Indústria diz que saúde pode ser financiada com crescimento da arrecadação
20/09/2011 - 18:19
A indústria brasileira se posicionou contra a elevação de impostos ou a recriação da CPMF como fonte de financiamento adicional para a Saúde no Brasil. Essa posição foi defendida pelo gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Pinheiro Castelo Branco, que participa da comissão geral que se realiza neste momento em Plenário da Câmara.
Ele se baseou em uma sondagem feita pela CNI com 1800 industriais, que apontaram a carga tributária elevada como principal entrave para crescimento de suas empresas. “A posição do setor industrial é que o financiamento da saúde é fundamental, mas deve se dar a partir da arrecadação atual, sem novos impostos ou elevação dos existentes”, disse.
Além disso, 75% dos entrevistados reprovam a qualidade do sistema tributário brasileiro, que tem elevado número de tributos, e 95% classificam como elevada a carga tributária atual.
CPMF
Castelo Branco também argumentou que os investimentos em saúde não diminuíram, e vêm crescendo desde o fim da CPMF em 2007. Por outro lado, ele destacou que a carga tributária não diminuiu com o fim da CPMF porque a alíquota de outros tributos foi aumentada. “Temos recursos adicionais todos os anos, fruto do crescimento do País, e que devem ser direcionados para a saúde dentro da elaboração do orçamento”, disse.
Hospitais privados
O assessor técnico da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços (CNS), Olympio Távora, disse que um dos principais entraves para a continuação dos serviços de saúde é a remuneração de médicos e estabelecimentos privados.
Segundo ele, 60% das internações no Brasil são feitas pelo setor privado, assim como 70% dos tratamentos de câncer. “Esse setor precisa sobreviver, precisa ser bem remunerado. Nunca houve um momento em que se necessite tanto expandir um serviço, aumentar a qualidade, e isso não será feito sem o setor privado”, disse.
Continue acompanhando esta cobertura.
Reportagem - Marcello Larcher
Edição – Regina Céli Assumpção
