19/10/2016 19:00 - Educação
19/10/2016 19:00 - Educação
O senador Pedro Chaves (PSC-MS), escolhido relator da medida provisória que trata da reforma do ensino médio (MP 746/2016), disse que vai realizar diversas audiências públicas com todos os interessados no tema, inclusive os estudantes, antes de definir o seu parecer. Hoje, várias escolas públicas de ensino médio vêm sendo ocupadas por estudantes contrários às mudanças.
De qualquer forma, o senador se mostrou favorável a uma reforma que aumente a motivação dos alunos para o estudo, dando a eles a oportunidade de escolher as áreas de sua preferência.
"Já nos países de primeiro mundo acontece essa flexibilidade. Você observa que tem um núcleo base e, a partir disso, ele tem opções. O que não pode é engessar o ensino, como vem acontecendo, e os resultados nossos são desastrosos."
Nesta quarta-feira, foi eleito o deputado Izalci (PSDB-DF) como presidente da comissão especial que vai analisar a MP e ele afirmou que acredita em um grande entendimento entre os integrantes. Ele lembrou que a Câmara discutiu por quatro anos a reforma do ensino médio e já tinha aprovado um texto em comissão especial (PL 6840/13) por unanimidade.
A reforma proposta pelo governo propõe que português, matemática e inglês sejam oferecidos obrigatoriamente nos três anos de ensino. As outras disciplinas seriam reunidas em cinco áreas que poderiam ser seguidas pelos alunos, conforme as suas escolhas. As áreas são linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. As disciplinas ainda serão debatidas na definição da Base Nacional Comum Curricular. Hoje, existem 13 disciplinas obrigatórias.
Também é proposto o aumento gradual da carga horária de 800 para 1.400 horas anuais, tornando o ensino integral. Além disso, profissionais com "notório saber"; ou seja, sem formação específica; poderiam dar aulas.
Deputados da oposição, como Reginaldo Lopes (PT-MG), disseram estranhar a proposta de educação integral junto com a proposta de emenda à Constituição (PEC 241/16) que limita os gastos públicos por 20 anos, já que o aumento da carga vai exigir mais dinheiro. Lopes também criticou a pequena grade de matérias obrigatórias que foi proposta.
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