18/03/2014 20:11 - Esportes
Radioagência
Deputados verificam andamento de obras e gastos com a Copa 2014
Comissão do Esporte da Câmara inicia por Manaus a atualização do cronograma de obras e gastos da Copa. Os deputados ouviram, nesta terça-feira, o coordenador-geral da unidade gestora do Projeto Copa no Amazonas, Miguel Capobiango Neto. Quanto à infraestrutura urbana, ele destacou os investimentos na recuperação dos principais corredores viários e na revitalização dos pontos turísticos de Manaus. O aeroporto, com capacidade ampliada de passageiros, deve ficar totalmente pronto até o fim de abril, inclusive com previsão de receber sua primeira conexão com a Europa, via Lisboa. Capobiango também informou que a Arena da Amazônia, inaugurada no início do mês, teve custo total de R$ 594 milhões, quase R$ 100 milhões a mais do que o valor previsto inicialmente. O estádio tem capacidade para pouco mais de 40 mil torcedores e receberá jogos importantes da Copa, como Inglaterra e Itália. No entanto, Capobiango admitiu que, diante do pequeno público do campeonato amazonense de futebol, o governo estadual ainda não sabe o destino que dará ao estádio após o mundial. Ele calcula que o custo mensal de operação da Arena Amazonas ficará em torno de R$ 500 mil.
"A ideia é que ele tenha a sua operação terceirizada ou ter atividades que possam remunerar, pelo menos, a manutenção do estádio sem onerar o poder público. O grande desafio, no caso específico de Manaus, é que temos uma questão relacionada à distância. A questão logística encarece todo tipo de atividade que a gente leva para lá, inclusive eventos e shows".
Nesta terça, o jornal Folha de São Paulo mostrou que o Itaquerão, em São Paulo, será entregue incompleto à Fifa em abril. Além da falta de telões, há problemas de acabamento na cobertura, nos espaços comerciais e nos camarotes do estádio que vai receber o jogo de abertura da Copa, em junho. As arenas da Baixada, em Curitiba, e do Pantanal, em Cuiabá, também tem atrasos no cronograma, que podem encarecer o preço final. O Tribunal de Contas do Distrito Federal investiga indícios de superfaturamento nas obras do estádio Mané Garrincha. Autor do requerimento de atualização das obras e custos da Copa, o deputado Romário, do PSB fluminense, disse que novas audiências públicas serão realizadas como forma de esclarecimento à população.
"Alguns estádios, infelizmente, não estarão 100% prontos para a Copa do Mundo. O Itaquerão é um exemplo. Mas, pelo menos, que a gente possa atualizar os números desses gastos absurdos. É o nosso dinheiro jogado fora. Lá atrás, o presidente Lula, a Dilma como ministra da Casa Civil e o Ricardo Teixeira, da CBF, afirmaram que 90% dos gastos da Copa do Mundo seriam de dinheiro privado. Hoje a gente acompanha e vê que 98% é (de dinheiro) público, ou seja, nosso dinheiro".
Ainda sobre cronograma de obras e valor total de gastos da Copa, a Comissão de Esporte da Câmara já aprovou requerimentos para ouvir secretários estaduais e municipais de cidades-sedes, além de representantes dos Tribunais de Contas da União e dos Estados.