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Brasil Caipira

Brasil Caipira (20/01/2018) - Especial Cacique e Pajé

20/01/2018 -

  • Brasil Caipira (20/01/2018) - Especial Cacique e Pajé

Antônio Borges de Alvarenga, o Cacique, filho de Francisco Borges de Alvarenga e Joana Geraldina de Oliveira, nasceu em uma tribo às margens do Rio Vermelho, no município de Rondonópolis, no estado de Mato Grosso, em 25 de março de 1935, e Roque Pereira Paiva, o Pajé, filho de Antônio Pereira Paiva e Cecília Verdoot, nasceu na mesma tribo em 22 de agosto de 1936 e faleceu na capital paulista em 5 de março de 1994.

Cacique e Pajé, devido a uma epidemia de febre amarela, foram entregues por um padre a dois boiadeiros que passavam por Rondonópolis. Eles foram na comitiva levando a boiada e voltaram com os dois.

Cacique foi adotado por Francisco Borges de Alvarenga e Pajé, por Antônio Verduti Paiva. Pajé recebeu o nome de Roque Pereira Paiva. Cacique foi registrado em Monte Aprazível e Pajé, em Bofete, cidades paulistas. Os dois eram da mesma tribo, mas não eram irmãos. Lá tinha os Bororó e os Caiapó.

Antônio e Roque desenvolveram atividades artísticas e criaram diversos outros pseudônimos antes de formar a dupla Cacique e Pajé. Antônio adotou no início o nome artístico de Peixoto e fez, com João Rodrigues, a dupla Peixoto e Peixinho. Os dois gravaram na Centenário um compacto duplo que continha a música “Violeiro Franco”. Em seguida, Antônio adotou o nome de Rei do Gado e formou dupla com Peão Campeiro. A dupla Peão Campeiro e Rei do Gado lançou um LP em 1970 pela gravadora Califórnia, com destaque para a música “Arrependida”.

Em 1971, Antônio Borges gravou com João Antônio um LP pela Fermata. Pouco tempo depois, mudou seu nome artístico para Ferreirinha e fez com João Ferreira a dupla João Ferreira e Ferreirinha.

Em 1977, reassumiu o nome artístico de Rei do Gado. Juntou-se finalmente a Roque Pereira, que adotou o nome de Boiadeiro. E, com o pseudônimo de Índios Caiapó, os dois gravaram um LP pela Sonora. Era a dupla Rei do Gado e Boiadeiro - Os Índios Caiapó.

Em 1978, conheceram a dupla Tonico e Tinoco e por sugestão de Tonico adotaram o nome de Cacique e Pajé. Gravaram naquela ocasião um LP pela Chantecler, com destaque para “Pescador e Catireiro”. Em 1979, participaram com Sérgio Reis e a Orquestra de Violeiros de Osasco do histórico show promovido por Tonico e Tinoco no Teatro Municipal de São Paulo. Foi quando Cacique ficou sabendo que ele era realmente filho do cacique da tribo Caiapó e que seu avô paterno havia sido um pajé (curandeiro) na mesma tribo.
Em 1979, fizeram sucesso com “Caçando e Pescando” e “Deixa o Índio em Paz”. Na década de 80, a dupla lançou mais cinco LPs, com destaque para “Viola no Samba”, “Poemas das Cordas”, “Resto de Comida”, “Cadê o Gato” e “As Flores e os Animais”.

Em 1983, participaram do LP de Taiguara “Canções de Amor e Liberdade”, interpretando com ele “Voz do Leste” (Taiguara). Em 1985, quando lançaram o oitavo LP, Pajé foi vítima de um derrame que o obrigou a se afastar da dupla.

Seguiu-se um período de três anos em que as apresentações continuavam, no entanto, Pajé apenas dublava e mal conseguia cumprimentar o público. Cacique também era ajudado pelo Rocha da dupla Rocha e Umuarama, pelo Zé Matão e também pelo Odilon (o mesmo que já formou dupla com Tião do Carro), nas apresentações em que o Pajé não tinha condições de se apresentar.

Em 1993, Cacique também passou mal, com problemas cardíacos e necessitou de cirurgia. Seguiu-se um período de extremas dificuldades, em que ambos os integrantes da dupla foram ajudados pelos irmãos de sangue (que integravam a dupla Caiuê e Caiapó), os quais chegaram a interpretar Cacique e Pajé, já que Cacique chegou a praticamente perder a voz.

Além de Caiuê e Caiapó, Odilon e Zé Matão também dublavam Cacique e Pajé nas apresentações da dupla. E, nesse período, diversos “pajés” também cantaram ao lado de Cacique, dentre eles, Luiz Mariano, Zé Nobre e Pedrinho Tamim, até que Roque Pereira Paiva, o Pajezinho, como é carinhosamente chamado pelo Cacique, faleceu tragicamente, no ano de 1994, após ter perdido a voz, sofrido dois derrames, além de ter tido braço e perna direitos amputados. Pajezinho deixou a esposa com oito filhos.

Cacique, desiludido, tinha a informação médica de que não mais voltaria a cantar. Nessa ocasião, Cachoêra (José Pereira de Souza), que era músico do estúdio, também deu uma força e cantou algum tempo no lugar do Pajé, tendo inclusive gravado dois discos.

Cachoêra substituiu o Pajé na dupla, que prosseguiu com o mesmo nome e lançou novo LP pelo selo Disco de Ouro, com destaque para “Barretos não Faz Feio”.

Pajezinho é quem arranjava os “pajés” para Cacique. Ele ouvia e indicava. Mas, depois que morreu, Cacique ficou com o Cachoêra, “pajé” que ele já conhecia por ser meio primo.

Geraldo Aparecido da Silva, filho da índia Joana Dias Barbosa, nasceu em Itapuí, no interior do estado de São Paulo, às margens do Rio Tietê, no dia 29 de julho de 1943. Passou a ser o Pajé a partir do ano de 1997. Geraldo já havia feito dupla com João Goiano e integrou também o Trio Andorinha. E foi em uma apresentação desse trio que nasceu a nova dupla Cacique e Pajé, como a conhecemos nos dias atuais.

Antônio Borges e Geraldo Aparecido, a nova dupla Cacique e Pajé gravou então um CD somente com modas de viola. Foram mais seis CDs e diversos shows. Antônio Borges e Geraldo Aparecido mantém-se em plena atividade com o nome Cacique e Pajé.

MÚSICAS

Meu céu na Terra (Geraldinho / Cacique)
Casinha velha (Ademar Braga / Cacique)
Minha palhoça (Boiadeiro / Cacique)

O boiadeiro e a viola (Da Costa / Lolito / Cacique)
Macaco velho (Ari Gardião / Zé Batuta)
Velho arado (Caetano Erba / Cacique)

Laço da saudade (Jesus Belmiro / Cacique)
Resto de comida (Sulino / Moacir dos Santos)
Pescador e catireiro (Carreirinho / Cacique)

Velho peão (João Ferreira / Lino Filho)
Arrependida (Carreirinho)

DEPUTADOS CONVIDADOS:
Chico Alencar (Psol-RJ), Sérgio Reis (PRB-SP) e Zé Silva (SD-MG).

Direção e Apresentação - Luiz Rocha
Produção - Wagner Caribé
Edição - Diego Cajueiro

Programa descontraído, feito ao vivo, com participação ativa dos ouvintes, voltado para público interessado em agricultura familiar, agronegócio, criação de animais, além de caminhoneiros e taxistas.

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