Cidades e transportes

Caminhoneiros pedem apoio da Câmara às reivindicações da categoria

24/02/2015 - 13:41  

José Cruz/Agência Brasil
Energia - combustível - preço da gasolina, posto de gasolina
A redução temporária do preço do diesel é uma das reivindicações dos motoristas, que realizam protestos em todo o País.

Representantes de caminhoneiros vieram nesta terça-feira (24) à Câmara dos Deputados pedir apoio às reivindicações da categoria. Nos últimos dias, motoristas têm bloqueado rodovias em diversos estados brasileiros para protestar contra o aumento no preço dos combustíveis, os pedágios e a baixa remuneração do frete.

Na Câmara, eles foram recebidos pelo deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), coordenador institucional da Frente Parlamentar da Agropecuária, e seguiram para um encontro com outros integrantes da bancada. A expectativa é que os caminhoneiros sejam recebidos pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ainda hoje.

Segundo Goergen, a ideia é intermediar uma negociação com o governo federal. “Já estamos em um nível de desordem, porque faltam matérias-primas e temos dificuldades com alimentos perecíveis. Portanto, essa eventual desordem passa a ser responsabilidade do governo. No entanto, o que temos são notícias de penalizações da categoria. O ministro Adams [Luís Inácio Adams, advogado-geral da União] sinalizou que quer multar aqueles que estiverem parados”, afirmou.

Aumento do frete
Representante da categoria, Ivar Luiz Schmidt exige um frete mínimo ou, pelo menos, a redução temporária no preço do diesel. “O ideal – mas a gente sabe que o governo dificilmente vai ceder nessa questão - é a redução no preço do combustível por um período, até que seja criado uma política de frete mínimo. Daqui a 60 dias, a gente entraria com a pauta do frete mínimo”, disse.

Segundo Schmidt, os protestos em todo o País não têm data para acabar e podem ser intensificados caso as reivindicações não sejam atendidas pelo governo. “Hoje a nossa margem de lucro é zero. Ou você sustenta sua família ou sustenta o caminhão na estrada”, afirmou. “Ao longo de dez anos, cada aumento no óleo significou redução na nossa renda líquida.”

Nova lei
Outra reivindicação é a sanção pela presidente Dilma Rousseff da nova Lei dos Caminhoneiros, aprovada há duas semanas pela Câmara. Jerônimo Goergen, que é autor do projeto de lei, defendeu a sanção integral da proposta. Entre outros pontos, a nova lei autoriza jornada de até 12 horas de trabalho para os caminhoneiros, aumentando em duas horas a jornada máxima atual.

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Daniella Cronemberger

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