Radioagência

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral lançou nesta segunda-feira uma proposta de Reforma Política. A intenção é recolher assinaturas para apresentar um projeto de iniciativa popular ao Congresso Nacional. Pelo texto do movimento, a eleição de vereadores e deputados seria feita em dois turnos.

No primeiro, o eleitor votaria apenas nos partidos. Cada um deles teria então que convencer os eleitores com suas propostas. Num segundo turno, aí sim, entraria em cena o candidato. Cada partido poderia oferecer apenas dois concorrentes para cada vaga conquistada no primeiro turno. Com isso, o eleitor poderia concentrar sua atenção em poucos candidatos e, ao mesmo tempo, ficaria mais fácil e barato financiar as campanhas.

Pela proposta apresentada, empresas não poderão mais fazer doações, e pessoas só poderão doar um limite máximo de R$ 700 reais. O juiz eleitoral e coordenador do movimento, Marlon Reis, explica o porquê.

"Nós estamos querendo afirmar fundamentalmente dois valores: a necessidade de manter nas mãos dos eleitores a palavra final sobre os eleitos e a construção efetiva de partidos políticos no Brasil. Essa disputa de todos contra todos que nós temos hoje levou à degeneração do processo, à degeneração dos partidos. nós precisamos contornar isso."

Mas o Movimento de Combate à Corrupção acredita que só haverá chances para aprovação de uma Reforma Política se a pressão popular continuar. É o que defende o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinícius Coelho.

"Sem a pressão da opinião pública, sem a forte pressão da sociedade brasileira, o Congresso não irá aprovar essa Reforma Política. Precisamos nos unir em torno desse projeto. A sociedade precisa correr para que possamos apresentar, porque os gritos na rua têm que repercutir em mudanças."

O deputado Henrique Fontana é autor de um projeto de Reforma Política que espera há seis meses para ser votado. A proposta dele e a do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral coincidem em alguns pontos e até poderiam ser complementares. Para o deputado, o mais importante, no entanto, é levar um projeto a votação.

“A partir do recado claro das ruas, que precisa ser ouvido e respeitado, tudo o que o Brasil precisa é de começar essa votação da Reforma Política. Se o deputado ‘a’ ou ‘b’ tem ideias diferentes, elas têm que ser faladas em público. o pior sistema é o que existe hoje."

Para apresentar um projeto de iniciativa popular é preciso reunir 1,5 milhão assinaturas. Pela primeira vez, o movimento está reunindo apoio pela internet. Se você quiser conhecer as propostas, acesse eleicoeslimpas.org.br. Atenção: o endereço é sem o www comum a páginas da internet.