10/07/2019 17:30 - Relações Exteriores
Radioagência
Gabinete de Segurança da Presidência garante punição no caso do transporte de droga para Europa em avião da FAB
No dia 25 de junho, o sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, que fazia parte da equipe do avião reserva da viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Japão para a reunião do G-20, foi preso. Durante uma escala técnica em Sevilha, a polícia espanhola encontrou com ele um pacote com 39 quilos de cocaína. O militar ainda está detido na Espanha. Deputados das comissões de Relações Exteriores e de Direitos Humanos da Câmara convidaram autoridades da área de Defesa do governo federal para explicar como a segurança foi burlada e que providências estão sendo tomadas para evitar que um fato como esse se repita.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, além de representantes do Ministério da Defesa e da Aeronáutica, informaram que um Inquérito Policial Militar está em curso. O general garantiu que os envolvidos no transporte da droga para a Europa serão responsabilizados e punidos.
Deputados da oposição não ficaram satisfeitos com as respostas das autoridades de Defesa para questões como a falta de efetivo para averiguar a segurança dos aviões da Força Aérea Brasileira e a escolha de Sevilha como escala técnica na viagem presidencial ao Japão. Para o deputado Alexandre Padilha, do PT de São Paulo, faltam informações também sobre os procedimentos futuros.
“Não foi deixado claro quais são as medidas do GSI depois desse fato ocorrido. Se aumentou o efetivo de averiguação, qual é a apuração que está fazendo, se vai rever o papel dos sargentos e dos tripulantes que são nomeados para isso. Então deixando claro que tem um grau de insegurança muito grande, despreparo, sobretudo do GSI para lidar com um tema como esse”.
O tenente brigadeiro do Ar Carlos Oliveira, representante da Aeronáutica, salientou que o sargento preso não participou do planejamento do voo e nem da escolha da escala técnica. Ele explicou o que está sendo mudado na segurança dos aviões da Força Aérea Brasileira.
“Obviamente que algumas medidas administrativas de incremento, de controle de acesso e de controle de passageiros no embarque das nossas aeronaves estão sendo implementadas e certamente serão aperfeiçoadas à medida que os resultados do Inquérito Policial Militar forem divulgados para que a gente minimize novas ocorrências desses problemas com as nossas aeronaves”.
Deputados da base aliada do governo acharam as explicações da área militar plausíveis e ressaltaram a importância das Forças Armadas para o país. O presidente da Comissão de Relações Exteriores, deputado Eduardo Bolsonaro, do PSL de São Paulo, acredita tanto na apuração detalhada do fato quanto na punição dos culpados.
“Tem determinados crimes que é impossível de prever, né? É uma conduta individual, desviante, que não faz jus à conduta dos demais militares das Forças Armadas. Pode ter certeza que esse fato aí vai ser punido exemplarmente e não vai terminar de manchar a farda das Forças Armadas”.
O prazo inicial do Inquérito Policial Militar, de 40 dias, pode ser prorrogado por mais 20. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal também acompanham as investigações.