11/04/2019 15:20 - Trabalho
11/04/2019 15:20 - Trabalho
Nesta quinta-feira (11), deputadas e deputados de vários grupos da Câmara como a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Mulheres e a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, além de várias entidades da sociedade civil, lotaram um dos auditórios da Câmara e mais dois plenários para um ato contra a reforma da Previdência (PEC 6/19), principalmente em relação aos pontos relacionados a mudanças para as mulheres.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da Minoria, disse que são vários os direitos que estão sendo alterados:
"Hoje 47% das mulheres que estão no mercado de trabalho sequer têm carteira assinada e as que estão em ocupação não conseguem fazer a contribuição por isso. São trabalhos precarizados, de alta rotatividade. As mulheres rurais têm tempo de vida menor que as trabalhadoras urbanas e a reforma mandada por Bolsonaro eleva as mulheres para o mesmo tempo de trabalho dos homens em muitas categorias; e no geral das mulheres eleva a idade também e a carência de tempo de contribuição."
Várias categorias se revezaram no microfone como as trabalhadoras rurais, representadas por Mazé Morais:
"Se não barrarem essa proposta de retrocesso, nós paramos o Brasil. As mulheres pararão o Brasil. Então a Previdência é nossa, ninguém tira da roça. Resistência, mulherada!"
Muitas falaram da situação das professoras que tiveram o tempo de contribuição igualado ao dos homens em 30 anos com 60 anos de idade. Hoje elas precisam cumprir 25 anos sem idade mínima.
A deputada Bia Kicis (PSL-DF) disse que o ato não considera que a reforma manteve uma diferenciação entre homens e mulheres ao fixar idades mínimas de 65 e 62 anos para os trabalhadores em geral:
"Essa proposta, ela traz igualdade e nós mulheres não podemos querer igualdade só para aquilo que nos beneficia e quando se trata de uma igualdade real a gente reclamar e dizer que não, que aqui eu sou diferente. Mas, na verdade, nós já estamos tendo um tratamento melhor. Eu acho que ficou bom sim para as mulheres, não temos do que reclamar, não. Essa reclamação é daquelas pessoas que, na verdade, querem encontrar motivos para atrapalhar a aprovação desse projeto que vai, na verdade, salvar o Brasil."
A reforma da Previdência pode ser votada já na semana que vem na Comissão de Constituição e Justiça. Mas a comissão especial que será criada em seguida poderá propor alterações de mérito na reforma.
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