Cândido José de Araújo Viana
Cândido José de ARAÚJO VIANA, depois visconde e marquês de Sapucaí (9/9/1837 a 4/5/1840)
Cândido José de Araújo Viana, visconde e marquês de Sapucaí, nasceu na província de Minas Gerais a 15 de setembro de 1793, filho de Manuel de Araújo Cunha e Mariana Clara da Cunha. Era bacharel em Direito (1821) pela Universidade de Coimbra, Portugal. Freqüentou aulas do curso de ciências médicas e fez aprofundados estudos de Literatura. Era casado com Ana Efigênia de Siqueira Ramalho.
Exerceu os cargos de juiz de fora em Mariana (MG), em 1821; provedor da Fazenda em Ausentes, Capela e Resíduos; desembargador da Relação da Província de Pernambuco (1827); deputado constituinte pela Província de Minas Gerais (1823); deputado pela Província de Minas Gerais (1826 a 1839); presidente da Província de Alagoas (1826), tendo tomado posse em 1828; presidente da Província do Maranhão (1829); exerceu atividades no Tribunal de Relação da Bahia e do Rio (1832); ′fiscal na Junta de Comércio do Rio; ministro e secretário de Estado dos Negócios da Fazenda (1832 a 1834); senador pela Província de Minas Gerais (1839 a 1875) tendo tomado posse em 13 de abril de 1840; presidente da Câmara dos Senadores (1851 a 1853); procurador fiscal interino do Tesouro (1839); ministro do Supremo Tribunal de Justiça (1850); conselheiro de Estado (1839).
Sua presidência na Província de Alagoas, embora curta, foi eficiente e construtiva. Na pasta dos Negócios da Fazenda coube-lhe providenciar sobre a substituição da moeda de cobre em circulação, estabelecer o novo padrão monetário e fixar o tempo de juros da dívida pública. Como Senador, foi escolhido para ser o examinador oficial do Colégio D. Pedro II dos candidatos à diplomacia. Foi também escolhido como professor de Literatura e Ciências Políticas do Imperador e das princesas imperiais e testemunhou o casamento da Princesa Leopoldina com o Duque de Saxe. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, fez vários discursos, os quais constam da Revista, da instituição.
Na Câmara dos Deputados e na Câmara dos Senadores sempre se revelou uma pessoa tímida quando, no Plenário das Casas legislativas, expendia suas considerações. Mas, como homem de gabinete, era de iniciativas acatadas e decisivas. Pessoa moderada e orientada pela tolerância e pelo zelo em se empenhar no estímulo e desenvolvimento do progresso moral do seu País como nação, pode-se dizer que não era do Partido Conservador, mas da escola conservadora, pelo tanto que se mostrava sincero e verdadeiramente tolerante, brando, condescendente e obsequioso para com seus adversários políticos.
Recebeu os títulos de visconde e marquês de Sapucaí, foi condecorado com o título de Grão-Mestre do Grande Oriente (Maçonaria), Dignitário da Ordem do Cruzeiro, Cavaleiro das Ordens de Cristo e da Rosa. Agraciado com a Grã-Cruz da Torre e da Espada, a Grã-Cruz da Ordem Ernestina (da Casa Ducal da Saxônia) e a Grã-Cruz da Ordem de São Januário de Nápoles.
- Deixou escrito:
Relatório tratando do melhoramento do meio circulante apresentado à Assembléia Geral Legislativa (1833); os discursos pronunciados como presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro durante 30 anos, além de outros que se encontram na revista do referido Instituto (1843 a 1873).
Faleceu na Província do Rio de Janeiro a 23 de janeiro de 1875.
cd/br/cpsn/nov/2005.