Radioagência

Desafios para reduzir os acidentes e as mortes no trânsito brasileiro foram listados (nesta quinta-feira, 12) em seminário na Câmara dos Deputados sobre o assunto. Fiscalização, infraestrutura, segurança veicular, saúde e educação foram os pontos abordados por parlamentares e especialistas no encontro promovido pela Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro e pela Comissão de Viação e Transportes, com o apoio do Observatório Nacional de Segurança Viária e da Associação Nacional dos Detrans.

A partir de agora, grupos de trabalho formados por representantes de diferentes entidades ligadas ao trânsito vão estudar cada um dos pontos, priorizados pelas Nações Unidas, com a tarefa de apresentar propostas em um novo encontro em setembro - durante a Semana Nacional do Trânsito.

Os participantes do encontro reconheceram deficiências a serem enfrentadas. Uma delas diz respeito aos bancos de dados relativos a acidentes de trânsito.

O presidente da Frente em Defesa do Trânsito Seguro, deputado Hugo Leal, do PSB do Rio de Janeiro, demonstrou preocupação com a qualidade das informações. O Sistema Único de Saúde registrou, em 2014, 43 mil mortes no trânsito, o que gera dúvidas no parlamentar.

"Não é um dado fechado, porque é somente do ponto de vista da linha da saúde. Nós temos que investigar onde acontecem os acidentes, por que acontecem e responsabilizar. Porque se diz que 90% dos acidentes são culpa dos motoristas, mas e se a via estiver mal sinalizada?"

Os custos hospitalares são outro ponto de dificuldade, na avaliação do médico Gustavo Fraga, da Sociedade Brasileira de Atendimento Integral ao Traumatizado (Sbait). O Brasil, disse, não conta com uma política permanente de investimento para as vítimas do trânsito. São pessoas que exigem cuidados especializados de médicos e outros profissionais, como fisioterapeutas.

Fraga lembrou que os recursos do DPVAT, o seguro que cobre esses casos, são muitas vezes desviados.

Mas, para Carlos Guerra, diretor de relações institucionais, da Seguradora Líder, que administra o DPVAT, a solução para os problemas de trânsito passa por duas iniciativas:

"Uma que é a fiscalização efetiva, quer dizer, punindo aqueles que estão realmente transgredindo as regras. A outra é educação no trânsito. E educação não só na hora da formação do condutor, mas desde os bancos escolares."

O seminário "Urbanidade - Ações Coordenadas e Integradas" fez parte das programações do movimento Maio Amarelo, que tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito no mundo.