória razoável. O senhor conhece o Deputado Bispo Rodrigues?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Conheço.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Conhece?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Conheço.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Ele já foi algumas vezes ao gabinete...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - ...do Deputado André Luiz?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O Bispo José Divino... desculpe, o Deputado José Divino também? O senhor conhece?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Conheço.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Também foi ao gabinete?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O Deputado Calazans, Alessandro Calazans, do Rio de Janeiro, também já esteve no gabinete do Deputado André Luiz?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu me lembro de uma vez só.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Ele foi uma vez?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu me lembro de uma vez. Não estou lembrado se...
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Sim, mas o senhor se lembra de que ele foi lá?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O senhor se lembra do Sr. Jairo também, no gabinete?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim. Lembro, sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Do Sr. Alexandre?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Esse o senhor não lembra?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não lembro.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O senhor não se recorda? Eu estive lá quantas vezes, no gabinete do Deputado André Luiz?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu não estou lembrado, mas... Não sei. O senhor esteve uma vez lá, não esteve?
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Uma vez?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu acho que sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Uma vez.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não sei. Eu não estou lembrado ao certo, porque são vários Parlamentares que às vezes... que vão ao gabinete do Parlamentar.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - A memória do depoente não é boa, porque eu nunca estive no gabinete do Deputado.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não? Ah, tudo bem. Então? São vários Parlamentares. Tudo bem, são vários Parlamentares que eu vejo, não é? Então...
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Nas oportunidades em que o Sr. Jairo esteve no gabinete, o senhor só o recebeu e o conduziu à sala do Deputado André Luiz?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Ele esteve sozinho? Acompanhado?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Acompanhado do Bispo Rodrigues.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Sempre? Todas às vezes, o senhor tem certeza de que ele só foi acompanhado do Bispo Rodrigues?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Que eu lembre, sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Quer dizer, não há hipótese alguma de ele ter ido acompanhado de outra pessoa?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu me lembro que ele esteve uma vez só, também.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Esteve uma vez só? Mas acompanhado de outra pessoa, não?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Não. Na casa do Deputado André Luiz, nas vezes em que o senhor esteve lá, o senhor participou de algum churrasco?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim. Eu estive lá a trabalho um dia, lá estavam vários Parlamentares e...
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Estava acontecendo um churrasco?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O senhor consegue lembrar alguns dos Parlamentares que lá estavam?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Lembro, lembro. O Deputado José Divino eu lembro, lembro o Bispo Rodrigues e... outros Parlamentares do partido dele. Eles estavam em reunião lá, então...
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Mas dos outros o senhor não lembra nome? Só lembra de José Divino e do Bispo Rodrigues?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Lembro do Bispo Vieira também.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Bispo Vieira?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - De quem mais que eu lembro aqui...? Não estou lembrado, assim, dos nomes, mas alguns Deputados da bancada do PMDB que estiveram no jantar na residência do Deputado...
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Mas nome, só do Bispo Rodrigues e...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Neste momento, não estou me lembrando de nomes. Mas têm vários Parlamentares que...
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - A memória do senhor também...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Nomes, assim, exatos, neste momento, aqui, não estou lembrado.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Não se recorda? Mas do Bispo Rodrigues o senhor lembra com muita tranqüilidade?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Lembro.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - No dia 7 de setembro, o senhor estava onde?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sete de setembro?
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - É.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sinceramente, eu não me lembro. Sete de setembro era um feriado, não é? Então...
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - É um feriado, um feriado festivo em nosso País, inclusive. É um dia marcante na vida de todos nós. Quer dizer...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - ...às vezes a gente não consegue lembrar o que aconteceu em uma semana, mas quando a gente puxa, assim, Natal, Páscoa, 7 de Setembro, a gente sempre recorda...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso. Quando é um fato marcante, então a gente lembra. Lembra, sim, de alguma coisa.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O senhor lembra se o Deputado André Luiz estava em Brasília no dia 7 de setembro?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não me lembro.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O senhor não se recorda?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não lembro.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O senhor se lembra que o Deputado André Luiz sofreu um acidente automobilístico no dia 26 de novembro?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, 26 de outubro.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - De outubro. Isso. Desculpe. Aí, ele foi internado aqui em Brasília?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - E ele ficou...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Ele veio, fez vários exames; ia e voltava ao hospital...
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Então, ele não ficou internado?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Depois foi internado.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Ele sofreu o acidente...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso. Fez vários exames e depois foi internado, por ordem médica, entendeu? Ele estava de...
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Sim, mas... Deixe-me tentar ajudar na linha de raciocínio: no dia 26 sofreu o acidente...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - ...algumas pessoas estavam com ele; um fraturou as duas pernas, outros tiveram outros tipos de fratura. Ele teve a fratura da costela, do crânio, e o levaram para o hospital?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Foi.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Em São Paulo ou em Brasília?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Lá em São Paulo ele teve os primeiros medicamentos, em São Paulo, no hospital, lá em Limeiras, São Paulo, e depois ele veio para Brasília, onde teve vários...
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Sim, mas vamos com calma. Em Limeira ele ficou uma semana, um dia, ou ele entrou, medicaram, passaram mercúrio e disseram a ele: "Pode ir embora", e ele veio embora?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - De um dia para o outro. Ele teve atendimento lá, entendeu?
