Segurança

Indústria de armas quer revisão do Estatuto do Desarmamento

19/06/2012 - 21:31  

O representante da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (Aniam) Salésio Nuhs defendeu a revisão do Estatuto do Desarmamento. "Ele foi elaborado com a previsão de que o comércio de arma de fogo seria proibido em todo o País, mas isso não ocorreu. A lei tem que ser adequada a essa realidade", afirmou, durante debate na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado sobre propostas em tramitação na Câmara que alteram o estatuto.

Ele destacou que cada cidadão ou categoria que adquire legalmente uma arma de fogo deixa todos os seus dados registrados. "Dificilmente essas pessoas vão cometer um ato ilícito com essa arma", ressaltou. Nuhs alertou para o fato de haver aproximadamente 7 milhões de armas de fogo com registros vencidos no País.

"Em 2009, a indústria de armas fez parceria com a Polícia Federal para fazer o recadastramento de armas. Naquele ano, 7,7 milhões de armas foram registradas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm). Em 2010, 8,9 milhões de armas foram registradas. Em 2012, pouco menos de 2 milhões. Ou seja, existem quase 7 milhões de armas na ilegalidade", declarou. O representante da indústria de armas afirmou que o segmento gera 40 mil empregos em todo o País e exporta R$ 500 milhões em produtos.

Menos mortes
Ao criticar mudanças no estatuto, o representante do Movimento Viva Rio, Antonio Rangel Bandeira, afirmou que em 2003, quando foi aprovado a lei, havia em média 39 mil homicídios por arma de fogo no Brasil ao ano. Depois que a legislação entrou em vigor, limitando a permissão para o porte de armas, o último levantamento, de 2010, mostrou que o número de mortes caiu para 34.300. "É um retrocesso mudar o Estatuto do Desarmamento para liberar o porte de armas para certas categorias", afirmou.

Antonio Bandeira acredita que os agentes de fiscalização dos Departamentos de Trânsito (Detrans), que querem ter direito a porte de arma, vão correr o risco de serem assassinados por assaltantes de armas. "Se a profissão tem risco, é necessário pedir apoio policial. A tendência, no mundo, é desarmar as polícias. As grandes polícias estão trocando armas de fogo por armas de baixa letalidade, que imobiliza os bandidos", declarou.

Reportagem – Renata Lima Tôrres/Rádio Câmara
Edição – Maria Clarice Dias

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