14/05/2019 22:30 - Educação
Radioagência
Plenário convoca ministro da Educação para explicar cortes em verbas de universidades
Nesta terça-feira, as votações no plenário da Câmara começaram já com a decisão da maioria dos líderes partidários de não votar nenhuma das sete medidas provisórias à disposição. Em vez disso, os deputados votaram a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para explicar o bloqueio de quase 7 bilhões e meio de reais na área, diretamente no plenário. Formalmente, o pedido foi apresentado pelo deputado orlando Silva (PCdoB-SP):
"O ministro deve vir ao plenário para esclarecer, explicar ao povo brasileiro, através dos deputados, por que o corte de 30% nos orçamentos das universidades e dos institutos federais do Brasil."
Quase todos os partidos orientaram pela vinda obrigatória do ministro, inclusive os de centro, do bloco PP, MDB e PTB, o maior da Câmara, com 84 deputados, liderado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL)
"Esse tema ferve na sociedade. É preciso que ele seja esclarecido. E como o ministro já viria aqui amanhã a duas Comissões, se eu não me engano, nada obsta que ele venha a este plenário."
Os únicos contrários à convocação do ministro da Educação eram o partido Novo e o PSL, do deputado Carlos Jordy (PSL-RJ), vice-líder do governo. Para ele, a convocação tem o objetivo de desgastar o Governo.
"Se é para fazer uma convocação, então que se faça a todos os Ministros, porque isso é um decreto que determina o contingenciamento de todos os Ministérios, não somente o da Educação. Isso é um absurdo! Querem fazer este plenário, amanhã, pegar fogo, porque sabem que a claque deles de grevistas estará aqui."
Com a união dos partidos de centro e de esquerda, o resultado foi um placar de 307 votos pela convocação do ministro e 82 contra. A vinda do ministro nesta quarta-feira à tarde coincidirá com o dia em que diversas entidades da área prometem ir às ruas de todo o país protestar contra a redução de verbas para as instituições de ensino. A líder do Governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) disse que a convocação "não é agradável, mas faz parte do jogo democrático". Já o líder do Governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) disse que valoriza o parlamento:
"Será uma excelente oportunidade para que os Parlamentares conversem com o nosso Ministro. Ele já viria à Comissão de Educação e à Comissão de Trabalho. A vinda dele ao plenário vai ser mais uma demonstração de respeito ao Parlamento e uma oportunidade de prestação de contas à população brasileira."
Convocações de ministros de Estado para prestar esclarecimentos diretamente no plenário da Câmara não são muito comuns. A última foi em 2015, a do então ministro da educação, Cid Gomes, que acabou saindo do cargo logo em seguida.