Radioagência

Nesta quinta-feira (22), a Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política, lançada em 2004, entregará um manifesto sobre a reforma política às lideranças do Congresso Nacional.

O grupo quer que as mudanças sejam feitas já para as eleições do ano que vem. Recente pesquisa do Ibope aponta que 84% da população quer o mesmo, embora uma proposta fechada não tenha sido apresentada na pesquisa.

Para isso, a plataforma também já lançou um abaixo-assinado para reunir um milhão de assinaturas a favor de uma proposta de iniciativa popular. Mas, no manifesto, o grupo pretende deixar claro que várias propostas sobre a reforma tramitam no Congresso há anos. José Antonio Moroni, do Instituto de Estudos Socioeconômicos, afirma que os objetivos principais são fortalecer a democracia direta por meio de instrumentos como os plebiscitos e aperfeiçoar a democracia representativa exercida pelos parlamentares. Um dos principais pontos é o financiamento público exclusivo de campanhas políticas:

"Que é o recurso do caixa 2 das campanhas eleitorais? Ele é caixa 2 nos partidos porque a origem dele é de caixa 2. Então não é só o caixa 2 que é ilegal, a origem desse dinheiro é ilegal. Portanto é dinheiro da corrupção, da sonegação, do narcotráfico, etc, etc. Então isso nós temos que criar mecanismos para inviabilizar"

José Antonio Moroni disse ainda que a representação tem que retratar mais os grupos que formam a população brasileira:

"Se a gente pegar a Câmara dos Deputados não chega a 9% a presença das mulheres. A gente quase não vê a representação negra, indígena, da juventude, da periferia, homoafetiva. Se o Parlamento é o espaço da representação, todos os segmentos têm que estar representados neste espaço e a gente não percebe isso"

Outra proposta em discussão está sendo capitaneada pela Ordem dos Advogados do Brasil e pelo Movimento Nacional de Combate à Corrupção Eleitoral. Eles organizam para a próxima segunda-feira uma manifestação pró-reforma política, que ocorrerá no Largo São Francisco, em frente a Faculdade de Direito, em São Paulo, mesmo lugar que na década de 80 recebeu as primeiras manifestações do movimento "Diretas Já".

De Brasília, Sílvia Mugnatto