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O senhor foi buscá-lo ou...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Como é que ele veio?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Ele veio de lá em um outro automóvel, mas eu não me lembro em que carro, porque, no meu trabalho, estava só aqui, no gabinete.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Sim, mas o senhor sabe se alguém da Assessoria Parlamentar do Estado...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - O pessoal lá do Rio deu um apoio a ele.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - É que foi buscá-lo?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Aí, trouxe-o aqui para Brasília?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Quer dizer, dia 26; passados dois dias, 28 de outubro, 29, ele já estava aqui?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Aí, ele ficou em casa?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim. Em casa, indo para o hospital, entendeu? Sentindo dores, voltava, ia para ser medicado, não é?
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Nesse período, ele ficou...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Foi medicado várias vezes no posto médico aqui da Câmara.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Nesse período, ele chegou a ficar uma semana internado aqui em Brasília?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Nesse período esteve, várias vezes.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - De uma semana consecutiva?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso. Com certeza.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Ficou internado?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - E depois voltava para a casa?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - É.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - E aí, com certa freqüência, vocês passaram a fazer os despachos de gabinete na casa...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso, isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - ...em razão do problema de saúde dele?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu lá eu ia despachar com ele, e levava as coisas para ele, os jornais, tudo.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Bom, desse fato o senhor se recorda, o senhor se recorda do Bispo Rodrigues, de Jairo e o senhor se recorda também de que ele viajou para Minas Gerais?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim, eu lembro também, lembro também.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Isso o senhor tem... Esses fatos todos....
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Ele fez uma viagem, mas não me lembro, assim, a data certa.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Mas o senhor sabe que ele foi?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Foi.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Fez... O senhor sabe se lá na cidade ele cumpriu, assim, atividades de campanha?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim, ele esteve... ele estava dando um apoio lá para o candidato a Prefeito lá em... nessa cidade, em Lagamar.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Jota?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso, Prefeito Jota.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Jota.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Candidato a Prefeito, ex-Prefeito hoje.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Ex-Prefeito, não é? Porque perdeu, parece que não... o apoio...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - E esse cidadão, esse candidato manteve algum contato com o gabinete, que o senhor tenha atendido o telefone, ou que o senhor tenha ligado para dizer: "Olhe, o Deputado está indo para aí, a agenda está confirmada, fique tranqüilo, esperem na entrada da cidade, ele vai participar do comício, ele vai dar carreata, ele vai participar da inauguração do time de futebol"?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não houve, assim, um agendamento, não houve um contato prévio.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Não foi feito pelo...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não teve tanta prévio.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Não foi feito pelo gabinete?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Não? Mas o senhor lembra... Embora ela não tenha sido feito pelo gabinete, o senhor lembra que ele viajou?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso, eu sei que ele viajou, porque eu sei que... através dele e de funcionários. Ele falou: "Olhe, estou em Minas Gerais".
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Através de quem?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Do pessoal da residência, não é? e também a gente liga...
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Ah, então vocês não foram informados? Quem informou ao senhor que ele estaria viajando foram os funcionários da residência?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso, ele foi... Ele falou: "Ele fez uma viagem", entendeu? Foi e viajou.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Então o senhor está trabalhando com...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - A gente imagina que seria para Minas Gerais nessa época, entendeu?
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Quer dizer, então o senhor não tem certeza da data, até porque o gabinete não teve conhecimento; os funcionários da casa é que disseram que ele teria ido?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Também, também. Ou o próprio Parlamentar, que às vezes liga...
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Não, mas nesse caso, nesse caso, quem informou o senhor? O senhor disse agora que o senhor foi informando pelos funcionários da casa, que não foi o gabinete que fez os contatos, que ele foi direto. Quem da casa, dos funcionários da casa, informou que o Deputado foi viajar nessa data?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não estou lembrado qual a pessoa com quem eu falei na residência, que disse que ele tinha viajado.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O senhor não lembra também?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Nesse caso o senhor também não lembra?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não, mas eu sei que ele viajou, entendeu?
