13/12/2016 16:34 - Educação
13/12/2016 16:34 - Educação
Um debate realizado na Câmara dos Deputados (nesta terça-feira, 13) chegou à conclusão de que o Brasil precisa investir mais em educação voltada para as pessoas com autismo de todas as idades, a fim de que elas sejam incluídas no mercado de trabalho. Parlamentares e representantes de movimentos de defesa dos autistas afirmaram que, hoje, os adultos com o transtorno sofrem com a negligência do Estado.
Para discutir o assunto, a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que promoveu o debate, poderá criar no próximo ano uma subcomissão específica. Esse grupo se encarregaria de discutir o cumprimento da Lei Berenice Piana (nº 12.764/12), que trata da proteção dos autistas, da escola em tempo integral para essas pessoas e de sua inclusão no mercado de trabalho.
Foi o que informou a deputada Carmen Zanotto, do PPS de Santa Catarina, uma das parlamentares que sugeriram a audiência.
"É uma proposta que está saindo dessa audiência pública, porque as comissões permanentes podem criar subcomissões. O entendimento da audiência pública de hoje mais uma vez nos mostra o quanto a gente precisa avançar no tema do autismo."
A principal reclamação dos debatedores disse respeito à dificuldade de inclusão no mercado de trabalho. Claudia Moraes, do Movimento Orgulho Autista Brasil, lembrou que os atuais adultos autistas muitas vezes foram recusados na escola, porque não havia leis inclusivas.
"Meu filho, por exemplo, passou por várias escolas que o recusaram por causa do autismo. Aí, foram para as escolas especializadas. Tiveram atendimento, mas não tiveram formação para o trabalho."
O cartunista autista Rodrigo Tramonte é um exemplo de quem enfrentou dificuldade para se firmar profissionalmente.
"As principais dificuldades são de interação social, comunicação, ele conseguir expressar o que está sentindo, pedir aquilo que ele quer de uma forma que as pessoas entendam com clareza."
Segundo Tramonte, a pessoa com autismo precisa de oportunidades e de ser compreendida em seu jeito de ser. Por isso é que participantes do debate defenderam uma educação especial voltada para autistas, como nas clínicas-escolas que já existem pelo Brasil, como em Itaboraí, no Rio de Janeiro. Nesses locais, o autista recebe o atendimento de uma equipe multidisciplinar, voltado para a saúde e para a educação.
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