Radioagência

O representante do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) Victor Rafael Resende Celestino afirmou que boa parte dos aeroportos de cidades menores da Amazônia e do Nordeste não recebem autorização para receber voos da aviação civil pela falta de equipamentos, como caminhões de combate a incêndios. Celestino participou de audiência pública realizada nesta terça-feira pela Comissão de Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional para discutir a situação da aviação nos estados da Amazônia Legal e na região Nordeste, em especial o elevado custo de passagens aéreas e a reduzida oferta de voos. Celestino explicou a razão do elevado preço da tarifa aérea nessas regiões.

"Nem todos os aeroportos têm combustível, o que obriga as empresas aéreas, muitas vezes, a transportá-lo no lugar de passageiros, o que acaba encarecendo os voos" 

No entanto, Celestino disse que com investimentos consistentes nos aeroportos vai ser possível ofertar voos com mais aeronaves, o que vai, a seu ver, reduzir as tarifas. Ainda segundo Celestino, os preços vêm caindo ao longo da última década a uma taxa média de 7,5% ao ano.

Autor de um dos requerimentos para a realização da audiência, o deputado Gladson Cameli, do PP do Acre, criticou o elevado preço das passagens cobrado atualmente em alguns trechos. Segundo o parlamentar, o valor de uma passagem entre Rio Branco (AC) e Brasília (DF) chega a custar R$ 4.500, dependendo das condições tarifárias.
Para diminuir o preço das passagens, o parlamentar defendeu incentivos fiscais para as regiões mais pobres do País.

"Nós temos que nos unir, todos os deputados federais e senadores, para que possamos realmente aprovar essas leis (de incentivo fiscal) e cobrar responsabilidade das agências reguladoras" 

Por sua vez, o diretor do Departamento de Política de Serviços Aéreos da Secretaria de Política Regulatória de Aviação Civil da Presidência da República, Ricardo de Melo Rocha, afirmou que o governo federal considera uma parceria com os estados e as companhias aéreas como uma boa alternativa para tentar resolver o problema de falta de infraestrutura dos aeroportos no interior da Amazônia e do Nordeste com investimentos conjuntos.