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Quantos funcionários há a casa?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Três. Três funcionários.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - O senhor lembra os nomes?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Conceição, Fábio e Marlon. Essas 3 pessoas.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Conceição faz o que lá?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Ela trabalha de arrumadeira e também ajuda nos trabalhos da casa.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Marlon?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Marlon faz trabalho de motorista e trabalhos auxiliares da casa.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - E a outra pessoa, como é o...?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Fábio.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Fábio, ele faz o quê?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Ele faz os trabalhos também da casa e serviços gerais.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - E o senhor não sabe qual deles foi que disse ao senhor que o Deputado teria ido para Minas Gerais?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não me lembro, não me lembro.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Sr. Presidente...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu não tenho certeza se foi o próprio Parlamentar que me avisou, quer dizer, na época ele disse que estava numa viagem, ele estava se organizando para uma viagem, entendeu? Ou se foi um dos funcionários da casa na época, porque já tem algum tempo, então não me lembro. Não me lembro.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Só uma curiosidade, só para encerrar: o gabinete mantém registradas as atividades do Deputado; por exemplo, no meu gabinete, quando eu vou para uma atividade, geralmente a gente pede que os nossos colaboradores...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - ...depois encaminhem...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - ...matérias jornalísticas.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Vocês mantêm um arquivo das atividades?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Mantemos, mantemos.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - E desta atividade específica...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - ...que o Deputado cumpriu não houve?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Dessa não, não é?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Está o.k. Estou satisfeito, Sr. Presidente.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Só um detalhe: esse nome que o senhor citou, Marlon, é homem ou mulher?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Homem.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Então são 2 homens e uma mulher que trabalham na casa do Deputado André Luiz?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso. Há uma outra senhora também, que chegou recentemente, esses dias, lá.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Então são 4 funcionários na casa?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Isso, hoje.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Está bem. Obrigado.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Outra senhora que eu não mencionei.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Com a palavra o Deputado Chico Alencar.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Sr. Nilo, tenho informações de que o senhor tem uma história aqui na Casa de muita dedicação, muita seriedade, muita transparência, muito espírito público, algo de que o País tanto necessita, e que mesmo nós representantes do povo muitas vezes não temos. É evidente que na vida há decepções e equívocos. Recordo-me do profundo abalo do Ministro José Dirceu, que tem uma vida política belíssima, com o episódio de Waldomiro, que o assessorava. E o senhor é assessor de um Deputado que está sendo acusado de procedimentos gravíssimos. É uma acusação, e esta Comissão, no que lhe compete, este Conselho está examinando o que isso tem a ver com decoro parlamentar. A mim me bastaria, tendo essas informações sobre o senhor, que não conheço pessoalmente, uma resposta: o depoente de ontem, o Sr. Alexandre — o sobrenome, qual é? — Chaves, por diversas vezes, relatando com muita minúcia os seus contatos com o Deputado, naquilo que ele chamou de pseudonegociação, de onde se exarou a acusação de propina, de tentativa de extorsão, ele disse que o conhecia e o descreveu, falou das 2 vezes em que esteve no gabinete; se não me falha a memória, também disse que o viu em frente à casa do Deputado, e no gabinete, Sr. Nilo. Ele é um empresário cuja conduta de vida também não está em questão aqui, um jovem que não teria nenhum interesse imediato, aparente, de forjar com tal grau de detalhes uma história, por mais que haja outros interesses em jogo aí. O senhor afirma com toda a sua convicção e com o juramento da verdade que fez aqui, e com a sua história de vida, que é o grande patrimônio que temos — não é? — diante dos nossos filhos, que são sempre os entes mais queridos, não sei se o senhor os tem, que pode assegurar que o Sr. Alexandre jamais o viu, nunca conversaram, jamais entrou no gabinete do Deputado André Luiz; que essa figura humana, do ponto de vista dessas relações mínimas, não estou falando em negociações, mas do contato de que ele se recorda bem, não existe. Isso é uma inverdade do Sr. Alexandre, no que diz respeito à sua pessoa?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Ele pode até me descrever, por exemplo, por outra pessoa; pode até ter me visto, mas eu não lembro, eu não lembro que essa pessoa esteve no gabinete do Deputado André Luiz.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não se lembra.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não lembro. Eu não conheço essa pessoa.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Mas o senhor não afirma, portanto, que... não pode afirmar que jamais o viu no gabinete do Deputado André Luiz?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Por isso mesmo. Nós recebemos centenas de pessoas no nosso dia-a-dia de trabalho. Então, eu não me lembro dessa pessoa.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Então, o senhor sempre disse...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu lembro de Jairo porque ele foi várias vezes no gabinete. Eu lembro. Mas às vezes...
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Sim.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - ...às vezes, se a pessoa foi lá uma vez ou outra...
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Ah, então o senhor admite a possibilidade de ele ter ido?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Se foi, eu não me lembro. Eu não conheço.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Até porque em cada andar, não sei se está funcionando com a eficácia que se queria...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - ...existe uma filmagem, não é?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Então, se houve a possibilidade, nos dias e horários em que ele esteve lá no gabinete a gente poderá ter essa confirmação adicional, além do depoimento testemunhal. Então, só para clarear bem, o senhor não afirma, em nome da verdade, desse patrimônio indelével do ser humano digno que creio que o senhor é, que o Sr. Alexandre jamais esteve no gabinete do Deputado André Luiz aqui em Brasília?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Se ele diz que esteve no gabinete e que me conhece tão bem, eu teria que ter o telefone dele na minha agenda para contatos, entendeu? E eu não tenho, eu não sei, eu não o conheço.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não, ele não disse aqui que o conhece muito bem.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não...
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Disse que esteve, e que o senhor estava lá.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Então, como é que ele me descreveu tão bem assim?
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Porque ele se recorda. Ele disse que se recorda.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Pois é. Então... Mas eu não o conheço, porque...
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não o conhece. O senhor sempre disse, em todas...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - ...porque a gente recebe centenas, várias pessoas no nosso dia-a-dia, entendeu? Então...
