24/01/2017 16:36 - Educação
Radioagência
Proposta assegura cursos para idosos em instituições de ensino superior
Que tal voltar para a universidade depois dos 60 anos? Muita gente está fazendo essa opção, seja para aproveitar a aposentadoria estudando ou para continuar crescendo no mercado de trabalho, diante de uma expectativa de vida cada vez maior. A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa aprovou um projeto de lei (nº 6350/2013), vindo do Senado, que obriga as instituições de educação superior a oferecerem cursos e programas de extensão às pessoas idosas, seja de maneira presencial ou a distância, e com atividades formais e informais. O projeto inclui a regra no Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), e ainda determina que o Poder Público deverá editar livros e periódicos que facilitem a leitura para quem tem a capacidade visual reduzida.
A relatora da matéria na Comissão do Idoso foi a deputada Leandre, do PV do Paraná. Ela fez uma emenda para substituir o termo "educação permanente" para "a educação ao longo da vida", e ressalta que o ensino é um poderoso instrumento de inclusão social.
"Vai ajudar muito, principalmente para que a gente possa acabar com a discriminação, criar um empoderamento para pessoas idosas, deixá-las informadas e ativas principalmente, que elas possam continuar sua vida de forma ativa. Por que a educação, além de conhecimento, ela traz cultura, ela traz autoestima, ela traz um empoderamento. Eu acredito que o projeto contribui muito para isso."
O presidente da Associação Brasileira de Educação, Paulo Alcântara Gomes, explica que a procura de cursos por idosos é crescente, e que várias universidades públicas e privadas já têm iniciativas voltadas para o segmento. Ele acredita que o incentivo é bem-vindo, mas não pode se limitar apenas à criação de cursos exclusivos.
"O ideal é que seja um curso em que pessoas da terceira idade estejam ao lado de pessoas mais jovens, para você criar uma estrutura de convivência, que é fundamental no ambiente universitário. Alguns programas específicos, exclusivos para pessoas da terceira idade, e outros programas em que elas estejam ao lado de pessoas mais jovens. Cada vez mais você tem as pessoas passando por esses programas, inclusive com maior ênfase nos programas de extensão da área cultural."
Eudalto Diógenes voltou para a universidade quando o filho caçula já está prestes a se formar. E está muito satisfeito com a forma que a universidade e os colegas o receberam. Ele queria se livrar da frustração de não ter estudado quando jovem, por falta de oportunidades, e acredita que agora pode ser um exemplo para quem tem oportunidade e não percebe a importância.
"De repente a gente serve até de motivação para muitas pessoas, jovens, que estavam parados, e vendo eu estudar voltaram a estudar. É um negócio assim até gratificante para a gente, né?"
Projeto que tramitava conjuntamente garantindo cotas nas universidades para maiores de 50 anos foi rejeitado. Antes da proposta ser aprovada na Comissão do Idoso, já havia sido aprovada também na Comissão de Seguridade Social e Família. Mas ainda precisa passar pelas comissões de Educação e de Constituição e Justiça. Se o texto final não tiver modificações em relação ao texto do Senado, o projeto seguirá para sanção presidencial.