19/11/2015 16:41 - Direitos Humanos
19/11/2015 16:41 - Direitos Humanos
A ocupação de postos importantes no governo, na economia, nas artes e na vida social brasileira por pessoas negras foi o mote da sessão solene que lembrou nesta quinta-feira (19), na Câmara, o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Parlamentares e pessoas ligadas ao movimento negro lamentaram o fato de o racismo ainda existir no Brasil.
Presente à homenagem, a ministra Nilma Lino, do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, destacou que o negro e a negra devem estar em todos os lugares da sociedade, como prega a campanha "Novembro pela Igualdade Racial", lançada pelo governo federal em comemoração ao mês da consciência negra.
"Nós, negros e negras, temos o direito de ocupar todo e qualquer lugar na nossa sociedade e não aquilo que comumente se pensa, dentro de um imaginário racista, de que existem alguns lugares específicos para essa população."
Essa visão é corroborada por quem vem de fora, como a consulesa da embaixada da França no Brasil, Alexandra Loras. Ela afirmou que o Brasil é um dos países mais racistas do mundo e questionou onde estão os negros. Na televisão, disse, a negra é a faxineira e o negro, o traficante de drogas.
Negra, a própria Loras se depara constantemente com o racismo velado brasileiro. Todos os dias, precisa responder a brasileiros que sim, é francesa.
O pedido do procurador Wilson Prudente, do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro, é para que o governo ou o Congresso Nacional trabalhem em um decreto reconhecendo que o Estado brasileiro praticou o crime de escravidão e pedindo desculpas.
Também a deputada Tia Eron, do PRB da Bahia, que sugeriu a sessão solene, acredita que o Congresso não pode pensar que a pauta se esgotou depois do Estatuto da Igualdade Racial.
"Muito pelo contrário. Nós temos aí vários artistas, celebridades... O crime de racismo, quando cometido com essas figuras públicas, a gente vê que há um apelo muito grande. Mas eu quero chamar a atenção que esse é o dia a dia dos nossos cidadãos, que passam e que enfrentam e que tem um perfil suspeito estabelecido, inclusive, pela nossa segurança pública."
Já o deputado Damião Feliciano, do PDT da Paraíba, defendeu a indicação de negros para os ministérios do Planejamento, da Educação e da Saúde, para que as ações do governo cheguem de fato à população negra.
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