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - O senhor nunca disse a ninguém na sua vida que poderia tê-lo conhecido, que...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Com certeza.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - ...é possível...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Com certeza.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - O senhor nunca disse isso a ninguém?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não. Não conheço essa pessoa, não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Que não o conhece, que...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não conheço essa pessoa. Essa pessoa, não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Ou pelo menos essa margem de dúvida: "Bom, ele pode ter ido lá e eu não tenha... Falou até comigo e eu não percebi quem era" — porque ele já foi mostrado por senhor, essa fisionomia.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Pode ser, pode ser que ele que ele... Mas eu não me lembro, eu não o conheço.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Sim, não se lembra de tê-lo visto.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não lembro. Não, com certeza absoluta.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - E não tem relações íntimas, é óbvio. Não se lembra de tê-lo visto.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Essa é a afirmação que o senhor faz.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Se fosse uma pessoa que me conhece tão bem, eu teria... eu teria o telefone para contato com ele direto, mas não tenho. Não tenho. Eu nunca falei com essa pessoa.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Nunca falou.
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Pode assegurar que nem "Pois não, aguarde um pouco, o Deputado vai atendê-lo"?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não, não me lembro de ter passado nenhuma ligação...
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Não se lembra é diferente. Não se lembra dá margem inclusive para esses elementos morais que temos de não dizer a inverdade. Não se lembrar é uma coisa. Afirmar que ele não foi e que não o conheceu, jamais lhe deu bom dia ou o mandou aguardar um minutinho ou lhe fez qualquer recepção no gabinete é outra. E o senhor não afirma que jamais o recepcionou do ponto de vista formal, como as funções de um assessor de gabinete...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - É isso que eu digo. Eu não me lembro dessa pessoa. Portanto, não o conheço.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Está bem. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - O Deputado Alessandro Calazans o senhor conhece?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Conheço.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - E o senhor o conheceu onde?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Lembro-me de tê-lo visto uma vez no gabinete e outra vez numa reunião de Parlamentares. Ele estava lá, mas não me lembro exatamente a data.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - E ele costumava ligar com constância para o gabinete do Deputado aqui em Brasília?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Às vezes.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Às vezes?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - É, às vezes.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - E quando ligava queria falar com o Deputado André Luiz?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - E o senhor acha que a nova companheira do Deputado André Luiz conhece o Deputado Calazans?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Eu acho que não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - O senhor acha que não?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Acho que não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - E quando o Deputado...
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Porque eu vou à residência do Deputado poucas vezes, só para trabalho, e volto.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Mas na ocasião em que o senhor encontrou o Deputado Calazans na residência do Deputado André Luiz a Sra. Delma estava lá?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Ah, não estava?
O SR. NILO ALVES DA COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Está bom. Muito obrigado.
Queremos agradecer o seu depoimento. O senhor está dispensado.
Sr. Fábio Souza Batista.
Deputado Orlando Fantazzini, o Sr. Fábio está?
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Já foram lá buscá-lo.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Vou suspender a reunião por 5 minutos, enquanto o Relator está ao telefone, junto com o Presidente da Comissão. Tão logo S.Exa. retorne ao recinto, reabriremos o trabalho.
(A reunião é suspensa.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Luiz Sérgio) - Estamos reabrindo o trabalho.
O Sr. Fábio está aqui para prestar o seu depoimento como testemunha. Como determina o regulamento do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o Sr. Fábio assinará um termo de compromisso de só falar a verdade diante das perguntas que lhe forem feitas. Então, passo ao senhor, para que possa assinar, esse termo de compromisso.
Peço que, diante das perguntas que lhe forem feitas, o senhor fale bem próximo ao microfone, para que fique bem nítida a sua fala na fita no momento em que a Taquigrafia for fazer a ata relativa ao seu depoimento.
Passo a palavra ao Deputado Relator.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Obrigado, Sr. Presidente. Fábio, vai ser bem rápido e sem dor. Primeiro, gostaria que você dissesse há quanto tempo trabalha com o Deputado André Luiz e onde trabalha.
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Trabalho há 2 anos com o Deputado André Luiz. A minha área de serviço é a jardinagem e, quando tem algum evento, ajudo a servir ali na varanda.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Da residência. Você lembra onde você estava no dia 16 de setembro do ano passado?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - No dia 16, eu estava na residência. Sempre que o Deputado viaja, ele pede que a gente fique na residência.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - No mês de dezembro, ele viajou?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Mês de dezembro... No mês de dezembro, eu não tenho bem assim na memória.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas você lembra onde você estava no mês de dezembro?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - No mês de dezembro, a gente sempre fica ali na residência.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Você não lembra se ele viajou no mês de dezembro?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não tenho bem na memória, não, mas...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Não lembra?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E você tem lembrança que ele foi internado no mês de dezembro?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Esteve, sim, internado.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Aqui em Brasília ou no Rio de Janeiro?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Esteve internado aqui em Brasília. No Rio de Janeiro, eu não tenho...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Conhecimento.
