03/08/2016 13:28 - Economia
Radioagência
Empresários japoneses defendem reformas tributária e trabalhista no país
Empresários japoneses defendem reformas tributária e trabalhista para reduzir custo Brasil. Eles participaram de debate na Comissão de Desenvolvimento Econômico (Indústria, Comércio e Serviços) da Câmara (nesta quarta-feira, 3).
Aiichiro Matsunaga, presidente da Mitsubishi do Brasil, considera a redução do custo Brasil condição imprescindível para manutenção dos investimentos no país e da competitividade das empresas japonesas instaladas aqui. Ele defendeu reformas no sistema tributário, principalmente na cobrança do ICMS. Na área trabalhista, ele defendeu flexibilidade ao sistema imposto na CLT e afirmou que a correção obrigatória do salário mínimo afeta o fluxo de caixa das empresas e compromete a competitividade da indústria brasileira. Ele alerta também sobre as demissões necessárias para reduzir o custo de mão de obra das empresas, principalmente dos empregados que atingem nível salarial mais alto com o tempo de serviço.
Segundo o presidente da Câmara de Comércio Brasil Japão, Toshifumi Murata, em meados dos anos 90, os investimentos das empresas japonesas no país se limitavam a centenas de milhares de dólares por ano. A crise econômica nos países asiáticos em 2008 forçou um salto dos investimentos para 4 milhões de dólares em 2009, 1,7 bilhão de dólares em 2010 e 2,5 bilhões de dólares em 2011, devido principalmente à adoção do sistema japonês de televisão digital pelo Brasil. Atualmente, 230 empresas japonesas são associadas à Câmara de Comércio Brasil Japão. Murata destacou ainda os planos e desafios para os próximos anos.
"Apesar de o governo interino Temer mostrar grande confiança ao mercado, a nós parece que levará um considerável tempo para que o Brasil possa sair dessa crise, mas com a esperança de uma reforma estrutural no país, as empresas japonesas continuam possuindo forte interesse em investir no Brasil. Se o ambiente de negócios for se tornando mais favorável, todos concordariam que os investimentos diretos aumentariam ainda mais. Acreditamos que parte dessa mudança pode ser a assinatura do acordo de parceria econômica - APE Brasil Japão."
Autor do requerimento para o debate, o deputado Luiz Nishimori, do PR do Paraná, comemorou os planos de investimentos e projetos dos empresários japoneses no Brasil.
"Hoje, o Brasil conta com aproximadamente 1,5 milhão de nipo-brasileiros que contribuem ativamente com o progresso e o desenvolvimento do Brasil. Essa é uma parceria que trouxe benefícios para ambas as partes com vários projetos, como o Prodecer, Usiminas e outros, como também muitos investimentos. Hoje, existem no Brasil aproximadamente 700 empresas japonesas."
Brasil e Japão também estão unidos no esporte. Em 2020, Tóquio sediará os jogos olímpicos e o representante da embaixada do Japão no Brasil, Yoshitaka Hoshino, afirmou que as autoridades japonesas estão atentas aos jogos do Rio 2016. Ele destacou ainda a importância de Zico, maior ícone do futebol no Japão, e o sucesso do judô no Brasil, hoje o país com maior número de praticantes, 2 milhões de atletas, 4 vezes mais do que o Japão, onde surgiu o esporte.