11/04/2019 15:55 - Saúde
11/04/2019 15:55 - Saúde
O servidor público Paulo Estevanato Costa Santos, de Brasília, tem 48 anos de idade e há quase 18 convive com a fibromialgia, doença que provoca dor nos músculos e ossos, entre outros sintomas, como fadiga e distúrbios do sono.
Foi numa Semana Santa, em 2001, que tudo começou.
"Eu estava assistindo uma missa, foi até numa Semana Santa, e eu carregando meu filho pequeno, eu comecei a sentir um cansaço extremo, extremo, uma dor no corpo todo, nas costas, e um cansaço que eu acho que nunca tinha sentido na minha vida. E ele permaneceu por muitos dias, e era a sensação de que tinha feito uma corrida imensa, como se fosse uma dor muscular generalizada."
Paulo Estevanato ressalta a dificuldade de conseguir um diagnóstico, já que não existe exame específico para constatar a fibromialgia, e o preconceito que o paciente pode sofrer por causa disso.
"O que mais dói na fibromialgia é o fato de você não ter diagnóstico claro, e você ficar sendo taxado de preguiçoso, de fresco. Você faz os exames e não aparece nada, mas você sente a dor."
O que tem dado resultado, no caso de Paulo, é o tratamento combinado de remédios, psicoterapia e atividade física. Além, é claro, do aprendizado diário que é conviver com a doença.
Um projeto aprovado pela Câmara obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a oferecer tratamento para pessoas com síndrome de fibromialgia ou fadiga crônica. A proposta garante ao paciente atendimento multidisciplinar com médicos, psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas, além de assegurar o acesso a exames, assistência farmacêutica e outras terapias.
Segundo a autora da proposta, deputada Erika Kokay (PT-DF), é preciso sensibilidade com a doença.
"A fibromialgia não é visível, mas ela é absolutamente incapacitante e provoca um sofrimento imenso. Por isso, esse projeto prevê que nós tenhamos um atendimento multiprofissional, que nós tenhamos inclusive os espaços de escuta. Muitas vezes, as pessoas são questionadas se estão realmente sendo acometidas por uma doença que provoca uma profunda dor, que provoca uma condição de olhar para o dia a dia e não se sentir em condições de enfrentá-lo."
O projeto que obriga o tratamento multidisciplinar da fibromialgia pelo SUS pode seguir para o Senado, a não ser que haja recurso para análise pelo Plenário.
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