10/08/2017 18:56 - Economia
Radioagência
Debatedores defendem estratégias para fomentar economia criativa
A Comissão de Cultura da Câmara realizou seminário (nesta quinta-feira) para discutir estratégias para fomentar a economia criativa.
Apesar de pouco conhecida, a economia criativa representa quase 3% do PIB deve ter um crescimento de 4,6% ao ano até 2021, sendo responsável por 850 mil empregos diretos.
Mas o que é economia criativa? São atividades nas quais a criatividade e o capital intelectual são a matéria-prima para a criação, produção e distribuição de bens e serviços.
Para o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, num momento em que a indústria se automatiza e demite pessoas, a economia criativa absorve muita mão-de-obra, podendo ser um caminho para que o Brasil enfrente a crise econômica. Sérgio Leitão também destacou a importância social das atividades criativas.
"Temos uma questão seríssima a enfrentar no Brasil que é a questão da nossa juventude. Hoje nós temos um quarto dos jovens brasileiros que já saíram de escola e não trabalham. Não encontram uma colocação profissional. Eu penso que as atividades culturais e criativas por tratarem de questões lúdicas, de criação, muitas vezes de imaginação, de fantasia por dizerem respeito a expressões artísticas e culturais, elas têm um poder de atração muito grande sobre os jovens, e podem constituir alternativas profissionais para esses nossos jovens."
Para a representante do Sebrae, Ana Clévia Lima, é preciso fomentar o crescimento da economia criativa e para isso já existem instituições que apoiam novas empresas, as startups.
"O Brasil precisa se reinventar e a gente não pode em relação à economia criativa agir como agimos em relação a outras atividades econômicas que o país teve uma imensa oportunidade de se posicionar no mercado não só nacional, como internacional e perdeu essas oportunidades."
O representante da Escola Perestroika, Dario Joffily, destacou a criatividade dos brasileiros como algo que já está movimentando a economia.
"Nós temos muito empreendimentos, muita coisa acontecendo, muitos modelos de negócio sendo criados, gerando inovação e tendo relevância tanto no Brasil quanto fora daqui."
O presidente da Comissão de Cultura, deputado Thiago Peixoto, do PSD de Goiás, defendeu a adoção de políticas públicas para fomentar a economia.
"Outros países encaram isso de uma forma mais profissional mais estratégica e conseguiram avançar muito mais. Eu acho que o Brasil nesse momento de crise tem que ser criativo, tem que ser inovador e tem que ter uma estratégia nacional de economia criativa para potencializar algo em que nós já somos bons, mas podemos ser ainda melhores."
Segundo o representante do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Frederico Barbosa, é preciso definir quais atividades pertencem à economia criativa para que o governo possa implementar políticas adequadas para o fomento de cada uma delas.