17/10/2017 16:17 - Transportes
Radioagência
Dnit apresenta medidas para melhorar uso do rio Paraguai no transporte de mercadorias e passageiros
O Dnit, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, apresentou à Câmara (nesta terça-feira, 17) medidas para melhorar o uso do rio Paraguai no transporte de mercadorias e também de passageiros. A Universidade Federal do Paraná realizou um estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA, Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental da Hidrovia do Rio Paraguai) da região. Apesar das boas condições de navegabilidade, o rio, que tem 1.270 quilômetros em território brasileiro, tem trechos que precisam de manutenção para garantir o uso seguro durante todo ano.
No Brasil, a hidrovia Paraguai liga as cidades de Cáceres, em Mato Grosso, a Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai. Um dos principais problemas enfrentados pelas embarcações são as vegetações aquáticas que se desenvolvem durante o período de seca e se desprendem durante as cheias, prejudicando o ritmo de navegação. Outro problema são a profundidade e a largura do rio em alguns trechos.
O superintendente do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná, Eduardo Ratton, explica que o custo de transporte hidroviário equivale a 25% do custo do transporte rodoviário. Ele dá um exemplo. O Mato Grosso produz 30 milhões de toneladas de soja por ano para exportação. Se 5 milhões de toneladas fossem transportadas pela hidrovia daria uma economia anual de 1 bilhão e 200 milhões de reais.
"O benefício que isso trará aos produtores. Ou seja, aquele que hoje leva de caminhão a sua produção até Santos, Paranaguá, 1.800 quilômetros por rodovia e que poderia utilizar a hidrovia com uma vantagem econômica bastante grande. Então o foco, o benefício é para o produtor. E o governo federal tem que garantir a manutenção da hidrovia para que isso se dê de forma a propiciar uma navegação segura."
A economia trazida pela viabilidade da hidrovia Paraguai entusiasmou a deputada Christiane de Souza Yared, do PR do Paraná, uma das requerentes da audiência pública.
"Isso é fantástico. O custo disso para o País é maravilhoso. Todos ganham. A importância de estarmos sempre discutindo e trazendo essas questões à Câmara Federal, à Casa do Povo, é exatamente para que os deputados abracem essas causas."
As obras de dragagem no rio Paraguai são fundamentais para o melhor escoamento da produção de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O diretor de infraestrutura aquaviária do DNIT, Erick Moura de Medeiros, acrescenta que também cabe ao parlamento do Mercosul articular para que os outros países por onde passa o rio façam a sua parte para otimizar o uso dos 2.200 quilômetros da hidrovia fora do Brasil.
"A gente vai ampliar as oportunidades de terminais para navegação naquela região do Rio Paraguai, no tramo norte e no tramo sul. Possibilitar que os países do Mercosul participantes que são banhados pelo rio Paraguai possam se beneficiar de seus benefícios, que estamos estudando no trecho nacional. O primeiro passo é o Passo do Jacaré, que já vai tirar um grande estrangulamento no rio Paraguai."
O Passo do Jacaré fica na região de Corumbá e é um dos 21 trechos críticos do rio Paraguai que necessitam de dragagem. Para fazer a dragagem do rio, são necessários 10 milhões de reais anuais, o mesmo custo para implantar 3 quilômetros de rodovias.