Radioagência

Participantes de audiência pública da Comissão de Esportes afirmaram nesta terça-feira (28) que o Brasil está preparado para combater os casos de doping nos jogos olímpicos e paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. De acordo com o coordenador do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Francisco Radler de Aquino Neto, a sofisticação dos fraudadores de sistemas antidopagens exigiu uma evolução tecnológica, que só foi possível com investimentos do governo federal.

"O desafio é enorme, há um problema logístico a ser considerado, mas pelo menos o início da estrada já foi alcançado. Temos a possibilidade da reacreditação agora pela agência mundial antidopagem, é preciso esperar o dia 13 de maio a decisão final deles, e, em tendo a reacreditação, temos o caminho pavimentado para preparação dos jogos. A ideia é isso: que ele volte com toda competência que teve no passado e perdeu por falta de condições e volte a ser o laboratório de controle de dopagem para todo o esporte nacional. O laboratório já tinha 25 anos de existência na universidade, e agora com apoio do governo federal e todas as condições, espera-se que mais 25 anos a gente tenha pela frente".

O secretário Nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) do Ministério do Esporte, Marco Aurélio Klein, disse que há um plano estratégico para que o combate ao doping não seja restrito aos jogos olímpicos e paralímpicos.

"Com a criação da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, o trabalho de preparação, formação de pessoal, qualificação, requalificação e trabalho de inteligência, nós temos o desafio de não ter nenhum caso de dopagem na delegação brasileira. O trabalho começa antes. Já temos um trabalho para 2015, na fase pré-jogos, inclusive para os eventos testes, o desenvolvimento do nosso laboratório. Esse é um processo que está sendo feito para a vida e para a qualidade do esporte brasileiro. Temos que olhar pra frente e colocar o Brasil no patamar das outras nações em que a luta contra a dopagem faça parte da vida do atleta."

O deputado Arnaldo Jordy, do PPS paraense, que propôs o debate, afirmou que o controle antidoping deve ser fortalecido: "Isso torna a prática do esporte algo artificial e isso precisa ser combatido, em alguns países como na Alemanha já está começando a ser considerado crime previsto no ordenamento penal do País. A ciência, o conhecimento humano já provou que isso produz efeitos deletérios à saúde pública, à saúde do ser humano".

Arnaldo Jordy ressaltou ainda que os casos de doping nos esportes brasileiros têm chamado a atenção do público e decepcionado fãs, pois muitos atletas querem conquistar a vitória a qualquer preço.