Carros roubados no Brasil são trocados por cocaína na Bolívia, diz procurador
23/08/2011 - 15:14
O procurador da República Raphael Perissé disse há pouco que os carros roubados ou furtados no Brasil que seguem para a Bolívia são normalmente trocados por pasta-base de cocaína. A droga, segundo ele, acaba entrando no Brasil – uma parte fica em território nacional e outra, alimenta o tráfico internacional.
Perissé participa de audiência, iniciada há pouco, promovida pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado sobre a decisão recente do governo boliviano de legalizar os veículos importados que circulam irregularmente naquele país. Segundo o procurador, a medida incentiva o aumento da criminalidade no País.
O representante do Ministério Público sugere a adoção de medidas diplomáticas para evitar que a Bolívia regularize carros brasileiros roubados ou furtados no Brasil. “A Bolívia depende de recursos brasileiros e a adoção de sanções comerciais e econômicas, por exemplo, pode evitar que se repita esse quadro desenhado pelo governo boliviano que traz tantos prejuízos à sociedade brasileira”, disse.
Falsificação
Perissé disse ainda que o fato de o Brasil enviar à Bolívia dados sobre os carros roubados não impede que o governo boliviano regularize esses veículos. Os dados foram enviados em junho. “As quadrilhas que roubam esse carros são extremamente organizadas. Elas falsificam certificados de registro e impedem a detecção da origem fraudulenta”, explicou Perissé.
Também estão presentes na audiência: os delegados da Polícia Federal Luis Flávio Zampronha e Caio Bortone; o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Antônio Reze; e o diretor da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseng), Neival Rodrigues Freitas.
O debate, que foi solicitado pelos deputados Delegado Protógenes (PCdoB-SP), Romero Rodrigues (PSDB-PB) e Perpétua Almeida (PcdoB-AC), acontece no Plenário 12.
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Reportagem – Carolina Pompeu
Edição – Daniella Cronemberger