Radioagência

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias realizou um debate na Câmara sobre os princípios e objetivos da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil. A frente foi empossada em fevereiro de 2015 pelo Conselho Federal da OAB Nacional e trabalha em 12 estados brasileiros com a finalidade de resgatar a história da construção da sociedade brasileira para que se esclareçam as necessidades de políticas públicas reparadoras para a população negra.

Requerente da audiência pública, a deputada Rosângela Gomes (PRB/RJ) ressaltou a importância de que se mantenham em discussão os assuntos referentes à população afrodescendente brasileira.

"Nós temos que discutir esta questão da reparação porque nós ainda hoje somos o maior número da população carcerária, da população que sofre o homicídio, somos o maior número da população que está nas fileiras do racismo, do desemprego, do analfabetismo, nas ruas, nas drogas, então qualquer mecanismo de inclusão ou de reparação que nós pudermos usar, nós estaremos fazendo."

O presidente da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, advogado Humberto Adami, ressalta que o período escravocrata se reflete até hoje na sociedade e que esse resgate da história se mostra necessário para que atitudes racistas sejam enfrentadas e as devidas políticas públicas, estabelecidas.

"Existe um segmento da população brasileira que não consegue entender porque é preciso fazer ação afirmativa para pretos e pardos e indígenas. Nós vamos ajudar eles entenderem porque é que é preciso ter ação afirmativa. E vamos fazer isso como? Trazendo os fatos da história da escravidão negra que foram apagados da história do Brasil"

O primeiro relatório parcial da Comissão da Verdade será apresentado em novembro e o texto final, que será administrado pela próxima gestão da comissão, está previsto para o fim de 2016.