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não tenho conhecimento.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Lembra quanto tempo ele ficou internado aproximadamente?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não, senhor.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E ele fazia muitos eventos na casa dele? Era freqüente isso?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não era com muita freqüência, mas sempre tinha eventos.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sim, mas ele fazia almoço, jantar, churrasco, por exemplo, de vez em quando?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Almoço, sempre tinha almoço.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O senhor que é o churrasqueiro ou é ele?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Eu que era o churrasqueiro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Opa, então está bom. E o senhor lembra que tipo de pessoas freqüentava esses eventos, se eram Deputados?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Tinha vários Deputados e muita... Não dá para guardar a fisionomia de todos. Tinha muitos Deputados.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Vou lhe mostrar 3 fotografias. A primeira é esta aqui, Presidente. O senhor lembra dessa pessoa ou não?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - O senhor conhece, alguma vez o senhor viu essa pessoa?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Já, várias vezes.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - O nome dela o senhor sabe?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Bispo Rodrigues.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Bispo Rodrigues. Então, para consignar, foi apresentada a foto do Bispo Rodrigues e o depoente reconheceu a foto como sendo do Bispo Rodrigues.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Além do Bispo Rodrigues, o senhor lembra de outros Deputados que freqüentavam a casa?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - A Deputada Maria Lúcia...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - De onde é a Deputada Maria Lúcia.
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Maria Lúcia, não lembro de qual Estado, mas tinha também o Renato Cozzolino...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E o Deputado Cozzolino ia com assessor, com motorista? O senhor lembra disso ou não?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Todos eles iam com motorista e alguns com assessores.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E eles entravam também na casa? Participavam lá dos eventos, da reunião, do churrasco?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - O Deputado nunca descartou, o motorista ele sempre botava para dentro, para ficar ali...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O senhor lembra o nome de algum assessor do Deputado Cozzolino?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não, não me lembro de nenhum.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Lembra o nome de algum assessor da Deputada Maria Lúcia?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Também não me lembro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas lembra algum nome de assessor do Deputado Bispo Rodrigues?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não sei se ele é assessor, mas sempre estava com ele, era o Jairo.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Quer dizer, do Bispo Rodrigues o senhor lembra que estava o Jairo junto, dos outros o senhor não lembra se tinha alguém?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Exatamente.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Certo. E agora uma pergunta que todos fizeram aqui. Eu lhe perguntei se o senhor se lembra do mês de dezembro. O senhor não se lembrou se o Deputado viajou. Mas no dia 16 de setembro do ano passado, o senhor lembra para onde o Deputado viajou?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Nas viagens dele, ele não vem a declarar para onde está indo para a gente. Ele só pede que a gente fique na residência, para não ficar sozinha a residência.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas o senhor lembra se no dia 16 de setembro ele viajou?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Ele fez uma viagem após o feriado. Após o feriado, ele fez uma viagem.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E depois dessa viagem, o senhor lembra para onde ele foi ou não?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não, não lembro. Ele fez essa viagem e, logo após, fez outra viagem.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Logo após essa...
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Ele, retornando de uma viagem, logo viajou novamente.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E o senhor não lembra para onde ele foi?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não, não lembro porque não vem ao nosso conhecimento.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Certo. E o senhor lembra mais ou menos a época dessas 2 viagens?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Essas viagens foram após o feriado...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Que feriado?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - O feriado de setembro.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Do dia 7 de Setembro?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Foi uma semana após o feriado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Mas no feriado de 7 de Setembro ele estava em Brasília?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - No feriado de 7 de Setembro, eu estava em casa, não sei se ele viajou ou não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Mas quando ele viaja, ele avisa vocês, para a casa não ficar sozinha?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Então, quando ele não avisa, é porque ele não está viajando.
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - É porque não tem só eu que fico na residência. Às vezes, fico eu; às vezes, fica outro...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Mas geralmente em todas as viagens ele sempre avisa um de vocês?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - É.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - E vocês ficam sabendo que o Deputado está viajando. Quer dizer, se ele viajou no dia 7, você estava em casa, mas no dia 8 você foi trabalhar?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - No dia 8, fui trabalhar.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - O Deputado estava lá?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - O Deputado estava.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - No dia 8, ele estava?
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - No dia 8, ele estava? O senhor afirma isso? No dia 8 de setembro, o Deputado estava em casa?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Dia 8 de setembro... Estava, sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E no dia 17 de setembro, o senhor lembra?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não, dia 17, ele não estava.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E no dia 6 de outubro?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Seis de outubro... Acho que ele também não estava.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - No dia 10 de dezembro?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não me lembro dessa...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O senhor poderia descrever a Deputada Maria Lúcia, como é que ela é?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - A Deputada Maria Lúcia é alta, loira e por vista muito educada. Aliás, todos que...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Já que o senhor cuida da jardinagem, o senhor pode descrever os anões que tem no jardim da casa do Deputado André Luiz?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Tem os 7 anões, o grupo todo.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Na entrada da casa?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Na entrada da casa.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Como é que é a fachada da casa? A entrada é um portão, um muro alto?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não, não é muro, é grade.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Aquelas grades.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Se eu estiver na rua, caminhando... Eu entrei na rua da residência do Deputado André Luiz, a casa dele é do lado direito ou do lado esquerdo da rua, entrando na rua?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Do lado direito.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Então, se eu estiver caminhando na rua, passar em frente à casa do Deputado André Luiz e olhar, vou ver os 7 anões? Eu tenho condições, da rua, de ver os 7 anões que tem no jardim?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Tem, sim.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Porque é tudo aberto.
