22/03/2019 20:01 - Política
Radioagência
Presidente da CCJ espera "melhora do cenário político" para indicar relator da reforma da Previdência
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, deputado Felipe Francischini, do PSL do Paraná, não indicou até o momento um deputado para relatar a Reforma da Previdência.
Segundo o deputado, a decisão de não escolher um relator foi motivada pela tensão das relações entre o Congresso e o Poder Executivo. Ele afirma que tem responsabilidade em relação aos membros da CCJ e a escolha do relator deverá ser feita em consenso entre a comissão, o presidente da Câmara dos Deputados e o governo federal.
Segundo o presidente da CCJ, para haver celeridade, é necessário que haja uma base de apoio ao governo organizada e coesa.
"Eu acredito que todos os atores desse processo, governo, Congresso, todos têm que ter a certeza de que têm que avocar certas responsabilidades. O que nós não podemos ficar nesse momento é com nenhum ruído e nenhum erro na tramitação, porque essa reforma não é uma reforma do governo Bolsonaro. É uma reforma de Estado, é uma reforma para o Brasil, que o presidente Bolsonaro teve coragem de apresentá-la. Então, é uma reforma que não pode perder-se no caminho em virtude de alguns erros pessoais"
Francischini acrescentou que conversou com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que concordou com sua avaliação.
A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, do PSL de São Paulo, assegurou que não houve rompimento entre a Câmara e o Executivo. Segundo a deputada, o presidente Rodrigo Maia apoia a reforma e o governo já está trabalhando para estabilizar a sua base e restabelecer o diálogo.
"O que a gente tem agora é realmente baixar os ânimos e conversar. O presidente Rodrigo Maia é um homem do diálogo, nossos ministros são homens do diálogo e o nosso presidente da República também é. Conversei também com o presidente da República e nós vamos realmente pavimentar, vamos passar por essa pedrinha que surgiu no meio do caminho e eu quero dizer, deixar claro, que é um aceno muito claro que nós precisamos de todo o apoio dentro desse Congresso Nacional, e o principal apoio é sem dúvida o do presidente Rodrigo Maia".
Joice Hasselmann acrescentou que serão ouvidos todos os partidos, inclusive a oposição, para garantir a aprovação da proposta que, segundo ela, é de interesse de todo o país.
Já na opinião do deputado Marcelo Freixo, do PSOL do Rio de Janeiro, a Reforma da Previdência irá servir apenas para ampliar as desigualdades sociais. Ele critica a falta de articulação do governo federal e o desrespeito ao Congresso.
"A gente tem uma crise social profunda no país, é um dos países mais desiguais do mundo, nono país mais desigual do mundo. Nós temos uma crise econômica evidente, um número enorme de desempregados, de trabalhos não regularizados; e nós temos uma crise familiar, um governo que não consegue separar o que é uma questão familiar do que é uma questão pública, o que vem piorando muito a situação republicana desse país.".
Não há previsão de quando será indicado o relator para a Reforma da Previdência. Segundo Francischini, o anúncio será feito assim que houver melhora no clima político e nas relações entre governo e parlamentares.