08/10/2012 18:42 - Saúde
Radioagência
Semana da Dislexia alerta sobre transtornos que afetam mais de 7 milhões de brasileiros
Estima-se que 6% da população brasileira tenha algum distúrbio de aprendizagem. Isso equivale a 7 milhões de pessoas no País. Os transtornos de aprendizagem englobam não só a dislexia, que é a dificuldade com a leitura e a escrita, mas também a discalculia - dificuldade com números - , e a disgrafia - dificuldade na escrita, relacionada à coordenação motora.
As pessoas com esses tipos de transtornos têm problemas para se expressar, compreender e organizar a leitura, a escrita, a ortografia, a aritmética, a geometria e outros conteúdos ensinados na escola. Essas ausências podem atrapalhar muito o desempenho escolar e, consequentemente, os relacionamentos sociais.
Para alertar a sociedade e o governo de que é possível a pessoa conviver com os distúbrios de aprendizagem, desde que identificados e tratados corretamente, a semana de 8 a 14 de outubro foi definida como a Semana da Dislexia.
Na Câmara, está sendo analisado um projeto (PL 7081/10) que obriga o governo a manter programas nas áreas de saúde e educação para diagnosticar e tratar estudantes do ensino básico que tenham dislexia ou transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, o TDAH. A relatora da proposta na Comissão de Educação, deputada Mara Gabrilli, do PSDB de São Paulo, destaca que muitos alunos que têm déficit de atenção e dislexia ficam estigmatizados nas escolas:
"Eles são considerados alunos-problema - por exemplo, os TDAHs. São considerados mal-educados, são considerados alunos que não se comportam, que são completamente agitados, que não prestam atenção em nada. Na verdade, eles são vítimas de um transtorno de déficit de atenção que pode ser tratado. Porque, assim, a pessoa tem dislexia, ela tem total capacidade de aprendizagem. Basta que você saiba ensinar".
A presidente do Conselho Federal de Fonoaudiologia, Bianca Queiroga, afirma que a criança com dislexia ou déficit de atenção não precisa estudar numa escola especial, porque não tem déficit intelectual. Mas ela precisa ter um acompanhamento por professores e outros profissionais que saibam utilizar a didática específica para que o aluno possa compreender o que está sendo ensinado:
"Crianças muito inteligentes, por vezes até com a inteligência acima da média, elas podem ser acometidas por uma dislexia e passar a ter uma dificuldade de aprendizagem na escola. Então é muito importante esse esclarecimento, para se evitar esses estigmas. E que o problema seja tratado da forma como tem que ser: a criança precisa de algumas adaptações na escola, ela vai precisar, talvez, de um acompanhamento especializado fora da escola, na rede de saúde, se for o caso".
Um dos sintomas de que a criança pode ter a dislexia é a dificuldade de aprendizagem na escola. Mas a identificação exata do problema deve se feita por uma equipe multidisciplinar formada por psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos. Eles também podem pedir o apoio de outros profissionais, como neurologistas, oftalmologistas e otorrinolaringologistas, conforme o caso.