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - É tudo aberto.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Então, eu tenho possibilidade de ver todo o jardim, a casa. Não tem muro, não tem cerca viva, nada. É possível que eu veja?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - É possível, sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Ontem, o Deputado André Luiz falou que fazia os churrascos. E o senhor diz hoje que praticamente participou de todos, ou em quase todos os senhor estava lá. Ele nos disse que o Deputado Alessandro Calazans participou ou esteve na casa dele em 2 ocasiões, uma dessas num jantar. O senhor reconhece aquela foto?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não. Nunca, Deputado... Não. Na residência, eu nunca... Só uma vez que ele esteve para almoço.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Esse?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Esse rapaz, esse senhor.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Esse aqui?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Apresentada a foto do Deputado André Calazans, o depoente o reconhece, afirmando que lembra de ele se fazer presente...
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Num almoço, não num jantar.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - ...num almoço. Não num jantar. Num almoço.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Houve um jantar no ano passado para a juventude do PMDB. O senhor lembra disso?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Lembro, sim.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - O Deputado Calazans não estava nesse evento?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não estava.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E esse senhor aqui? Alguma vez o senhor o viu?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - O senhor nunca viu essa pessoa?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Não conhece?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não conheço.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Certeza?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Certeza.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Apresentada a foto do Sr. Alexandre Chaves, o depoente disse nunca tê-lo visto.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Qual o nome da esposa do Deputado André Luiz?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Bom, ao que vem ao nosso conhecimento, o Deputado está afastado, não está diretamente com a esposa.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Mas o nome dela o senhor lembra?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - A esposa dele é Eliana Ribeiro.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Ela vem ou já veio à casa alguma vez? O senhor a viu alguma vez?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Nunca a viu?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Nunca vi.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Porque há pouco a D. Conceição disse que ano passado ela esteve na residência.
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Pode ter sido no dia de minha folga.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Que dias o senhor tem folga?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Às vezes, terças e quintas ou quartas e sextas.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - E a atual companheira do Deputado André Luiz, o senhor conhece?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Conheço.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Ela reside lá desde quando?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Na faixa de... Não recordo bem, mas é entre 1 ano e 2 anos.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente, agradecemos a presença da testemunha, uma testemunha relacionada à residência. Estamos tomando cuidado muito grande em respeitar e não querer expor de forma nenhuma o depoimento das testemunhas. De certa forma, entendo que, com relação ao que é de interesse da nossa parte quanto ao fato, quanto aos personagens, já é suficiente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Consulto o nobre advogado do Deputado André Luiz sobre se quer inquirir a testemunha. (Pausa.)
Sem perguntas. Consulto a Deputada Ann Pontes.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Serei bem breve, Presidente. Fábio, alguma vez, você presenciou a saída do Deputado em alguma dessas viagens? Ou você chegava e só recebia a informação de que ele estava viajando?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Na maioria das vezes, sim.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Sim o quê?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Que eu já recebia a informação de que ele viajou, para eu ficar na residência.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Então, o senhor não poderia nos informar, por exemplo, se alguma vez, numa dessas viagens, ele foi acompanhado de alguém da família?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - A última viagem que ele teve, depois do feriado de setembro, ele viajou com acompanhante, a Delma.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Como o senhor ficou sabendo disso?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Logo após eu chegar na residência.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Quem lhe informou?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Quem me informou?
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Sim.
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Um outro funcionário que o Deputado tem também.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - O que esse funcionário lhe informou?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Informou que era para eu ficar na residência, que o Deputado ia dar uma viajada.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - E informou se ele viajou com alguém mais?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Aí, esses detalhes assim a gente não procura saber, para não...
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Pois é. O senhor disse há pouco que um segundo funcionário da casa lhe comunicou que o Deputado teria viajado e teria viajado na companhia da Sra. Delma. É isso?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Exatamente.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Além dela, ele teria comentado que uma terceira pessoa teria ido?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não. Aí não veio ao meu conhecimento.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Ele não lhe falou? Só se limitou a dizer que o Deputado e a Sra. Delma teriam viajado? O senhor também não sabe precisar quanto teria sido essa viagem?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não, porque sempre faz algumas viagens, e a gente não procura estar sempre...
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Certo. Fábio, quantos carros costumam ficar na garagem? E de que cor eles são?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Os carros que costumam ficar na garagem são uma pajero e uma mercedes azul.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - A pajero é de que cor?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - A pajero é cor prata.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - São somente esses 2 carros ou tem mais algum?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Tem uma caminhonete a serviço, que fica a meu serviço.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Que cor?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Cor branca.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Certo. O Deputado tem o hábito de receber algum assessor aqui do gabinete para despachar na casa?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Sim. Sempre vai um para despachar o serviço de pegar assinatura, essas coisas.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Vai um homem ou uma mulher?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não. Vai um homem.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - O senhor sabe o nome dele?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Esse que vai despachar com ele?
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - É.
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Sr. Nilo.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Como é o Sr. Nilo?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - É um senhor alto, cabelos grisalhos e usa um cavanhaque.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Ah, usa cavanhaque! O senhor daria mais ou menos quantos anos para ele? (Pausa.)
