04/06/2013 19:59 - Esportes
04/06/2013 19:59 - Esportes
A Comissão de Turismo e Desporto debateu, nesta terça-feira, as condições de trabalho de jogadores de futebol nas categorias de base. A deputada Flávia Morais, do PDT de Goiás, requereu a audiência pública para analisar proposta da OIT, Organização Internacional do Trabalho, que denunciou a precariedade dos alojamentos onde moram jovens esperançosos com a carreira futebolística.
Flávia Morais, que também é relatora da comissão parlamentar de inquérito que investiga o tráfico de pessoas no Brasil, enfatiza suas preocupações:
"Nosso empenho é para que também seja investido nas condições de vida desse jovem que começa a treinar ou se destina a treinar, para que ele tenha garantida, além das horas de treinamento, que ele tenha garantida a educação, uma boa alimentação, uma boa estadia, para que ele possa ter condições de realizar esse treinamento sem precisar viver em condições precárias”.
Afirmando que cabe ao Ministério Público do Trabalho vigiar de que forma é feito o trabalho de menores em instituições públicas e privadas, Cristiane Lopes, procuradora do trabalho no Paraná, sugeriu que a Lei Pelé (PL 9615/1998) passe a exigir, nos alojamentos dos clubes formadores, a presença de responsáveis pelos menores. A procuradora também deseja restringir as frequentes transferências entre clubes do atleta em idade escolar, propondo a permanência mínima do jovem atleta por um semestre letivo.
Representando os clubes de futebol formadores de atletas profissionais, Flávio Moura, presidente do Corinthians alagoano, disse que o glamour de alguns craques é para poucos:
"No momento que o atleta vê um Neymar da vida, ele quer ser o Neymar. Aquilo é um sonho. Só que antes do sonho existe uma realidade. Essa realidade tem que ser trabalhada e não é à toa que a lei exige, no contrato de formação, que você tenha um psicólogo que dê essa ideia, primeiro do risco e, segundo, do não acontecer. O atleta tem que estar preparado para fazer o melhor de si e estar, principalmente, preparado para que isso não aconteça”.
De acordo com a deputada Flávia Morais, as escolinhas de futebol no Brasil mantêm crianças bastante vulneráveis à ação de empresários, que as iludem com a promessa de se tornarem craques ricos e famosos.
Para combater o problema, Flávio Moura acredita que o Legislativo pode acrescentar artigos à Lei Pelé, como estabelecer punições mais severas contra o aliciamento de menores para jogar em clubes de futebol.
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