10/11/2015 16:57 - Consumidor
Radioagência
Nova frente vai atuar em defesa da redução da conta de luz
Nova frente vai atuar em defesa da redução da conta de luz. Grupo parlamentar criado nesta terça-feira promete trabalhar por um setor elétrico mais seguro, a fim de garantir investimentos e o barateamento das tarifas.
Uma nova frente parlamentar lançada nesta terça-feira (10), na Câmara dos Deputados, terá o objetivo de discutir formas de reduzir o preço da energia elétrica no Brasil. A ideia dos parlamentares é discutir propostas, como a portabilidade da conta de luz e a microgeração de energia, e debater com os diversos setores envolvidos no tema, como governo, concessionárias e consumidores.
Presidente da frente, o deputado Fabio Garcia, do PSB de Mato Grosso, afirmou que os reajustes maiores de 50% na conta de luz, no último ano, são resultado de políticas equivocadas, como a redução da tarifa de energia em até 20% há três anos.
"Reduziu-se 18% dois anos antes da eleição, e a conta chega cobrando 40%, 50% no consumidor agora, após a eleição. Nós vamos reduzir isso com medidas responsáveis, deixando que o mercado possa trabalhar, que o mercado possa se regular, mas com eficiência."
Deputados, representantes do setor industrial e dos consumidores e ainda do governo apontaram caminhos para levar à redução pretendida na conta de luz. O primeiro deles é aumentar a transparência do setor elétrico, facilitando a comunicação.
Marcos Franco Moreira, diretor de gestão do setor elétrico do Ministério de Minas e Energia, admitiu que os preços das tarifas de energia elétrica estão altos, mas ponderou que o setor caminha em meio a riscos, como longos períodos de estiagem que afetam a produção das hidrelétricas.
"O País historicamente sempre produziu energia na base de água. Água está difícil, na nossa região aqui está difícil. E é nessa região, no Centro-Oeste e no Sudeste, que está a maior energia armazenada do País. Então, se a energia armazenada tem dificuldade de ser armazenada, a gente sofre na tarifa porque 50% da tarifa é devido a compra de energia do gerador."
Um dos fatores apontados por Moreira como encarecedor da tarifa são os subsídios concedidos a consumidores específicos, como o desconto de 73% incidente sobre a irrigação. Quem paga são os consumidores. Os participantes do lançamento concordaram, então, que é preciso rever os subsídios.
A modicidade tarifária também só será obtida quando houver um ambiente seguro para investimentos. Na opinião de Gustavo Checcucci, da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia, a Câmara dos Deputados tem muito trabalho pela frente. Ele recomendou que os parlamentares estudem formas de garantir a igualdade entre o mercado regulado e o livre, entre outras medidas.