04/10/2016 14:56 - Direitos Humanos
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O transtorno do espectro autista foi discutido em audiência pública na Comissão de Educação. Segundo a psicopedagoga Luciana Brites, quanto mais cedo a detecção do autismo, mais eficazes serão as intervenções. Quanto mais tarde, mais o cérebro vai demorar a responder, podendo a criança ter o futuro escolar, social e familiar prejudicado.
Luciana Brites defendeu que o poder público invista em políticas de capacitação de profissionais que lidam com crianças, como o médico, o enfermeiro, o professor e até outros funcionários da escola.
"Todas as pessoas que têm acesso a essa criança no processo de desenvolvimento, elas devem estar treinadas com conhecimentos simples, do tipo: essa criança está falando, a hora de falar, ela consegue ter a atenção compartilhada e olhar? São coisas que são muito simples de fazer."
O transtorno do espectro autista é um transtorno de desenvolvimento. A pessoa, já nos primeiros anos de vida, apresenta problemas de interação social e de comunicação, além de comportamentos repetitivos. Estima-se que uma em cada 68 crianças nasça com autismo.
Diagnosticada aos sete anos, a estudante de artes plásticas Amanda Paschoal, agora com 25, define o transtorno como uma "neurodiversidade".
"O autismo é uma neurodiversidade. Assim como existem diferentes cores de pele e diferentes alturas, existem diferentes tipos de cérebro. O autismo é um desses tipos diferentes."
Amanda defendeu uma conscientização de aceitação do autismo e de valorização de qualidades. Mas a inclusão desse indivíduo com diferença ainda carece de humanização no Brasil, na visão do professor Casemiro Mota, do Instituto Federal Catarinense, onde uma nova abordagem inclusiva está surgindo.
"O novo modelo de inclusão é que nós enxerguemos primeiro o humano, independentemente da condição de ensino e aprendizagem que ele tenha. O objetivo não é ensinar a ler e a escrever, mas ensinar a conviver, a se estruturar dentro de um convívio."
É esse tipo de inclusão, segundo Mota, que permitirá a um estudante com autismo chegar a uma universidade e apresentar suas habilidades para descobrir que cursos pode frequentar.
O deputado Arnaldo Faria de Sá, do PTB de São Paulo, que sugeriu o debate, disse que os pontos discutidos servirão de base para a comissão encaminhar novas abordagens do transtorno. No Brasil, a Lei Berenice Piana (nº 12.764/2012), que trata dos direitos da pessoa com autismo, tem o diagnóstico precoce do autismo entre suas diretrizes.
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