16/08/2017 21:14 - Saúde
16/08/2017 21:14 - Saúde
Estima-se que 20 milhões de brasileiros tenham algum problema auditivo, deste total mais de dois milhões de pessoas têm deficiência severa. Para estes, o SUS disponibiliza aparelhos auditivos, mas a fila de espera chega a três anos.
Três em cada mil crianças nascidas vivas apresentam perdas auditivas, entre os idosos a proporção é de um a cada três.
Em crianças a deficiência auditiva atrapalha o desenvolvimento cognitivo e motor, em idosos causa o isolamento e a depressão e em adultos dificulta o ingresso no mercado de trabalho.
Para debater a saúde auditiva no Brasil, as Comissões de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e de Seguridade Social e Família realizaram audiência pública na Câmara.
A representante do Ministério da Saúde, Odília de Sousa, reconhece que os recursos são insuficientes principalmente porque a demanda é cada vez maior com o envelhecimento da população.
"O gestor repassa o recurso para os serviços, mas nunca é suficiente para que seja feito todo esse atendimento."
O representante da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, Fayez Bahmad Júnior, afirmou que diante da impossibilidade de se atender a todas as pessoas com deficiência auditiva, a prioridade do SUS deve ser o diagnóstico precoce que permite que em crianças haja um desenvolvimento normal.
"Porque a partir do diagnóstico precoce, os nossos bebês teriam direito à reabilitação auditiva precoce, que no caso dos bebês é fundamental porque o nosso cérebro precisa disso: de um diagnóstico precoce e de uma reabilitação precoce."
Atualmente o teste da orelhinha como ficou conhecida a triagem auditiva neonatal só é realizado em 30% dos recém nascidos.
A deputada Carmen Zanotto, do PPS de Santa Catarina, reconhece que já houve avanços, mas afirmou que é preciso garantir mais recursos porque somente em seu estado existem 7.500 pessoas à espera de um aparelho auditivo.
"Avançamos? Avançamos sim, mas precisamos encurtar essa distância que existe entre o tempo do diagnóstico que já é muito longo e o acesso aos equipamentos."
A perda auditiva é mais comum em pessoas acima de 60 anos, mas pode acometer pessoas mais novas principalmente pela exposição constante a lugares barulhentos ou a uso de fones de ouvido por períodos longos e em volume alto.
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