Cidades e transportes

Governo, empresários e sindicato acreditam que MP atende a demandas do País

04/11/2014 - 19:24  

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Audiência Pública. Ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco
Moreira Franco: subsídios a aeroportos regionais devem chegar a R$ 500 milhões em 2015.

Para o governo e representantes de empresas aéreas e do sindicato dos aeronautas, a Medida Provisória (MP) 652/14, que oferece subsídios para a aviação civil regional, vai contribuir para que o transporte aéreo seja um dos meios de integração do País.

Nesta terça-feira (4), em audiência pública da comissão mista que analisa a MP, eles defenderam a proposta para elevar o acesso da população brasileira ao transporte aéreo e o número de municípios e rotas atendidos.

O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, explicou que, nos últimos três anos e meio, houve investimentos (pistas, funcionários, infraestrutura) da ordem de R$ 11,5 bilhões, aumentando a capacidade dos aeroportos em 70 milhões de passageiros/ano, equivalente a seis vezes a população da cidade de São Paulo.

Moreira Franco afirmou que a previsão é que os subsídios aos aeroportos regionais cheguem a R$ 500 milhões em 2015. Segundo ele, de cada dez brasileiros da classe média, seis estão em cidades do interior, com renda 20 % maior que nas capitais. O ministro acrescentou que cerca de 43% dessa população têm interesse no transporte aéreo, mas os preços no interior estão 31% mais caros do que nas regiões metropolitanas e nas capitais.

Expansão
Franco ressaltou que, na política de expansão do setor, o governo, em uma primeira etapa, optou em ter 270 aeroportos em plenas condições de funcionamento. “A escolha dos terminais se deu a partir de interesse das empresas aéreas nas rotas, as demandas das regiões. Esses 270 permitirão que 96% da população brasileira estejam a menos de 100 km de um aeroporto”, disse.

Emprego
Já o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, José Adriano Castanho Ferreira, destacou que, a cada aeronave acrescentada à frota brasileira, 100 novos empregos diretos são criados e outros 300 postos de trabalho indiretos. Segundo ele, com a MP, mais de 5 mil empregos diretos poderão ser criados.

Ferreira ressaltou, no entanto, que, entre os desafios a serem enfrentados a partir da MP, estão aumentar o nível de segurança dos voos, o investimento em equipamentos e melhorar a acessibilidade. “Aeroporto bom não é o que tem shopping bonito, mas infraestrutura que garanta segurança para os passageiros”, explicou Ferreira.

Na avaliação do presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, a MP vai consolidar um ambiente estável para o transporte aéreo no País. "Essa medida provisória vem coroar um processo que começou há quase quatro anos, com a decisão de conceder os aeroportos a iniciativa privada e arrecadar os recursos necessários para que o País pudesse investir em toda infraestrutura aeroportuária brasileira”, defendeu.

Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Marcelo Oliveira

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