22/08/2009

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Vladimir (68) Palmeira - A história sem mitos

Vladimir Palmeira era pouco mais que um menino quando, em 1966, começou a despontar no movimento estudantil do Rio de Janeiro. Alagoano, chegou com a família quando a cidade era ainda a capital do País. O pai, senador Rui Palmeira, reunia-se com os integrantes da Arena, partido de apoio ao regime militar, na sala da casa e ele, com estudantes e integrantes do partido comunista, depois Dissidência Guanabara e finalmente MR-8, no quarto dos fundos.

Em 1968 já era o grande líder dos movimentos estudantis e populares que confrontavam os militares no centro do Rio. Época, em que o governo federal operava mais na cidade do que em Brasília, para onde iria se transferir lentamente. E é aqui que ele começa a contar a sua rica história.

Um período de muitas passeatas, depredações e violência no centro da cidade, que iria culminar com a Passeata dos 100 mil, a maior confrontação que o regime militar sofrera até então. Na verdade, nunca se soube o número exato desta manifestação. Pelas imagens da época, calcula-se hoje que reuniu mais de 700 mil pessoas, algo parecido com a grande concentração de um milhão das Diretas-já 15 anos depois.

Vladimir passou por várias prisões e temeu pela vida muitas vezes, até que fosse deportado junto com outros 14 presos políticos para o México, em troca do embaixador norte-americano Charles Elbrick, sequestrado por um grupo de várias facções de esquerda. Neste sequestro estavam pessoas como o ex-ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, então um ativo líder estudantil, e o ex-eputado Fernando Gabeira. Foi para Cuba, “uma desgraça”, onde ficou por três anos, período que relata com total desapontamento. Depois rodou pela Argélia, a antiga Tchecoslovaquia, Chile, voltou ao México, acabou na Bélgica. Foi um dos últimos a retornar ao Brasil com a lei da anistia.

Elegeu-se deputado federal por dois mandatos, período em que voltaria ao centro do Rio para, em cima de um banquinho de madeira, “prestar contas do seu mandato”, como um servidor sustentado por dinheiro público. Tudo isso Vladimir, hoje um professor de história, relata com distanciamento crítico, desprezando mitologias que costumam de instalar na nossa história recente. E culmina com sérias críticas ao movimento estudantil de hoje.

Direção e Edição: Roberto Stefanelli - Edição de Imagem: Joelson Maia - Videografismo: Jean Hernani - Pesquisa: André Bergamo e Joelson Maia - Narração: Claudio Lessa e Luiz Linhares - Produção: Rita Andrade e Ana Beatriz - Finalização: Joelson Maia - Trilha Sonora Original: Alberto Valério

Memórias

Documentários que resgatam fatos marcantes do passado do Brasil por meio de personagens que foram protagonistas dos acontecimentos. Inicialmente centrado nas memórias políticas, o programa ganhou abrangência ao incorporar outras questões fundamentais para a compreensão do Brasil contemporâneo. A cada novo episódio fragmentos de recordações pessoais servem como ponto de partida para a compreensão de histórias narradas nos livros de história, com depoimentos exclusivos de personagens da vida pública nacional sobre fatos que marcaram a trajetória do país.

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