06/12/2016 12:36 - Educação
Radioagência
Educadores defendem melhorias para tornar carreira de professor mais atrativa
Alternativas para melhorar a formação de professores e tornar a carreira mais atrativa foram discutidas em seminário internacional sobre o tema promovido pela Comissão de Educação da Câmara. O presidente da Frente Parlamentar da Educação, o deputado Alex Canziani, do PTB do Paraná, lamentou os resultados deste ano do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que mostram uma queda de pontuação nas três áreas avaliadas: ciências, leitura e matemática. O Brasil também caiu no ranking mundial e ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática. A prova é coordenada pela OCDE e foi aplicada em 70 países.
Para Canziani, os resultados mostram a necessidade de mudanças.
"Não há como se falar na melhoria da educação brasileira se nós não tivermos foco muito claro na formação de professores. Quando a gente pega o curso de pedagogia, que está entre os menos concorridos, sem dúvida alguma uma das questões fundamentais é a baixa atratividade da carreira e o salário tem um papel importante. Nós temos que ter um olhar muito atento para a questão de que professores estamos formando, que tipo de profissional nós devemos ter para que vençam os desafios do século XXI."
Secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Rossieli Soares da Silva afirmou que o MEC está atento às universidades particulares, responsáveis pela formação de mais de 80% dos professores do país.
"Ela precisa trazer um equilíbrio, uma resposta mais clara àquilo que precisa ser trabalhado na sala de aula. Há, muitas vezes, uma distância muito grande entre o que o professor aprende lá na universidade e o que ele vai realmente poder usar dentro da sala de aula. A gente precisa trazer a prática para dentro da sala de aula, que isso seja um norte para o futuro".
Presidente do Conselho Nacional de Educação, Eduardo Deschamps, sugere mudanças para atrair os jovens para a carreira docente.
"Criar uma espécie de carreira inicial, fazer essa atratividade já no nível médio, fazer com que o estudante se sinta interessado em seguir por essa carreira. A gente tem entrada forte nos cursos de formação de docentes no nível superior, mas uma evasão brutal depois desse período. Não dá mais para imaginar que um simples concurso de ingresso na carreira ou no quadro docente das secretarias estaduais e municipais é suficiente para a gente poder suprir. Nós vamos ter que criar mecanismos novos exclusivos eventualmente, inclusive, para a questão da educação."
Presidente-Executiva do Movimento "Todos pela Educação", Priscila Cruz sugeriu que a reforma do ensino médio inclua, entre as áreas temáticas que serão oferecidas aos estudantes, a formação em educação para antecipar a formação dos professores. Ela destacou também que faltam especialistas em didática no Brasil e pediu mais incentivo à pesquisa nessa área com ênfase na didática específica para alfabetização.