04/12/2018 19:21 - Educação
04/12/2018 19:21 - Educação
Uma audiência pública na Comissão de Educação da Câmara (4/12) debateu o corte de recursos para a pós-graduação no país. A principal agência de financiamento de bolsas de pesquisa - a Capes - vem perdendo recursos nos últimos anos. Em 2015, a Capes tinha orçamento de R$ 9,5 bilhões, mas recebeu no ano passado menos de R$ 5 bilhões. E o orçamento deste e do próximo ano estão congelados no mesmo valor.
A presidente da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação, Andréa Gouveia, disse que o corte compromete a qualidade da pesquisa brasileira.
"Isso fere de morte a possibilidade da manutenção da qualidade dos programas de pós-graduação. As bolsas são efetivamente bolsas de mestrandos e doutorandos. A qualidade da pesquisa exige dedicação - muitas vezes dedicação de tempo integral - e a impossibilidade de você ampliar o valor das bolsas unitárias, mas também o contingente de sujeitos que podem ter bolsas, isso compromete a qualidade o desenvolvimento da pesquisa."
Já a presidente da Associação Nacional dos Pós-graduandos, Flávia Calé, falou da fuga de cérebros do país.
"A consequência disso é você ter pós-graduandos desestimulados, a desistência da procura pela carreira científica, é você ter o aumento da depressão na pós-graduação, é você ter a fuga de cérebros, os graduandos pesquisadores pós-doc saindo do país para conseguir ter uma carreira científica. Então isso tudo é muito triste, porque você está vendo o futuro do Brasil sendo desperdiçado, né?"
O representante da Capes defendeu o governo, dizendo que, na proposta orçamentária para 2019, os recursos das bolsas foram mantidos. Mas, para os debatedores, o simples congelamento de recursos representa um corte. E, segundo o deputado Zeca Dirceu, do PT do Paraná, as consequências podem ser graves para o país.
"Desestrutura dentro das universidades uma série de estudos de pesquisas, de trabalho de extensão, que não estão conclusos, ainda estão em andamento. São praticamente as universidades, expedições de 1,2,3 anos, né, de um trabalho que vai acabar não sendo concluso se as bolsas foram interrompidas no ano que vem. Para a vida do aluno, muitas vezes, alguém que está buscando, não mestrado, doutorado, isso pode significar o fim."
Além de aumento no número de bolsas ofertadas, os pesquisadores defendem uma política de reajuste no valor pago aos estudantes, que está congelado desde 2013.
Use esse formulário para comunicar erros ou fazer sugestões sobre o novo portal da Câmara dos Deputados. Para qualquer outro assunto, utilize o Fale Conosco.
Sua mensagem foi enviada.