Agenda legislativa terá foco no mercado e no setor privado, diz Maia
J Batista
“Queremos que o estado tenha um papel mais regulador e que o setor privado possa ter papel mais forte nos investimentos", disse Maia
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou nesta terça-feira (30) que a agenda da Casa, “em sintonia com a agenda do presidente Michel Temer”, tem como foco o mercado e o setor privado para, no futuro, permitir avanços sociais no Brasil.
“Nós queremos que o estado tenha um papel mais regulador e que o setor privado possa ter um papel mais forte nos investimentos", disse Maia durante o Fórum Brasil de Investimentos 2017, em São Paulo. “Nós não queremos mais que a burocracia brasileira prejudique a capacidade de investimento de brasileiros e estrangeiros no nosso País, principalmente na geração de emprego”, acrescentou.
Durante o evento, que contou com a presença de Temer e do presidente do Senado, Eunício Oliveira, entre outras autoridades, empresários e investidores, Maia disse que a aprovação do teto de gastos, promulgada no fim do ano passado, “foi uma revolução” e fez uma forte defesa das reformas trabalhista e da Previdência como medidas necessárias para garantir equilíbrio econômico no Brasil nos próximos anos.
Ele garantiu ainda que, após a votação dessas reformas, o foco das votações será mantido. “Estamos prontos com os nossos líderes na Câmara para organizar depois das grandes reformas a micro agenda, a agenda para garantir segurança para o investidor”, afirmou.
“Nós vivemos em um País onde o aumento de impostos resolvia a questão fiscal do estado brasileiro. Então, ano após ano, todos os governos fizeram um trabalho mais simples, que aumentou impostos para resolver o problema de caixa do governo. Nós, pela primeira vez, tivemos a coragem de produzir uma agenda diferente, uma agenda que limitou os gastos do governo. A partir da PEC do teto, todas as outras reformas que estão no Congresso Nacional passaram a ser fundamentais, principalmente a reforma da Previdência”, reiterou.
Em relação às mudanças previdenciárias, Rodrigo Maia considerou que o atual modelo garante privilégio a poucos e prejudica milhões de brasileiros por conta de seu déficit crescente. “A sociedade tem sido usada de forma permanente por corporações que têm capacidade de silenciar a agenda do País e conquistar benefícios em detrimento da grande maioria da população brasileira, que é sempre prejudicada por alguns privilegiados”.
Rodrigo Maia disse que é cobrado para elaborar uma agenda que combata a desigualdade social e a pobreza no Brasil, mas que isso só será possível em outro momento. “Antes de tudo isso, nós precisamos reorganizar as contar públicas, nós precisamos ter um estado que seja do tamanho necessário para que a sociedade possa viver sem a dependência do estado brasileiro”, concluiu.