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Quarenta, 45, aproximadamente.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - E, Fábio, tu poderias me descrever como é a sala de estar da casa do Deputado?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Sala de estar. Ela tem um bar, que fica no lado direito da entrada, a sala de vídeo e, logo atrás, tem uma sala com 2 sofás e mesa de centro.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Tem alguma porta de vidro que dê acesso a uma varanda?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Tem, sim.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Deputada, permita-me.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Pois não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - O sofá, o senhor lembra se é escuro, claro?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Tem um sofá branco de tecido e, logo em frente ao bar, o barzinho, tem um sofá na cor vinho.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Um branco e um vinho?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - E na sala de vídeo tem um mais ou menos na cor creme.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Creme. E na sala de vídeo é onde fica a televisão?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - E a televisão é grande, pequena?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não sei descrever bem as polegadas dela.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Mas é mais ou menos desse tamanho, desse...
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Ela é grande, assim.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Grande. O senhor sabe a marca dela? O senhor já viu alguma vez?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não. Eu não, assim... Eu coloquei para o senhor que o meu serviço é mais externo, a gente não procura estar...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - O senhor nunca percebeu assim de passagem se na televisão tinha um L e um G?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não. Nunca percebi.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Só para nos ajudar, Sr. Fábio, a ter uma idéia de como é essa sala. As paredes são pintadas de cores claras, escuras?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Cores claras.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Tendendo para o branco? Para o bege?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Mais para o bege, creme.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Na decoração é utilizado algum adorno, como tapetes?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Tapetes, tem os tapetes normais de sala.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Então, tem tapete na sala?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Tem os tapetes normais.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - E o piso? O senhor lembra do piso da sala, como ele é? De que cor ele é?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - É meio... É quase que um granito e com rodapé de madeira.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Com rodapé de madeira.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - A senhora me desculpe, Deputada. Eu quero...
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Pois não, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - O piso da sala é granito?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Parecido com granito.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Sim, mas é cerâmica, pedra, não é carpete. O piso aqui é carpete. Não é isso?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não é carpete.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Quer dizer, tem um piso de cerâmica, parecendo granito, depois tem os tapetes em cima?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Tem um tapete em cima.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Quer dizer, o piso não é de madeira?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Tem um rodapé e uma faixa de madeira próxima ao rodapé.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Próximo ao rodapé. Mas o piso, em si, é de granito?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Parecido com granito. Não é bem um granito.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Sim. Mas não é totalmente madeira?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não é madeira, totalmente.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Sr. Fábio, quantas pessoas trabalham na casa além do senhor?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Somos 4 funcionários.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Quantas são mulheres e quantos são homens.
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Uma mulher e 3 homens.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - O senhor poderia dizer o nome deles?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Um deles sou eu, tem o Marlon e o outro rapaz não é bem um funcionário. É Marcelo o nome dele. Não é bem um funcionário. Ele está passando uns dias conosco lá.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Seriam, na realidade, somente 3 funcionários, efetivamente.
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Exatamente.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - O senhor, o Marlon e quem mais?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - A D. Conceição, o Marlon e eu.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Certo. A D. Conceição costuma servir águas e cafés para as pessoas que vão a convite do Deputado?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Geralmente, sim.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - É esse o serviço dela?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - É o serviço dela.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Geralmente, é a D. Conceição... Se a pessoa sentir vontade de beber água, é a D. Conceição que vai levar essa água. Não é o senhor, por exemplo?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Dependendo da... Se for pela parte da churrasqueira, essas coisas, eu posso fazer esse serviço, sim.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Certo. Mas digamos que eu vá na casa do Deputado na parte da noite, a pessoa a me levar um café, uma água seria o senhor ou a D. Conceição?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Aí, não está discriminado se pode ser eu ou se pode ser ela.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Mas, geralmente, é a D. Conceição que faz esse serviço?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Exatamente.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Certo. Obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Sr. Relator. Nada mais?
Fábio, só coisa breve. Há quanto tempo você está trabalhando na casa do Deputado André Luiz?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Há mais ou menos 2 anos.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Dois anos.
Você é daqui de Brasília mesmo?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - De Brasília.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Como é que você conseguiu o emprego na casa do Deputado André Luiz?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Eu consegui porque era funcionário do Planalto. Tinha muito conhecimento, aí me informaram. Fui fazer uma entrevista lá.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Você ficou sabendo que tinha um Deputado precisando de alguém para trabalhar e procurou o Deputado André Luiz?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - No caso, eu vim até o gabinete dele.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Aqui no gabinete?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Aí, disse: "Olha, eu estou precisando de emprego, soube que o senhor está precisando de uma pessoa".
