Trabalho, Previdência e Assistência

Reforma da Previdência: mudança em benefício de professores mobilizou partidos

12/07/2019 - 19:42  

Os partidos se mobilizaram em peso na defesa da redução da idade de aposentadoria para professores da ativa na reforma da Previdência (PEC 6/19). Objeto de acordo, essa foi a única mudança aprovada pela Câmara dos Deputados nesta sexta-feira (12).

Relator da proposta, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) destacou a capacidade de construção de acordos e o esforço para manter a espinha dorsal da proposta. “Trabalhamos sempre na construção de um acordo de maioria para manter a estrutura central da reforma: a idade mínima, a nova regra de cálculo dos benefícios previdenciários, da pensão e do acúmulo de pensões”, disse.

O presidente da comissão especial, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou que os destaques rejeitados poderiam trazer prejuízos no longo prazo. “Todos queremos fazer bondades, mas é preciso que caibam dentro do Orçamento. Não podemos ser imediatistas e ignorar o futuro do Brasil. Imagina se todos os destaques fossem aprovados? Seria a insustentabilidade da aposentadoria”, afirmou.

Apenas o partido Novo criticou a redução da idade para os professores. Na noite de ontem, o Novo já tinha orientado contra as regras diferenciadas para policiais.

O deputado Tiago Mitraud (Novo-MG) disse que a mudança privilegia professores em prejuízo de outras categorias, como caminhoneiros. “Valorizamos os professores, mas não é em benefícios na aposentadoria que a classe vai ser valorizada. É necessário criar ambiente adequado em sala de aula, uma carreira que remunere melhor para que ele fique mais tempo em sala de aula”, declarou.

Defesa da educação
Os pronunciamentos em defesa dos professores e da educação brasileira ocorreram por mais de uma hora. “Os professores terão essa vitória e consequentemente poderemos, através deles, garantir o direito a uma educação de qualidade”, disse o líder do PDT, deputado André Figueiredo (CE). O PDT foi o partido que apresentou o destaque em favor dos professores.

André Figueiredo também criticou a reforma como um todo. “Ao tirar dinheiro, vai gerar recessão”, disse.

Já o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) rebateu as críticas e ressaltou que a reforma terá resultados positivos. “Precisamos, ao final deste embate, mostrar para sociedade que queremos o bem para o nosso País”, afirmou.

A deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) cobrou mais avanços na educação, como a aprovação do novo Fundeb – que perderá a vigência em 2020 e financia ações na educação básica. “A votação desse destaque é um reconhecimento aos professores, mas é muito pouco. Os salários da educação são vergonhosos”, disse.

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Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli

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