Radioagência

Milhares de pessoas vindas de todas as regiões do Brasil, que acompanharam a posse do presidente da República, Jair Bolsonaro, na Esplanada dos Ministérios, tiveram que passar por quatro barreiras, a partir da rodoviária de Brasília, para chegar o mais próximo possível do Congresso Nacional, ou na Praça dos Três Poderes, nesta terça, primeiro de janeiro. Pessoas de todas as idades vestidas de amarelo, com camisetas alusivas a Bolsonaro, muitas também com bandeiras do Brasil amarradas no pescoço, todas unidas na esperança de um Brasil melhor a partir de 2019, como Evania, da cidade de Paulo Afonso, no norte da Bahia, perto da divisa com Alagoas. Ela, o marido e o filho atravessaram dois dias de viagem, dentro de um carro:

"1.800 quilômetros, dois dias dirigindo."

"Qual a sua expectativa em relação à posse e ao governo?"

"A esperança. Fé. A gente tem fé que a partir de hoje será um Brasil melhor, será um Brasil para todos. E a gente crê nisso. Porque é como diz o slogan: " Brasil acima de tudo, Deus acima de todos."

Romeu Rafael veio de ônibus em uma caravana com 52 pessoas a partir de Iúna, cidade de 29 mil habitantes do sul do Espírito Santo. A expectativa de todos é por um maior combate à corrupção:

"A expectativa é fazer uma limpeza nesse Brasil porque realmente nós estamos precisando acabar com um bocado dessa corrupção. Acreditamos que o Bolsonaro vai dar uma luz pra nós. E Deus vai abençoar que ele vai fazer um bom governo pra gente seguir em frente e o melhor governo que vai ficar pra entrar na história desse Brasil. Se Deus nos abençoar."

É a mesma esperança do pedreiro aposentado Manuel Raimundo da Rocha, de Caracol, cidade de 10 mil e 500 habitante no sudoeste do Piauí:

"Eu espero que seja um bom governo, né? Não só pra mim, pra nós, pra todos."

Muitos, como o piauiense Manuel Raimundo, não conseguiram chegar à Praça dos Três Poderes, tampouco ao gramado mais próximo do Congresso Nacional, que tiveram entrada bloqueada devido à lotação pouco antes das três da tarde. Naquele momento, a aglomeração se deslocou para as laterais do Eixo Monumental para a passagem do cortejo do presidente Jair Bolsonaro, que acabava de sair da Catedral de Brasília no tradicional Rolls-Royce modelo Silver Wraith conversível da Presidência da República, com a esposa e o filho, Carlos Bolsonaro.

Bolsonaro havia deixado a Granja do Torto pouco depois das duas horas da tarde em direção à Esplanada dos Ministérios. Na Catedral de Brasília, Bolsonaro cumprimentou o pároco João Firmino. Logo depois, o Rolls-Royce percorreu parte da Esplanada até o Congresso Nacional. Às três horas da tarde, começou a sessão solene no Plenário da Câmara dos Deputados, onde Jair Bolsonaro e o vice-presidente, Hamilton Mourão, assinaram o termo de posse.