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Eu não falei diretamente com ele.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Não?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Falei com o chefe do gabinete.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Quem era?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - O Sr. Altivo.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Então, foi o Sr. Altivo que te contratou?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Fez a entrevista comigo e me levou até o Deputado para...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Aí, você começou a trabalhar. Então, o contato que você teve foi com o Sr. Altivo?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Nesse período de 2 anos, como você é o churrasqueiro — pelo jeito, parece que é bom churrasqueiro, porque as pessoas sempre voltam lá para fazer outro churrasco — e muita gente passou por lá, você conseguiu conhecer vários Deputados e sabe distinguir bem quem é Deputado, quem é assessor, quem é motorista?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Como é que você faz essa distinção? O Deputado André Luiz apresenta um a um para você e diz assim: "Olha, Fábio, esse aqui é Deputado; esse aqui é assessor de Deputado; esse aqui é motorista de Deputado"? Como é essa apresentação?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Ele apresenta os Deputados para a gente. Geralmente, os motoristas ficavam lá fora. Ele pedia para a gente chamar para ficar todo o mundo lá dentro.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Aí, eles ficavam lá com você, perto da churrasqueira...
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Ficavam comigo.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - ...batendo um papo, trocando umas idéias, falando de futebol, dos capítulos da novela... É isso?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Fora esse.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Mais ou menos isso? Quer dizer, os motoristas ficavam lá, próximo à churrasqueira, trocando uma idéia com vocês?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Até mesmo às vezes botavam uma mesa e eles ficavam na mesa para...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - E os assessores também? Ou ficavam todos juntos com os Deputados?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Alguns assessores ficavam juntos ali, com eles.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - A forma de você saber quem é Deputado e quem não é era que os motoristas não entravam e o Deputado os mandava entrar?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - E também ele apresentava a gente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Apresentava vocês aos Deputados.
O filho do Deputado André Luiz também participava dos churrascos e das festas com freqüência ou não?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - O senhor pode repetir novamente?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - O filho do Deputado André Luiz também ai aos churrascos com certa freqüência? Ou o senhor não conhece o filho do Deputado André Luiz?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Olha, o filho dele não freqüentava... Uma ou 2 vezes ele esteve na residência.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Você lembra quando ele esteve lá?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não, não tenho detalhada a data exata, não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Mas, numa dessas vezes em que ele esteve lá, por acaso ele estava com o braço engessado ou enfaixado ou imobilizado? Você lembra ou não?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Não se recorda. Muito obrigado.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Sr. Presidente, uma última pergunta.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Pois não.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Nesses churrascos, o senhor percebia a presença da Sra. Delma? Ela participava também? Sempre é bom haver uma presença feminina para atender...
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Nem sempre.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Mas ela participava?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Na maioria das vezes, não, porque ela estudava à noite.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Mas os churrascos só aconteciam à noite?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Às vezes, à noite; às vezes, de dia.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - E dos churrascos durante o dia ela participava?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não, porque ela trabalha.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - E os churrascos só eram realizados durante a semana, segunda, terça, quarta, quinta e sexta? Sábado e Domingo não tem churrasco?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Só durante a semana.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Final de semana não tem churrasco?
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Muito obrigado, Fábio, por ter comparecido. Está dispensado.
O SR. FÁBIO SOUZA BATISTA - O.k.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Encerrada a oitiva das testemunhas de defesa, passamos a deliberar sobre as solicitações do nobre Relator.
Com a palavra o nobre Relator.
O SR. DEPUTADO GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente, na verdade, não se trata de deliberar, porque já houve deliberação. É só definir a próxima etapa.
Peço a V.Exa. que confirme se poderemos realizar audiência na próxima terça-feira para ouvir o Sr. Jairo Martins e o Sr. Ricardo Molina, que, segundo consta — já pedi que comunicassem aos advogados da defesa —, confirmou sua vinda, para, de público, responder aos quesitos apresentados pela defesa. Também na terça-feira, ouviremos o Sr. Celso D’Ávila, advogado, e, se possível — a presença ainda não está confirmada —, o jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja, fundamentalmente com o objetivo de confirmar o acompanhamento das gravações.
Parece-me que V.Exa. tem informações sobre o comparecimento do Deputado Alessandro Calazans.
Portanto, Sr. Presidente, trata-se apenas de confirmar a agenda da próxima semana.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Confirmo que, na terça-feira, ouviremos o perito Ricardo Molina, o Sr. Jairo Martins e o advogado Celso D’Ávila. Estamos providenciando a intimação do jornalista da revista Veja.
Na quinta-feira, ouviremos o Deputado Alessandro Calazans.
Já deferimos que seja oficiado à Administração do Guará, onde a D. Delma disse trabalhar, para obter informações.
Além disso, esperamos que o Deputado André Luiz, como se comprometeu a fazer no dia de ontem, junte os documentos, os comprovantes das várias despesas que disse ter realizado enquanto esteve na cidade de Lagamar, como também traga o nome da rádio, os telefones de contato e a fita do programa que ele disse ter gravado naquela cidade.
O SR. CLÉLIO TOFFOLI JÚNIOR - Sr. Presidente, uma consulta, por favor.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Pois não.
O SR. CLÉLIO TOFFOLI JÚNIOR - Quando da oitiva do perito Ricardo Molina, será franqueado à assistente técnica fazer perguntas diretamente a ele ou ela terá de fazê-las por intermédio dos advogados?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Ela terá de fazer as perguntas por intermédio dos advogados.
O SR. CLÉLIO TOFFOLI JÚNIOR - Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Orlando Fantazzini) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a presente reunião. Antes, porém, convoco os membros do Conselho de Ética para reunião a realizar-se na próxima terça-feira, às 14h.
Está encerrada a reunião.